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Galeria biográfica dos santistas ilustres
Grandes vultos que se destacaram pela sua atuação notável na história de Santos
e do Brasil
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Joaquim Octávio Nébias (Conselheiro Nébias) -
Nascido em Santos, a 1º de junho de 1811, do legítimo consórcio de João Octavio Nébias com d. Emerenciana Piassarra, gente principal da Vila de
Santos.
Fez seus primeiros estudos em Santos, freqüentando, ainda aqui, com grande aproveitamento,
aulas de Latim, Francês, Retórica e Filosofia, ministradas por professores particulares competentes. Passou depois para a capital, São Paulo, onde
concluiu os preparatórios, matriculando-se então no 1º ano da Academia de Direito, em 1830 (então denominada "Academia de Ciências Sociais e
Jurídicas"), cursando com distinção os cinco anos letivos e tomando o grau de bacharel em fins do ano de 1834, ao lado do visconde de Niterói,
Mattoso Câmara, barão de Ramalho, visconde de Jaguari, Teixeira de Macedo e mais alguns vultos brasileiros.
Começou sua vida pública em Santos, para onde, logo depois de formado, foi nomeado
juiz municipal e, logo no ano seguinte, 1835, eleito deputado à Assembléia Provincial, na segunda legislatura pelo Partido Liberal, com Pimenta
Bueno, Carneiro de Campos, Silveira da Motta, Antonio Carlos, Paula Sousa, Nicolau Vergueiro e outros. Elegeram-no, também, nas 3ª e 4ª
legislaturas, quando, com a sua palavra fácil e enérgica, rica de idéias e de convicções, colocou-se em situação privilegiada.
Deixando a Câmara, em 1841, passou a militar no Partido Conservador, por desgostos
havidos em seu antigo partido, proveniente de cisões e outros abalos. Como conservador, foi eleito novamente deputado, de 1843 a 44, de 1850 a 1856,
e de 1869 a 1870, aí como deputado geral, no Rio de Janeiro, assim como também deputado provincial na 6ª, 12ª, na 13ª, na 14ª, suplente na 8ª e na
11ª, revelando-se sempre um servidor devotado e incorruptível da nação.
No intervalo de 1841 a 1843, foi nomeado juiz de direito de Paranaguá e daí para o
Maranhão, lugar que não aceitou, voltando de Paranaguá para a Câmara Geral do Rio de Janeiro. Mais tarde, foi nomeado juiz do Termo de Itu e depois
da Comarca de Sorocaba.
Nomeado presidente da província do Rio Grande do Sul, em 1852, para lá seguiu,
voltando no mesmo ano, por ter sido nomeado presidente da sua província natal - São Paulo - cargo que assumiu a 30 de setembro do mesmo ano de 1852,
sendo 34º governador, e aí, nesse lugar, em que a fúria das paixões ou os interesses partidários poderiam envolvê-lo, demonstrou a pureza do seu
caráter e a retidão de seus princípios, fazendo um governo amplo e democrático.
Em 1854 recebeu do imperador o Hábito de Cristo. Em 1856 foi eleito senador em lista
tríplice e foi ministro da pasta da Justiça, em 1870, chamado a ocupar a vaga do conselheiro José de Alencar. Foi juiz dos feitos da Fazenda em 1871
e conselheiro imperial de d. Pedro II logo em seguida, ocasião em que por necessidade de sua pátria passou imediatamente para a oposição, voltando
ao seu antigo partido, que estava com a verdadeira causa do Império.
Joaquim Octávio Nébias foi presidente da Assembléia Provincial de São Paulo algumas
vezes e vice-presidente e presidente da Câmara de Deputados, no Rio de Janeiro, outras tantas.
Deixou alguns trabalhos jurídicos. Faleceu no Rio de Janeiro, a 16 de julho de 1872,
com 61 anos de idade.
Cons. Nébias
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