HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - HOTELARIA
Antigos hotéis e restaurantes santistas (20)
Matéria publicada na página A-8 do jornal santista A Tribuna, no dia 7 de fevereiro de 2011:
Imagem: reprodução da página com a matéria
EXPECTATIVA
Bar - seu lugar, seu estilo
Donos de bares e restaurantes de Santos recorrem a sensações, sentimentos e paixões para tornar seus estabelecimentos tão interessantes quanto os serviços que oferecem. Conseguiram
Viviane Pereira
Da Redação
Discos no teto, pranchas de surfe na parede, manequim recepcionando os convidados na porta.
Tudo é uma questão de estilo. E personalidade.
Há os que preferem um ar retrô e apostam na nostalgia. Fica, então, por conta do lado emocional, que remete a uma viagem no tempo a simples visão de um kichute (tênis popular na década de 1970).
A paixão brasileira pelo futebol também entra no roteiro, junto com o típico esporte praiano: surfe.
Modernos, descolados ou nostálgicos, alguns bares, lanchonetes e restaurantes refletem a paixão de seus donos.
A decoração faz o ambiente, que atrai gente de todo tipo: quem admira o tema, curiosos e pessoas que buscam apenas um lugar gostoso e aconchegante para passar bons momentos. |
Cadillac
Foto: Paulo Freitas
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A porta do Cadillac Vintage Bar é como um portal que leva os visitantes direto para os anos 70 e 80. A música segue o estilo da época. O nome do local, aberto há dois anos e meio no Centro, revela a
inspiração do proprietário e sua paixão por carros. Por isso, há sofás com carros, lambretas suspensas perto do teto, réplicas de bombas de gasolina antiga. "O proprietário é colecionador de carros e motos antigas", avisa o gerente, Antonio Carlos
Gonçalves. "Ele montou o bar para ter um lugar para expor sua coleção". O ar nostálgico e bem-humorado - até nos banheiros - fica por conta de detalhes, seja com os 3 mil discos de vinil no teto ou peças antigas, como o console de Atari. "Mexe com
o emocional. Outro dia, um cliente olhava a moto e dizia que o tio o levava para a escola numa daquela. Tem também o pessoal que olha o kichute e lembra os velhos tempos". Rua São Bento, 50, no Centro: sexta-feira e sábado, das 22 às 4 horas
Foto: Paulo Freitas
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Barão do Café
Foto: Davi Ribeiro
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À primeira vista, pode parecer estranha a figura que se projeta da parede, de um homem sentado em uma cadeira com um copo de whisky em uma mão, uma
garrafa na outra e o braço apoiado na mesa. A explicação do proprietário do Barão do café, João Eduardo Gomes, esclarece a cena. "Ele está sem chão", comenta, referindo-se aos barões do café quando perderam tudo que tinham no crash da bolsa,
em 1929. O tema, como o nome, é uma homenagem à figura dos barões do café, que tiveram importante presença em Santos. "Nasceu da Bolsa de Café, dos barões que eram proprietários das casas na praia". O bar, que existe há dez anos, tem também
expostas fotos históricas da época.
Av. Ana Costa, 547, Gonzaga: todo dia, a partir do mei-dia até o último cliente |
Maria Chuteira
Foto: Davi Ribeiro
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No Maria Chuteira, os amantes de futebol se sentem em casa: camisas autografadas por jogadores nas paredes, fotos antigas, varal de camisas de times. Tem até uma mesa de pebolim, para os clientes
arriscarem uns lances. "Abrimos na Copa de 2010. A ideia era criar um lugar onde as pessoas pudessem se reunir para assistir aos jogos", conta um dos proprietários, Claudio Roberto Ferreira, o
Kako, que tem um portal de futebol e escreve sobre o tema. "Eu achava que faltava algo com essa temática na Cidade".
O nome foi uma ideia para unir humor e futebol, paixão dos donos.
Av. senador Dantas, 415, Embaré: de terça-feira a sábado, das 18 às 2 horas; pode abrir antes aos sábados e domingos, conforme o horário de jogos de futebol |
Balacobaco
Foto: Paulo Freitas
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Como não lembrar da infância vendo os bonecos do Fofão ou do Baby da Família Dinossauro? Esses e outros objetos de decoração, como a antiga máquina registradora, dão o ar retrô do bar Balacobaco, há
três anos no Centro. "Algumas coisas nós tínhamos. Outras, compramos", diz um dos donos, Bruno Perecini. "Os clientes e amigos foram trazendo também".
O nome, segundo Perecini, surgiu da dica de uma amiga. "Balacobaco é bagunça, mas para o lado positivo, do agito".
Ele chama a atenção para a caixa original de cervejas Brahma. "Nem os distribuidores sabem como conseguimos. Foi em um ferro-velho".
Rua do Comércio, 78: de quinta a sábado, das 22h30 até o último cliente |
Maria Quitéria
Foto: Davi Ribeiro
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Um manequim na porta dá boas-vindas aos clientes. Ao primeiro passo, a impressão é a de entrar em um antiquário, recheado de passado: máquinas de escrever, secadores de cabelo, tudo é antigo na
decoração. O diferencial que a proprietária Kátia branco buscava há dez anos, quando inaugurou a Pizzaria Maria Quitéria, foi alcançado. "O que é isso?", perguntam as crianças, com expressão de surpresa ao observar um objeto com um disco no meio e
números de 0 a 9 em cada buraco. Kátia diverte-se explicando como era o telefone antigamente. "A pessoa acaba de jantar, anda pela casa, fotografa", diz, animada, a dona, feliz por fazer seu papel em manter viva a história, inclusive no nome do
estabelecimento. "Maria Quitéria foi uma guerreira que lutou nas tropas de d. Pedro I. Gostei de trazer essa força feminina ao local". Avenida Pinheiro Machado, 783, Campo Grande: todos os
dias, das 18 à 1 hora; depois do horário de verão, das 16 à 0 hora |
Bikkini Barista
Foto: Paulo Freitas
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Uma passagem direta para as praias do Havaí - ou da Dinamarca, já que vêm de lá a tradição e a inspiração da família
Walthers para montar o Bikkini Barista. Que tem já na entrada, pranchas de surfe na parede. O clima praiano tem motivo. "Meus tios John e Christian foram lendas do surfe", conta Christian Walthers, um dos proprietários do bar, que funciona no
Centro há quase um ano e meio. Além do surfe, o conceito tem ouras inspirações: a cultura escandinava, o café (em cima do bar funciona a corretora internacional da família) e a música. "Eu vivi
de música e café na Dinamarca", recorda o sócio. Por isso, o café também está presente em detalhes da decoração. "Barista é uma palavra italiana para o sommelier do café", diz Walthers. Bikkini, termo criado pelos donos, dispensa
explicações: lembra praia, sol, verão... E, claro, surfe.
Rua XV de Novembro, 94/96, Centro: coffee shop de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas; bar, sexta das 0 às 6 horas, e sábado, das 23 às 5 horas |
Arena Pelé
Foto: Paulo Freitas
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O rei do futebol é onipresente nesse local. E não poderia ser diferente em um estabelecimento com o nome Pelé Arena Café e Futebol. Já na
entrada, uma réplica apresenta a pegada do Rei com a famosa assinatura do camisa 10 da seleção. A camisa, aliás, é o modelo das cadeiras. O cliente pode escolher se quer ficar no meio-de-campo ou escanteio, por exemplo. Partes diferentes das linhas
do campo decoram as mesas. "As pessoas perguntam se ele vem aqui. Ainda não veio, mas já foi em um dos locais da rede, em São Paulo", afirma o gerente Iran Pinho. As referências ao Rei e suas conquistas seguem no cardápio e no uniforme das meninas
que servem as mesas - uma camisa 10.
Praça da República, 65, Cenro: de segunda a sexta, das 7h30 às 17 horas; sábado, das 10 às 15 horas; sexta tem um happy hour, das 19 às 2 horas. |
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