Colégio de Sion, Campanha
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Minas Gerais (cont.)
Ouro Preto
A cidade de Ouro Preto, capital do município do mesmo no me, está situada a 1.100 metros sobre o
nível do mar, na serra do Espinhaço, cujo ponto culminante é o Itacolomi, com 1.574 metros de altitude. Ouro Preto foi descoberta no dia 24 de junho
de 1698 por Antonio Dias de Oliveira e padre João de Faria Fialho. A 8 de julho de 1711 foi a povoação elevada a vila, com o nome de Vila Rica,
sendo governador da capitania de Minas, Rio de Janeiro e S. Paulo, Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho. Mais tarde, foi Vila Rica transformada
na cidade de Ouro Preto, capital da província e depois estado de Minas Gerais até 1897, em que essa primazia passou para Belo Horizonte.
O seu solo é extremamente irregular e acidentado. Para a classificação rigorosa destes terrenos,f
alta inteiramente a base paleontológica, único critério seguro. Não têm sido encontrado fósseis ali, o que dificulta a determinação da era geológica
em que se depositaram estes terrenos. Entretanto, pelo facies geral da região e natureza das rochas dominantes, parece fora de dúvida que se
trata de terrenos primários. Encontram-se, na base, gnaisse, mica, xistos, os xistos micácios. Acima, encontram-se extensões colossais de quartzitos
e itabiritos calcários etc. Além do gnaisse, encontra-se granito. Capeando os terrenos do município, em muitos pontos se encontra a canga, que é um
conglomerado ferruginoso de formação quaternária. Vejamos os principais minério e minerais encontrados no município:
Ouro - É Ouro Preto um dos municípios mais ricos em minérios de ouro do estado de Minas. O
ouro se encontra em veieiros de quartzo com piritas, que são os mais freqüentes e mis ricos, e nos itabiritos. Os veieiros de piritas auríferas
encontram-se encaixotados nos quartzitos ou xistos, apresentando em seus afloramentos grandes massas de limonito, produto da decomposição das
piritas; também se encontram, às vezes, cristais de escorodita.
As principais minas de ouro ficam nos arredores de Ouro Preto, em Antonio Pereira, Tapera,
Congonhas do Campo etc. Nos arredores de Ouro Preto, são afamadas as minas dos Tassaras. Além destas, há as ricas minas do Veloso, nas quais
antigamente o processo de exploração consistia em derramar água pelas encostas da montanha, escavando-se o terreno, e recolhendo-se a enxurrada em
grandes tanques de pedra, onde se depositava o ouro arrastado. Esses tanques, de que ainda se vêem hoje os destroços, eram chamados mundéos.
Manganês - As jazidas de manganês do município de Ouro Preto são de formação sedimentar,
relacionando-se com itabiritos e calcários. As melhores jazidas são as que se acham ao longo do ramal de Ouro Preto, principalmente as de Miguel
Burnier, onde se encontram excelentes minérios dando de 48 a 52%.
Ferro - Encontram-se excelentes jazidas de ferro nos arredores de Ouro Preto, em Antonio
Pereira, Congonhas do Campo, Burnier, Itabir, Paraopeba etc. Os minérios se referem a três tipos: minério de pedreira, que costuma conter até 70% de
ferro metálico; minério rolado, tendo em geral 50%; canga, que pode conter de 30 a 50%. A mais importante fábrica de ferro do município é a Usina
Esperança. Atualmente, está parada a Usina Wigg.
Encontram-se ainda no município minérios de mercúrio, aparecendo também cinábrio no Tripuí; perto
de Ouro Preto, e em Antonio Pereira, chumbo; encontra-se crocoisa em Congonhas do Campo; cobre, encontrando-se o malaquito nos quartzitos micáceos
da base do Itacolomi, junto de Ouro Preto; zinco, encontrando-se a blenda perto de Hargreaves; bismuto, encontrando-se a estibina na Cata Branca,
perto de Itabira. Encontram-se ainda no município de Ouro Preto: topázios, ametistas, turmalinas, mica, plumbagina, amianto, excelentes ocras etc.
etc.
A indústria manufatureira é fraca no município. Há um fábrica de tecidos em Itabira e uma em Ouro
Preto, que está sendo, agora, completamente reformada. Encontram-se curtumes de couro, pequenas fábricas de sabão, massas, cerveja e gasosas, açúcar
etc. A cultura consiste principalmente em cereais, cana-de-açúcar, café, batatas, vinha etc. Há uma cultura de chá em Ouro Preto. Em alguns
distritos, principalmente nos do Paraopeba, há fazendas de criação, onde se fabricam queijos de excelente qualidade. A renda do município, que tem
sido ultimamente arrecadada, é de Rs. 80:000$000 a Rs. 86:000$000, mas pode subir a Rs. 100:000$000.
Estátua de Tiradentes, Ouro Preto
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Dr. Joaquim Candido da Costa Senna -
O dr. Joaquim Candido da Costa Senna nasceu em Conceição do Serro. Cursou a Escola de Minas de Ouro Preto, formando-se em 1880. Foi nomeado
professor de Mineralogia e Geologia em 1888 e em agosto de 1900 diretor da mesma escola. Representou o Brasil por duas vezes, em exposições no
Chile; e em 1911 foi escolhido para representar o estado de Minas Gerais na Exposição de Turim e Roma e, mais tarde, nomeado comissário geral do
Brasil na mesma exposição. Representou também o Brasil no Instituto Internazionale di Agricoltura de Roma, em maio de 1911. Fala correntemente
várias línguas européias e é membro de muitas sociedades científicas, tanto brasileiras como estrangeiras.
Dr. Augusto Barbosa – O vice-diretor da Escola de Minas, ora em exercício, é o dr. Augusto Barbosa da Silva. Nasceu este em Vila Nova de
Lima em 1860 e formou-se, na Escola de Minas de Ouro Preto, em Engenharia Civil e de Minas, em 1882. Em seguida à sua formatura, visitou a França,
onde se demorou três nos, aperfeiçoando-se em sua profissão. De regresso, em 1885, foi nomeado lente da Escola de Minas de Ouro Preto, primeiro ano
de Mecânica e Cálculo e, em seguida, de Física e Química. Foi nomeado vice-diretor da escola em setembro de 1904. O dr. Augusto Barbosa toma grande
interesse pela eletro-siderurgia.
Dr. Custodio da Silva Braga - O dr. Custodio da Silva Braga nasceu em
Juiz de Fora, estudou nessa cidade todos os preparatórios e depois foi para Ouro Preto, onde se matriculou na Escola de Engenharia de Minas e Civil,
no ano de 1890. Em 1894, foi nomeado lente de Geometria Geral e Cálculo do Ginásio de Barbacena. Em 1896, voltou para Ouro Preto, como professor de
Geometria da Escola Normal e então terminou o seu curso de Engenharia em 1899, diplomando-se também em Farmácia em 1900.
Trabalhou por conta de particulares na prospecção de algumas minas de ouro,
manganês e zircônio. Em 1901, foi nomeado substituto na cadeira de Ciências Físicas da Escola de Minas; e em 1910 passou a ocupar o lugar de lente
catedrático de Eletricidade Geral e Eletrotécnica da mesma escola, cargo que hoje exerce, juntamente com o de professor de Ciências Físicas do
Ginásio de Ouro Preto. É proprietário no estado de Minas.
Dr. Jovelino Mineiro - O dr. Jovelino Mineiro nasceu na cidade de
Mariana, Minas Gerais, em 18 de agosto de 1864. É formado em Farmácia e Ciências Fisico-Químicas e Naturais e é lente e diretor da Escola de
Farmácia de Ouro Preto. É também diretor do Instituto Profissional Domingos Freire e ainda lente e professor na Escola de Odontologia e ex-diretor
do Laboratório de Higiene do Estado de Minas Gerais. O dr. Jovelino Mineiro publicou este ano um tratado de Farmacologia, que mereceu a aprovação
unânime da Congregação da Escola de Farmácia e foi premiado pelo governo do estado de Minas Grais.
Dr. Domingos José da Rocha - O dr. Domingos José da Rocha, filho do
falecido sr. Bento José da Rocha, nasceu no Espírito Santo, em 1862. Cursou a Escola Politécnica do Rio de Janeiro e a Escola de Minas de Ouro
Preto, formando-se em Engenharia Civil e de Minas, em 1882. Nesse mesmo ano, foi nomeado lente da Escola de Minas de Ouro Preto; e rege atualmente a
cadeira de Estradas de Ferro, Pontes e Viadutos, tendo antes regido diversas outras cadeiras. Foi vice-presidente do Estado de Minas Gerais, durante
algum tempo, e em seguida deputado federal, por esse estado, até 1893, fazendo parte de várias comissões parlamentares.
Abandonou a política em fins desse ano e passou a se ocupar exclusivamente das
suas aulas na Escola de Minas. Foi diretor-gerente das minas de manganês Usina Wigg, lugar que ocupou desde 1904 até princípios de 1911. Atualmente
tem, com o governo de Minas Gerais, um contrato, para o estudo de melhoramentos a introduzir em algumas cidades do estado, tais como São João d'El-Rei,
Rio Novo, Caeté etc. É proprietário no estado.
Escola de Farmácia de Ouro Preto - A Escola de Farmácia de Ouro Preto,
um dos estabelecimentos de ensino superior mais antigos do Brasil, foi criada pela lei nº 140 de 4 de abril de 1839 e é mantida pelo governo do
estado de Minas Gerais. O seu curso atual, que é feito em dois anos, consta das seguintes matérias: Química Mineral, Matéria Médica, História
Natural Médica, Química Médica (Orgânica e Biológica), Farmácia Prática e Farmacologia.
Este ano, porém, deverá a escola ser adaptada à lei orgânica do ensino, ficando
o seu curso constituído de três séries com as seguintes matérias: Física, Química Mineral, Química Orgânica, História Natural Médica, Química
Analítica, Química Industrial, Higiene, Microbiologia, Bromatologia, Toxicologia, Farmácia Prática e Farmacologia.
O corpo docente da escola é assim composto: dr. Jovelino Mineiro, diretor; dr.
Claudio Alaor Bernhams de Lima, dr. João Baptista Ferreira Velloso; dr. Octavio Vieira de Brito. São os seguintes os lentes em disponibilidade: dr.
Cornelio Vaz de Mello, dr. Sizinio Ribeiro Pontes, dr. Gomes Freire de Andrade, dr. Antonio Ribeiro da Silva Braga, dr. Eduardo Machado de Castro,
dr. Levindo Eduardo Coelho. Ocupa o cargo de secretário bibliotecário o farmacêutico sr. Alberto Coelho de Magalhães Gomes.
Ginásio de Ouro Preto - Este instituto de ensino secundário foi fundado
em 1898, em Ouro Preto, por uma corporação de provectos professores, e equiparado ao Ginásio Nacional em 1900. Funciona em um vasto prédio dotado de
todas as condições higiênicas e provido de salas para aulas, dormitórios etc. e de todos os aparelhos e objetos necessários ao ensino.
O corpo docente é constituído pelos srs. João Derwil de Miranda, dr. Claudio de
Lima, lente da Escola de Farmácia; drs. Alfredo Baeta Chaves, Geraldo da Silveira, Armando Bhering, Custodio Braga, José Vianna, Lucio dos Santos,
lentes da Escola de Minas; professor José Olympio de Oliveira, padre José Marcos Penna, dr. José Teixeira de Lima, Paulo Brandão, Eugenio Bourdet
Dutra, José B. Dutra, farmacêutico Rosalino Gomes e padre João Castilho Barbosa.
Neste ginásio, é ministrado o ensino de todas as matérias necessárias à
admissão às diversas escolas superiores do Brasil. Tem atualmente, entre internos e externos, uma freqüência de 79 alunos.
São diretores os drs. Claudio Alaor Bernhams de Lima e Alfredo Teixeira Baêta
Neves. O dr. Baêta Neves nasceu em Ouro Preto em 1872 e se formou na Escola de Minas de Ouro Preto em 1897, a 12 de junho; a 12 de dezembro do mesmo
ano, foi nomeado lente dessa escola. É também diretor da Escola Normal e do Ginásio, do qual foi antes professor, desde a sua fundação, indo ocupar
o cargo de diretor em 1911. Na Escola de Minas de Ouro Preto é lente de História Natural. É engenheiro civil e de minas e proprietário em Ouro
Preto.
Vistas de Ouro Preto, a antiga capital
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Leopoldina
A antiga freguesia de São Sebastião do Feijão Cru foi elevada a vila por lei nº 666, de 1854, com
o nome de Vila de Leopoldina, e por lei nº 1.116, de 16 de outubro de 1861, feita cidade, com o nome de cidade de Leopoldina. O município, ubérrimo
e vasto, fica entre os municípios de São José d'Além, Paraíba, Mar de Espanha, São João Nepomuceno, Cataguases e Palma, em Minas. Pelo Este,
limita-o o território fluminense.
Terreno fortemente ondulado, de solo riquíssimo, é cortado pelos rios Pirapetinga, Pardo, afluente
do Pomba, Pomba e Rio Novo, todos afluentes do Paraíba. Tem a superfície de 1.495 quilômetros quadrados e 45.000 habitantes. Compreende os distritos
de Leopoldina (sede) Piedade, Rio Pardo, Conceição da Boa Vista, Tebas, Campo Limpo, Recreio, São Joaquim, Santa Isabel e Providência. Todos os
distritos são servidos pela Leopoldina Railway Co. Ltd., com exceção dos de Tebas, Piedade, Rio Pardo e Conceição da Boa Vista; mas os três
primeiros destes o serão brevemente, com a ligação de Leopoldina à Roça Grande, já autorizada por lei.
É um município cafeeiro e pastoril, sendo que os cereais são também cultivados em grande escala.
Possui magníficas estradas de rodagem e nele fica a poderosa cachoeira do Rio Novo, onde está instalada a usina da Companhia Força e Luz
Cataguases-Leopoldina, a maior, no gênero, do estado.
Solo extremamente fértil, produz com abundância cereais, café em grande escala, cana-de-açúcar,
fumo excelente. É grande o incremento que vai tomando a criação do gado, havendo já, no município, duas grandes fábricas de laticínios, uma na
cidade de Leopoldina e outra no distrito de Santa Isabel, da Companhia Leiteria Leopoldinense, com grandes instalações frigoríficas, fábrica de
manteiga, exportação de leite, maquinismos para latas etc.
Há, próximo à cidade, um colônia agrícola, mantida pelo governo do estado e denominada Colônia
Constança. Os distritos de Providência, Santa Isabel e Recreio são iluminados à luz elétrica pela Companhia Cataguases-Leopoldina. A cidade, também
iluminada à luz elétrica, é uma das melhores da zona da Mata e conta 4.000 habitantes. Nela se encontram excelentes edifícios, tais como os da
Câmara Municipal, Fórum, Ginásio Leopoldinense, Hospital de Caridade, grupo escolar etc. Fartamente abastecida de água, tem ótima rede de esgotos e
é inteiramente calçada.
Possui algumas indústrias e é a sede da Sociedade Anônima de Pecúlios e Construtora Zona da Mata e
de uma cooperativa agrícola. Possui esplêndidos estabelecimentos de ensino primário, secundário e superior, quer públicos, quer particulares. A
instrução pública está muito difundida em todo o município.
A cidade possui diversos jardins públicos e parques. O clima é perfeitamente salubre. É a sede do
segundo distrito eleitoral federal do estado de Minas.
A Escola de Minas, Ouro Preto
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Dr. Jonas de Faria Bastos - O
presidente da Câmara Municipal de Leopoldina, dr. J. de Faria Bastos, nasceu no estado de Sergipe, em 1858. Estudou no Rio de Janeiro, formando-se
em Engenharia pela Escola Politécnica dessa cidade. Trabalhou durante dois anos na Estrada de Ferro Leopoldina; e em seguida, tendo adquirido uma
fazenda no município, passou a dirigi-la. Algum tempo depois, foi escolhido para presidente da Câmara Municipal, cargo que desempenha atualmente.
Dr. José de Monteiro Ribeiro Junqueira
- O dr. J. M. Ribeiro Junqueira nasceu a 27 de agosto de 1871, no distrito de Santa Isabel, município de Leopoldina, estado de Minas Gerais.
Formou-se em Direito pela Faculdade de S. Paulo, após brilhante curso. Foi interinamente promotor público de Leopoldina, onde exerceu por longos
anos a advocacia.
Político, tem ocupado vários cargos eletivos: presidente do conselho distrital de Leopoldina,
presidente da Câmara Municipal de Leopoldina, em dois triênios; deputado ao Congresso Estadual mineiro em duas legislaturas e ao Congresso Federal
em três. É presidente da Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados federais e líder da bancada mineira. É presidente da Companhia Força e Luz
Cataguases-Leopoldina, de que foi um dos fundadores; proprietário do Ginásio Leopoldinense; presidente da Sociedade Anônima Zona da Mata de pecúlios
e construtora etc.
É redator-proprietário da Gazeta de Leopoldina, jornal diário, que conta 17 anos de existência. É
industrial e lavrador, de uma operosidade invejável. Tem sido incumbido pelo governo do estado de Minas de muitas comissões importantes. É a alma
mater do progresso de sua terra, para a qual tem conseguido inúmeros melhoramentos de grande monta. O dr. Ribeiro Junqueira, que é o político
mais influente da Zona da Mata, é um dos de mais prestígio no estado, faz parte da comissão executiva do Partido Republicano Mineiro.
José Ribeiro Junqueira - O sr. José Ribeiro Junqueira é proprietário das fazendas Niagara,
Canadá, Olinda e Barra, situadas no município de Leopoldina, e da fazenda Santo Antonio do SUl, no município de Palma. Entre todas estas fazendas,
possui o sr. Junqueira, aproximadamente, 4.000 hectares de terras em matas virgens, cafezais e pastagens de capim-gordura e jaraguá.
Exporta anualmente, em média, 10.000 arrobas de café, colhendo também em média 300.000 litros de
milho, 40.000 litros e arroz e 25.000 litros de feijão. Possui ainda 600 cabeças de gado vacum; vende cerca de 300 litros de leite por dia; e da sua
criação de gado suíno, vende anualmente 100 cevados.
O sr. Junqueira reside na Fazenda do Niagara, a 3 quilômetros de Santa Isabel, na Estrada de Ferro
Leopoldina, e a 16 quilômetros da cidade de Leopoldina. Essa fazenda é iluminada à luz elétrica; os maquinismos para beneficiamento de café e de
cereais são movidos por força elétrica e a serraria por força hidráulica.
Escola de Farmácia, Ouro Preto
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Ginásio Leopoldinense - Este ginásio, que funciona na cidade de Leopoldina, foi fundado no
dia 3 de junho de 1906 pelos drs. Ribeiro Junqueira e Custodio Junqueira, sendo de propriedade do primeiro. É equiparado ao Ginásio Nacional, desde
26 de novembro de 1908, e às Escolas Normais do estado, desde 6 de setembro de 1906. Compreende os seguintes cursos: o ginasial, para ambos os
sexos, em 6 anos; o normal, só para o sexo feminino, em 4 anos; o primário, em 3 anos; e o comercial e agrícola, em 3 anos.
Está instalado em prédio próprio, vasto e confortável, e possui todo o material escolar de acordo
com as exigências da Pedagogia moderna, tais como: laboratórios, gabinete de Física, museu de História Natural etc. Possui 9 alqueires de terras
para o ensino agrícola, com instalações de estábulos, galinheiros, campos de experimentação com ótimo sistema de irrigação, pomicultura,
floricultura etc.
O corpo docente se compõe de 18 professores, dos mais abalizados de Minas, em efetivo exercício; e
o ensino das línguas vivas é essencialmente prático. É diretor técnico o sr. José Botelho Reis, moço ainda, mas já muito conhecido no estado como um
educador emérito e dedicado. Foram já diretores do ginásio os srs. dr. Henrique Barbosa da Cruz, de 1906 a 1908, e dr. Jacques Dias Maciel, um dos
melhores e mais competentes educadores do estado de Minas, de 1908 a 1910.
Abrir-se-ão no estabelecimento, no ano letivo de 1912, os cursos de Farmácia e Odontologia. O
Ginásio Leopoldinense é um dos melhores e mais bem montados estabelecimentos do estado de Minas.
Companhia Leiteria Leopoldinense - Esta companhia foi fundada em 1910 e iniciou os seus
trabalhos em 1911. O seu capital é de 102:000$, tendo também a empresa contraído um empréstimo de 100:000$. A companhia possui duas fábricas, uma em
Santa Isabel e outra em Leopoldina.
A fábrica de Santa Isabel, expressamente construída para a manufatura de laticínios, tem uma seção
para a pasteurização do leite e congela o mesmo em blocos, que são enviados para o Rio de Janeiro. Atingem as suas exportações 2.000 litros diários.
Há ainda uma instalação para a manufatura de gelo, com a produção diária de 4.000 quilos e acionada por um motor elétrico de 40 hp.
A fábrica em Leopoldina manufatura manteiga, creme, e faz também a pasteurização do leite a ser
enviado para o Rio, quando a fábrica de Santa Isabel não pode satisfazer ao consumo. Produz diariamente de 50 a 100 quilos de manteiga e envia para
o Rio 100 litros de creme, também diariamente. Esta fábrica é acionada por dois motores elétricos, um de 15 hp e outro de 10 hp; e produz
diariamente 1.500 quilos de gelo em 10 horas de trabalho.
Os maquinismos em ambas as fábricas são alemães. As fábricas são interiormente revestidas de
ladrilhos. Há nos dois estabelecimentos grandes câmaras frigoríficas e de congelação.
São diretores da empresa os srs. Antonio Monteiro Ribeiro Junqueira, presidente, e Antonio de
Andrade Ribeiro. O primeiro tem a gerência da fábrica de Santa Isabel e o segundo da fábrica de Leopoldina. O presidente, sr. Antonio Monteiro
Ribeiro Junqueira, nasceu em Santa Isabel. É proprietário de várias fazendas, entre elas a de Abaíba, com 1.000 hectares, cuja produção vai de 3.000
a 4.000 arrobas de café. Há também, nessa fazenda, 200 cabeças de gado. O sr. Antonio de Andrade Ribeiro, natural de Leopoldina, é proprietário da
fazenda Pennsylvania, com 500 hectares, 170.000 pés de café e a produção média anual de 5.000 arrobas.
Homens de negócios, do estado: 1) Antonio da Fonseca Lobão; 2) Victor Purri; 3) Elpidio de Lacerda
Werneck; 4) Tenente-coronel Gomes Nogueira; 5) Mario Baptista de Andrade; 6) Severino de Almeida Moraes Sarmento; 7) Dr. Pericles de Mendonça; 8)
Cap. Eudoro Lasthenes de Andrade; 9) Henrique Elvir Möller; 10) Antonio Henriques Felippe; 11) Arsenio Tavares Canto; 12) Henrique Ferreira Decat;
13) Antonio Ventura Ribeiro; 14) Dr. Norberto Custodio Ferreira; 15) Gustavo Martins de Cerqueira; 16) Joaquim Machado Borges; 17) Joaquim Domingos
da Silva Lameirão; 18) Dr. José Vieira Martins; 19) Dr. Francisco Vieira Martins; 20) Francisco de Carmo Costa Carvalho; 21) Dr. Joaquim Corrêa
Dias; 22) Francisco Lameirão; 23) Manoel Cazemiro Ferreira da Rocha; 24) Dr. Luiz de Souza Brandão; 25) Estevão Lunardi; 26) Aurelio Lobo; 27)
Bernardo de Moraes Sarmento; 28) Joanny Bouchardet; 29) Cel. José Benjamin; 30) José do Nascimento Teixeira
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Barbacena
A cidade de Barbacena fica situada 1.300 metros acima do nível do mar, no planalto da Serra da
Mantiqueira. Nos tempos coloniais, era o Arraial de N. S. da Borda do Campolide; foi elevada a vila em 1791, com o nome de Barbacena; e em 1840, já
no tempo do Império, foi promovida à categoria de "muito nobre e leal cidade".
Barbacena é a cidade mais alta do Brasil. Goza dum clima excelente e a sua posição é realmente de
uma extraordinária beleza. O município é um dos mais prósperos do estado de Minas, com uma população de 62.100 habitantes. A sua indústria pastoril,
a mais importante, compreende várias fábricas de laticínios, sendo os seus queijos e a sua manteiga dos mais apreciados no país. A pequena lavoura
ocupa também lugar importante na lista de atividades do município, cujo solo se presta, dum modo admirável, à pomicultura.
O município de Barbacena é ainda muito rico em jazidas de ouro, ferro, mármore, caulim, manganês e
turfa e de pedreiras calcárias. Entre estas últimas, estão as de Carandaí, que produzem a cal mais apreciada no estado. Aos produtos já mencionados
cumpre ainda acrescentar o fumo, a cana-de-açúcar, mel, cera, gado, cerâmica, produtos têxteis e outros.
O município compreende os distritos de Cidade, Livramento, União, Ibertioga, Desterro do Melo,
Remédios, Carandaí, Santa Bárbara do Tugúrio, Ibitipoca, São Domingos, Ressaquinha, São Sebastião e Bias Fortes.
A cidade de Barbacena tem um comércio importante; duas fábricas de tecidos, uma de algodão, outra
de sedas; uma cerâmica a vapor e outras fábricas mais. As ruas da cidade são muito bem macadamizadas. Entre os seus estabelecimentos públicos,
destacam-se a Assistência a Alienados e a Santa Casa, mantida a primeira pelo estado e a segunda por uma irmandade religiosa.
Barbacena é completamente iluminada à luz elétrica e tem ótimos serviços de água e esgoto. Possui
ainda uma Biblioteca, com 10.319 volumes. Publicam-se na cidade dois periódicos. Os prédios da cidade vão ao número de 1.000, distribuídos por 63
ruas, 18 praças, 35 travessas e avenidas. Conta vários e importantes estabelecimentos de construção, tais como o internato do Ginásio Mineiro, a
Escola Normal e outros mais.
O dr. Bias Fortes, prefeito municipal, é uma das figuras mais importantes da política nacional.
Tem ocupado os mais elevados cargos, entre eles o de presidente do estado de Minas Gerais. Estadista consumado e administrador emérito, muito tem o
dr. Bias Fortes concorrido para o engrandecimento do seu estado; e como prefeito, lhe deve a cidade de Barbacena a sua bela feição moderna.
Figuras proeminentes das municipalidades mineiras: 1) Dr. Philippe Ache (Uberaba); 2) Dr. Camillo
Soares de Moura (Caxambu); 3) Dr. Lucio José dos Santos (Ouro Preto); 4) Dr. Antonio Carlos Ribeiro de Andrade (Juiz de Fora); 5) Dr. Caetano da
Fonseca Marinho (Ponte Nova); 6) Dr. J. D. Leite de Castro (S. João d'El-Rei); 7) dr. Oscar Vidal Barbosa Lage (Juiz de Fora); 8) Dr. Raul de
Noronha Sá (Cambuquira); 9) Dr. Augusto Gloria Ferreira Alves (S. João Nepomuceno); 10) Cel. João de Almeida Lisboa (Águas Virtuosas de Lambari);
11) Dr. José Vieira Marques (Palmira); 12) Cel. Affonso Ribeiro de Miranda (Ouro Fino); 13) Dr. Antonio da Silveira Bruno (S. Paulo do Muriaé); 14)
Dr. Thomé Dias dos Santos Brandão (Cambuquira); 15) Cel. Augusto Salles (Lavras); 16) Dr. Eustachio Garção Stockler (Águas Virtuosas de Lambari);
17) Cel. João Alves de Oliveira (Oliveira); 18) Cel. José Henriques Pereira Brandão (S. João Nepomuceno); 19) Cel. Manoel Theodoro de Carvalho
(Caxambu); 20) Dr. Americo Werneck (Águas Virtuosas de Lambari); 21) Dr. Carlos Peixoto de Mello (Ubá); 22) Cel. João Duarte Ferreira (Cataguases)
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Dr. Chrispim Jacques Bias Fortes - O senador dr. Chrispim Jacques Bias Fortes, presidente
da Câmara Municipal de Barbacena, nasceu no município do mesmo nome, estado de Minas, a 25 de outubro de 1878. Fez com grande aproveitamento os seus
estudos secundários naquela cidade e na capital do estado, então província, de S. Paulo, onde se matriculou na Faculdade de Direito, em 1866.
Após brilhante curso, bacharelou-se, no ano de 1870, em Ciências Jurídicas e Sociais; e foi um dos
ornamentos da sua turma, de que faziam parte os drs. Affonso Penna, Rodrigues Alves, Joaquim Nabuco e Ruy Barbosa.
Regressando a Minas, exerceu a advocacia em Barbacena, até 1873; nesse ano, foi nomeado juiz
municipal daquela cidade, cargo que ocupou até maio de 1880. Eleito em 1881 deputado provincial pelo partido liberal, foi sucessivamente reeleito
nos biênios seguintes. Declarou-se republicano numa sessão da Assembléia Provincial, em agosto de 1889, achando-se no poder o partido liberal, a que
era filiado.
Proclamada a República, foi, em julho de 1890, nomeado governador do estado de Minas, ocupando
esse elevado cargo até a ocasião em que foi eleito senador ao Congresso Constituinte Mineiro. Depois, os seus pares o elegeram presidente daquela
assembléia. Eleito presidente do estado de Minas, assumiu esse elevado posto no dia 7 de setembro de 1894, e exerceu-o até 1898, quando expirou o
seu mandato.
Durante o seu governo, prestou o dr. Bias Fortes os mais assinalados serviços à causa pública,
dando grande impulso à agricultura, com a criação de fazendas-modelos, campos de experiência e escolas de ensino agrícola. Desenvolveu
consideravelmente a instrução pública e auxiliou eficazmente a construção de vias férreas no estado, cuja situação financeira, durante o seu
governo, foi muito lisonjeira.
Atualmente, é o dr. Bias Fortes o presidente do Congresso Mineiro, presidente da Comissão
Executiva do Partido Republicano Mineiro e membro do diretório central do Partido Republicano Conservador, com sede na capital federal e fundado em
1910. É também presidente da Câmara Municipal de Barbacena, onde tem feito uma administração brilhantíssima.
Coronel José Maximo de Magalhães - O coronel José Maximo de Magalhães nasceu em 1845, em
Barbacena, onde foi educado. Foi estabelecido com casa de negócio, de 1865 a 1885. Indo para o Rio de Janeiro por essa época, foi sócio comanditário
da firma Vieira Rabello & Cia., casa de vendas por atacado, onde permaneceu até 1895. Voltou então para Barbacena. Eleito presidente do Conselho
Municipal, ocupou esse cargo até 1901. Em 1910, foi eleito provedor da Santa Casa, lugar que ainda ocupa.
Seu filho único, dr. Olyntho de Magalhães, foi ministro das Relações Exteriores, no governo do dr.
Campos Salles, e atualmente é ministro brasileiro em Paris. O coronel José Maximo de Magalhães é conceituado proprietário na zona.
Dr. Francisco de Paula Rocha Lagôa - O senador dr. Francisco de Paula Rocha Lagôa nasceu a
21 de dezembro de 1857, em Ouro Preto, antiga capital do estado de Minas Gerais. Fez com grande brilhantismo os seus estudos de Humanidades no
Colégio de Congonhas do Campo e no Externato Aquino, no Rio de Janeiro. Matriculou-se na Escola de Minas de Ouro Preto, onde, em todos os anos
acadêmicos, a sua rara aplicação e talento lhe valeram sucessivos e brilhantes triunfos.
Em 1885, recebeu o grau de engenheiro civil e de minas. Logo após a sua formatura, foi o dr. Rocha
Lagôa nomeado lente substituto da Escola de Minas, lugar que lhe fora oferecido pelo sábio professor Henri Gorceix, então diretor dessa escola;
depois, passou a lente catedrático, posto que, com grande proficiência, ocupa até hoje.
Foi um dos ardorosos propagandistas da Abolição e da República, no Brasil. Proclamada esta,
exerceu as funções de delegado da capital e de chefe de Polícia do estado de Minas. Nomeado, posteriormente, diretor geral das Obras Públicas de
Minas, cargo que corresponde hoje ao de secretário da Agricultura, prestou, nessa qualidade, relevantes serviços à causa pública, podendo citar-se,
entre outros, o desenvolvimento considerável da rede ferroviária do estado, a construção de inúmeras estradas de rodagem e pontes.
Ainda no Governo Provisório, foi convidado para exercer o cargo de diretor da Estrada de Ferro
Central do Brasil, cargo que modestamente recusou, assim como recusou uma legação na Europa, que lhe fora oferecida pelo marechal Deodoro. Sendo o
seu nome então indicado para o Congresso Constituinte Nacional, escusou-se ainda, declarando que não negaria os seus serviços ao estado de Minas, se
para o seu Congresso fosse eleito. Essa promessa foi exuberantemente cumprida, pois, eleito senador ao Congresso Constituinte mineiro e
sucessivamente reeleito nas seguintes legislaturas, há mais de vinte anos tem sido no Senado incansável paladino da causa pública.
Nos distritos do interior: 1, 2 e 5) Ponte Nova; 3) S. Paulo de Muriaé; 4) Manancial de força
elétrica, Cataguases-Leopoldina
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Santa Casa de Misericórdia de Barbacena - A Santa Casa de Misericórdia de Barbacena é uma
das mais importantes instituições de caridade do Brasil. O provedor da Irmandade de Santo Antonio da Santa Casa da Misericórdia é o coronel José
Maximo de Magalhães, hábil e ativo administrador, que muito tem feito em prol desta instituição, auxiliando-a pecuniariamente e prestando-lhe o seu
apoio moral. O coronel Magalhães ocupa o cargo de provedor da instituição há 12 anos.
A administração interna do hospital está confiada às irmãs de caridade da Ordem de S. Vicente de
Paula, sob a direção pessoal da irmã superiora Paula e da irmã Gabriella como assistente. A tabela abaixo mostra o número de pacientes tratados no
hospital, de 1º de janeiro de 1910 a 30 de junho de 1911:
Doentes que passaram do ano de 1909 |
25 |
Entraram neste período |
205 |
Total |
230 |
Doentes que tiveram alta |
171 |
Doentes falecidos no hospital
|
31 |
Doentes em tratamento |
28 |
Total |
230 |
A farmácia do hospital está sob a direção do dr. Bernardino de Senna Figueiredo, deputado federal,
que é coadjuvado pela irmã Josepha, farmacêutica diplomada. A administração do sanatório está a cargo do dr. Arthur Carneiro da Cruz Machado. O
hospital tem freqüentemente tido os serviços clínicos gratuitos do dr. Lincoln da Cruz Machado, que aí tem feito importantes operações. Os
interesses religiosos e espirituais do hospital estão confiados ao p. Luiz Maria Vidal.
A renda anual da Santa Casa sobe a 12:745$, provenientes de donativos, além de 7:400$ por ano, que
recebe como subvenção, sendo a soma necessária ao custeio completada por contribuições voluntárias. Entre as subvenções recebidas pelo hospital,
deve-se mencionar a de 2:000$, estabelecida pelo governo do estado de Minas Gerais, e a de 1:400$, dada pela Câmara Municipal.
Foi instalada no primeiro pavimento da Santa Casa uma sala de operações à custa do dr. Olyntho de
Magalhães e sua esposa d. Isabel Porciuncula de Magalhães, sala essa denominada Santo Oswaldo, em memória de um falecido filho dos doadores. Esta
sala de operações é dividida em três seções e montada com todos os modernos requisitos de higiene. As três seções compreendem a sala de operações
propriamente dita, uma câmara especial anti-séptica, para a desinfecção dos instrumentos cirúrgicos, e uma sala destinada ao preparo para as
operações, manufatura de soro e câmara especial para a desinfecção dos operadores.
Um sortimento completo de aparelhos e instrumentos cirúrgicos foi fornecido pela conhecida casa
francesa Colin de Paris, assim como também o material necessário à instalação eletro-terápica.
Barbacena: 1) Praça Conde de Prates; 2) Rua 15 de Novembro; 3) Vista geral da cidade
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Möller & Cia. - Esta conceituada firma, estabelecida em Barbacena, estado de Minas Gerais,
possui uma importante fábrica que manufatura grande variedade de artigos, tais como carnes em conserva, salame, presuntos, mortadela, carne
defumada, línguas preparadas, costeletas defumadas, bacon, charque, carne salgada, lingüiça, extrato de carne, banha de porco, e também gelo, sabão,
pentes e botões de osso.
De propriedade da firma são também quatro hectares de terra onde se faz grande criação de porcos,
com reprodutores importados. Nesses terrenos, acha-se situada a fábrica. A empresa abate diariamente 25 reses e grande número de porcos; e
para o ano próximo, deverá abater 75 a 100 reses, também diariamente. A fábrica é acionada por motores elétricos com a força de 100 cavalos, suprida
pela municipalidade, e um motor a vapor de 25 cavalos.
Os seus produtos são exportados para o Rio de Janeiro, ao sr. Ottomar Böller, que tem os seus
armazéns à Rua da Assembléia, 75. Os edifícios, que foram erigidos recentemente, são de alvenaria, com profundos alicerces; e nas diversas seções da
fábrica o maquinismo é dos modelos mais modernos.
Os sócios da firma são os srs. Henrique Elvir Möller e seu filho sr. Otto Möller. O sr. Henrique
Elvir Möller nasceu na Alemanha em 1864; veio para o Chile em 1882, onde negociou no mesmo ramo de negócio em que se acha atualmente. Tendo perdido
a fortuna que, com o seu trabalho, adquirira, por ocasião da revolução, em 1896, veio para o estado do Rio Grande do Sul, onde recomeçou o seu
negócio. Tendo perdido novamente uma pequena fortuna, que juntara, veio então para Barbacena, onde, sem capital, pela terceira vez, começou a sua
indústria.
Aí, tem encontrado as melhores disposições por parte da municipalidade, que lhe deu terras por um
preço diminuto e ainda lhe fornece energia gratuitamente pelo prazo de 10 anos. Nestes três anos decorridos, tem o sr. Möller trabalhado com o maior
êxito e está novamente adquirindo fortuna.
Praça Liberdade, Barbacena
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