Imagem: reprodução de trecho da matéria original
Demais fotos desta página: publicadas com a matéria
Galeria dos poetas, prosadores e jornalistas de Santos
[...]
Paulo
Gonçalves (Francisco de Paula Gonçalves) - Nascido em Santos, a 2 de abril de 1897, filho de Manoel Alexandre Gonçalves e de d. Bemvinda Fogaça
Gonçalves.
Iniciou seus estudos na Escola União Operária, com o professor Alcides Luís Alves. Trabalhou
algum tempo no Telégrafo Inglês, continuando seus estudos particularmente. Cedo abandonou o Telégrafo Inglês, para dedicar-se ao jornalismo,
ingressando no Diário de Santos, órgão da oposição, passando-se depois para A Tribuna, como revisor. Mais tarde, entrou para o
Commércio de Santos, de onde saiu, a chamado, para o Jornal do Commércio, de São Paulo, também como revisor.
No início da Folha da Noite, Paulo Gonçalves passou a lhe emprestar seu
concurso, ao lado de velhos camaradas de Santos. À fundação da Folha da Manhã está ligado o nome de Paulo Gonçalves, que por muto tempo foi
seu redator secretário, cargo que abandonou, chamado pelo Estado de São Paulo, para a sua seção de teatro, em cujo posto a morte o colheu.
Paulo Gonçalves foi um dos fundadores do Partido da Mocidade, fruto de seu idealismo
puríssimo.
Foi professor do Colégio Pedro Borba, em Santos, onde parece haver nascido o grande
motivo das suas aspirações, um profundo e recôndito sentimento que jamais revelava a alguém, apenas traduzido pela tristeza dos seus olhos e o macio
de sua voz, estranhamente velada, sentimento esse que parece haver precipitado o seu estado mórbido, a inexorável moléstia que abreviou e extinguiu
sua preciosa vida. Pouco mais viveu que Fábio Montenegro, mas ainda assim pôde produzir muito mais do que o seu ilustre colega e conterrâneo,
tornando-se, na apreciação dos doutos e entendidos, um dos maiores líricos brasileiros.
Seu livro de estréia foi Yara, em 1922, que lhe valeu o
aplauso entusiástico da crítica nacional, e daí por diante publicou mais cinco obras: 1830, notabilizada comédia em versos, em 3 atos, Prêmio
de teatro da Academia Brasileira de Letras, 1925; O cofre, comédia em 1 ato, versos; As noivas, comédia em 3 atos, prosa; As
mulheres não querem alma, comédia em 3 atos, em prosa; A comédia do coração, comédia em 3 atos, em prosa; deixando mais, em manuscrito,
inéditos: Núpcias de D. Juan, alta comédia, em verso, em 4 atos; Quando as fogueiras se apagam, 1 ato, em versos, escrita a pedido de
Coelho Netto; Lyrica de Frei Angélico, versos; Marcha Heróica (inacabada) e Marília de Dirceu, versos.
|