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Galeria biográfica dos santistas ilustres
Grandes vultos que se destacaram pela sua atuação notável na história de Santos
e do Brasil
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José Antonio Pimenta Bueno (Marquês de São Vicente)
- Nascido em Santos, a 4 de dezembro de 1803, era filho de Antonio Pimenta de Campos e de d. Balbina Henriqueta de Faria e Albuquerque, segundo
notas do barão Smith de Vasconcellos, em seu Archivo Nobilliarchico Brasileiro.
Por fundas desavenças no casal Pimenta Bueno, foi ainda, com meses apenas, confiado ao
cirurgião-mor José Antonio Pimenta Bueno, em São Paulo, parente de seu pai, que o criou como filho, tendo o nosso biografado adotado o nome de seu
pai adotivo e protetor.
Fez seus primeiros estudos em S. Paulo e, ao finalizar esse curso de Humanidades, era
amanuense do Tesouro Provincial, por nomeação de 12 de abril de 1924. Desde essa época, já se revelavam nele suas grandes aptidões para a vida
intelectual, e tomava parte saliente na redação da primeira folha paulista, o Pharol Paulistano, de José da Costa Carvalho, o futuro marquês
de Monte Alegre, de quem era íntimo amigo, e cuja amizade lhe valeu bastante em sua carreira.
Instalando-se em São Paulo os cursos jurídicos, por decreto de seu conterrâneo, o
visconde de São Leopoldo, matriculou-se neles, a 20 de novembro de 1828, sendo nesse mesmo ano promovido a oficial do Conselho Geral da Província,
que exerceu até 1832.
Já formado então pela Faculdade de São Paulo, foi nomeado juiz de fora de Santos e
juiz da Alfândega de sua vila natal. De 1840 a 1842, foi provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santos. Neste último ano, ainda como juiz em
Santos, chegou a esta cidade o padre Diogo Feijó, obrigado pelo governo imperial a ausentar-se de São Paulo, por estar envolvido na revolta de
Francisco Ignácio. Sabendo-o em Santos, visitou-o imediatamente Pimenta Bueno, queixando-se-lhe Feijó de que estava sendo coagido de forma ilegal e
inconstitucional, motivo porque precisava de um habeas-corpus, que ninguém lhe queria dar. Pimenta Bueno, tomado de revolta, deu-lhe o
habeas-corpus que, por medo, outros juízes lhe haviam negado, declarando que "um senador do Império não podia estar em semelhante situação, sem
grande vergonha para os foros de civilização da gente brasileira".
Foi então removido para a comarca do Paraná, como juiz de Direito, e, em seguida, em
1844, promovido a desembargador da Relação do Maranhão, e, em 1847, para a Corte, e promovido, em 1857, a ministro do Supremo Tribunal de Justiça,
cargo que encerrou sua carreira de magistrado.
De 1835 a 1837, foi presidente da Província de Mato Grosso. Foi deputado à Assembléia
Geral Legislativa de São Paulo, na 5ª legislatura de 1842, previamente dissolvida; na 6ª, de 1846 a 1847. Foi cônsul geral do Brasil no Paraguai, de
1844 a 1846, e ministro e secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, em 1848. Foi ministro da Justiça em 8 de março do mesmo ano, e foi o
organizador do gabinete de 29 de setembro de 1870, ocupando a pasta dos Estrangeiros e a presidência do conselho. Enviado extraordinário e ministro
plenipotenciário junto ao governo do Paraguai, após a guerra. Foi senador do Império, escolhido pelo imperador, em lista sêxtupla oferecida por São
Paulo, e presidente da província do Rio Grande do Sul, em 1850.
Sua atuação foi imensa na Câmara Temporária, no Senado, na tribuna parlamentar, e
inúmeros foram os projetos de lei de sua autoria que vieram beneficiar sua pátria, transformados em lei.
Grande foi sua ascendência sobre o presidente do Paraguai, influindo na organização
das leis daquele país, chegando a ser padrinho de crisma de um dos filhos de Carlos Lopez, e a ver-se solicitado pelos governos da França e da
Inglaterra, para intervir junto àquele governo, com a sua grande influência e habilidade, para solução de questões pendentes com aqueles países.
Faleceu no Rio de Janeiro, a 19 de fevereiro de 1878, deixando cerca de vinte obras e
grande número de serviços prestados à sua pátria.
Marquês de São Vicente
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