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Galeria dos poetas, prosadores e jornalistas de Santos
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Gastão
Bousquet (Gastão Raul de Forton Bousquet) - Nasceu em Santos, a 23 de setembro de 1870, como filho legítimo do dr. Alexandre Bousquet, cônsul da
França em Santos e médico de muito conceito e reconhecido valor.
Seus primeiros estudos foram feitos em Santos, com o professor Tiburtino Mondin Pestana,
chegando até os preparatórios. Destinava-se à carreira jurídica, mas uma decidida vocação jornalística desviou-o dela, levando-o a ingressar muito
moço, logo aos 16 anos, nas lutas da imprensa, no último período das duas campanhas, abolicionista e republicana, ao lado da esplêndida mocidade que
secundava o trabalho dos condutores-chefes, principalmente ao lado dos moços da Bohemia Abolicionista, encabeçados por Pedro e Guilherme de
Mello.
É do final desta época, 1887, a fundação, por ele e Alberto Sousa, da Revista,
folha literária e republicana.
Transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1889, logo após a proclamação da República,
onde entrou a fazer parte da redação do Diário de Notícias, às ordens de Rui Barbosa, seu redator-chefe, sendo, logo após, redator dos
jornais cariocas O Tempo e O País, neste sob a chefia de Quintino Bocaiúva. Passou em seguida para a Gazeta de Notícias, de
Ferreira de Araújo, e daí para a Cidade do Rio, onde pontificava José do Patrocínio, seu diretor, de quem se tornou íntimo e grande amigo,
merecendo as maiores atenções do notável brasileiro. Algum tempo depois era redator-chefe do Correio da Manhã, e finalmente
redator-secretário do Jornal do Comércio, edição da tarde.
Possuidor de peregrinas qualidades de humorista, tornaram-se notáveis e muito
apreciadas as seções por ele criadas em diversos diários do Rio, nas quais usava o pseudônimo de J. Repórter, e assim tornou-se um dos bons
nomes da imprensa brasileira.
Fez-se ao mesmo tempo escritor teatral e romancista. Espírito altamente religioso,
dedicou-se com devotamento a muitas questões religiosas relativas ao credo que professava, tendo ocasião de publicar uma série de artigos que
pretendia reunir em volume, com o título de O mês de Maria, sob o pseudônimo de Conde de Santa Maria.
Nos seus últimos anos foi redator do Correio da Manhã e correspondente da A
Platéa, de São Paulo, cargos que ocupava quando morreu.
No período do governo provisório da República, em 1889, quando se encontrava na chefia
da polícia do Rio de Janeiro o dr. Sampaio Ferraz, Bousquet foi delegado de uma das circunscrições policiais da cidade, e, quando governava o Estado
do Rio o dr. Alfredo Backer, foi convidado a ocupar uma cadeira de deputado à Assembléia Legislativa do Estado, honra que recusou delicadamente,
para não abandonar suas queridas lides jornalísticas.
Gastão Bousquet ainda voltou à sua terra, em 1901, entrando para a redação do
Diário de Santos, em que permaneceu poucos meses, retornando à capital do país, onde durante 17 anos, foi um dos vultos principais da imprensa.
Além de sua grande bagagem jornalística, e das peças teatrais que ficaram em
manuscrito, apesar de várias vezes representadas, como das inúmeras poesias que publicou, deixou Gastão Bousquet as seguintes obras impressas:
Guanabara, revista, de colaboração com Arthur Azevedo; Santo Antonio, burleta; Nenem, burleta; Tá fechado, revista de
costumes santistas (de grande êxito) e O Barba Azul, romance, com seis edições consecutivas.
Faleceu em Niterói, a 17 de março de 1918, sendo sepultado no
cemitério de Maruí.
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