Casa Colombo - Avenida Rio Branco
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A capital federal (cont.)
Comércio
Casa Colombo - A Casa Colombo, propriedade de uma sociedade anônima,
fundada com o capital de Rs. 3.000:000$000, para explorar o comércio de vários artigos de uso corrente, como, em maior escala, fazem os grandes
armazéns das primeiras capitais da Europa e da América, ocupa um vasto prédio de sete pavimentos, com duas fachadas e grandes vitrinas, construído
de ferro e situado no melhor ponto comercial da cidade do Rio de Janeiro.
Uma das fachadas, com a extensão de 22 metros, dá para a Rua do Ouvidor,
outrora a principal artéria da cidade e ainda hoje ocupada por importantíssimas casas de negócio. A outra, com 30 metros, dá para a Avenida Rio
Branco, cujo renome já transpôs os limites do país e constitui objeto da curiosidade dos estrangeiros. Fica, pois, a Casa Colombo num dos quatro
ângulos formados por aquelas duas artérias rivais, comercialmente falando.
Com o seu negócio dividido por departamentos, conforme as especialidades, tem a
Casa Colombo os seus sete andares utilizados pela forma seguinte: no 1º, os departamentos nº 1, de camisas, ceroulas, colarinhos e punhos,
suspensórios e cintos, gravatas, bijuterias etc.; nº 2, de chapéus, guarda-chuvas e bengalas; nº 3, de bonneterie de algodão, lã e seda,
artigos para cama, mesa e banho; nº 4, de perfumaria, brosserie, artigos de Paris; no 2º, o departamento nº 5, de artigos de senhoras,
chapéus, bonneteie e luvas, bijuterias e miudezas; no 3º, o departamento nº 6, de artigos também para senhoras, como seda, costumes,
lingerie, coletes, lenços, costumes por encomenda; no 4º, os departamentos nº 7, de artigos para meninos, layettes, e nº 7-bis,
de artigos para meninas; no 5º, o departamento nº 8, de sapataria completa para homens, senhoras, crianças, artigos de viagem e os escritórios; no
6º, o departamento nº 9, de confecções e alfaiataria para homens; no 7º, oficinas de modas e reparos dos departamentos de confecções para senhoras,
homens e crianças.
Três elevadores e uma escada dão acesso aos diversos pavimentos, onde as
armações para acondicionamento do estoque e todo o mobiliário são de madeira de lei.
Com o seu edifício inteiramente aproveitado pela maneira acima descrita e até
que o possa ampliar, a Casa Colombo instalou as suas grandes oficinas e o seu almoxarifado no prédio de três pavimentos, que arrendou, à Rua
Visconde do Rio Branco, 37, esquina da Avenida Gomes Freire, com quatro janelas para aquela rua e nove para esta. Aí, as ditas oficinas se acham
divididas em quatro seções, sendo: a primeira, de confecções para homem; a segunda, de confecções para crianças; a terceira, de roupa branca,
ceroulas e camisas. Estão ainda por instalar outras seções indispensáveis e urgentemente reclamadas pelo movimento comercial da casa. São elas as de
lingerie, de espartilhos, de colarinhos, de punhos e de guarda-chuvas. Instaladas que sejam estas outras seções, terá a Casa Colombo,
fabricados nas suas oficinas, todos os artigos que constituem a base essencial do seu negócio.
Além do prédio a que acabamos de nos referir, tomou a Casa Colombo por
arrendamento, para depósito, um outro à Rua da Alfândega, 30, em cujos salões se encontram, devidamente distribuídas, as reservas abastecedoras de
cada um dos departamentos acima especificados.
Fundamentalmente modelada pelos estabelecimentos seus congêneres de outros
países, a Casa Colombo, sentindo a necessidade de modelar-se por eles, também, quanto à sua organização administrativa, necessidade que lhe impõe o
seu constante desenvolvimento e as exigências da sua freguesia cada vez mais numerosa, tem procurado, por transformações graduais e sucessivas,
chegar a uma organização que igualmente obedeça ao que por verdadeiramente bom é tido, com a sanção dos resultados, naqueles estabelecimentos,
levando sempre muito em conta o que lhe indiquem as condições peculiares ao meio em que opera.
Um diretor-gerente tem a seu cargo a administração geral do negócio e, sob a
sua alçada, age, em esfera mais restrita, um gerente comercial, cargo que se acha confiado ao sr. Henri Legrip, cidadão francês, contratado por
cinco anos. Cada um dos departamentos está entregue à superintendência imediata de um chefe, sob cujas ordens servem um sub-chefe do departamento,
os chefes das diferentes seções em que estes se repartem e os vendedores, cada um dos quais, além do honorário fixo, goza de um interesse sobre as
vendas que faz. Há ainda um chefe da recepção e das expedições, um chefe do depósito e um chefe das oficinas e do almoxarifado. Exerce este último
cargo o sr. Walter Hearn, de nacionalidade inglesa, contratado por três anos.
Conforme dissemos em começo, a Sociedade Anônima Casa Colombo se fundou com o
capital realizado de Rs. 3.000:000$000. Para o levantamento do prédio atual, adquiriu a propriedade dos números 111, 13 e 115 da Avenida Rio Branco,
correspondentes aos números 110, 112 e 114 da Rua do Ouvidor. Nessa aquisição e na construção do edifício que hoje ocupa foram empregados Rs.
2.000:000$000 e cerca de Rs. 500:000$000 em armações e mobiliário. Assim, conta a casa, imobilizadas, 5/6 partes do seu capital, tendo
conseqüentemente posto em giro, na movimentação de seu negócio, 1/6. Malgrado, entretanto, essa circunstância, a sua situação é muito lisonjeira,
como se verá pelo último relatório, distribuindo 8%, o máximo que permitem os seus estatutos.
Sociedade Tubos Mannesmann,
Limitada: 1) Carregamento de trilhos para o Brasil; 2) Um trem carregado, junto ao porto; 3, 4 e 5) Tipos de postes para iluminação no Rio de
Janeiro (fornecidos pela companhia); 6) As oficinas em Komotau, Viena; 7) As oficinas em Düsseldorf
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Sociedade Tubos Mannesmann, Limitada - A Sociedade Tubos Mannesmann,
Ltd., sucursal das universalmente conhecidas usinas Mannesmannroehrenwerke de Dusseldorf, na Alemanha, tem a sua sede na capital da República
Brasileira e é administrada por uma diretoria composta de dois membros, eleitos anualmente pela assembléia de acionistas.
A fundação da Sociedade Tubos Mannesmann obedeceu ao objetivo de introduzir nos
mercados do Brasil as tão lisonjeiramente reputadas produções de sua casa matriz. A circunstância de terem os poderes públicos deste próspero país
volvido as suas vistas mais acentuadamente, nos últimos anos, para o melhoramento dos serviços de abastecimento de água potável e esgotos e, ipso
facto, para um material que reunisse todos os requisitos de solidez e durabilidade, tem impulsionado sobremaneira o desenvolvimento da Sociedade
Tubos Mannesmann, para a qual criou, desta forma, ilimitado campo de atividade produtiva e crescente consumo de seus produtos, especialmente dos
tubos de aço Mannesmann, laminados, sem costura.
É notório que estes tubos são fabricados por meio de um processo
especialíssimo, exclusivamente adotado pelas usinas Mannesmann, e por este motivo caracterizado pela denominação de Processo Mannesmann, que exclui
por completo a existência de costuras nos tubos. A extraordinária resistência que estes adquirem por tal sistema e a conseqüente segurança que
oferecem em canalizações de precisão, são fatores que justificam a sempre crescente procura dos mencionados tubos Mannesmann.
Consiste a principal particularidade do processo de laminação em ser a
respectiva peça, de conformidade com a natureza do material que em seu fabrico se emprega, aquecido apenas até o grau de calor em que adquire
qualidades plásticas, e este método é, como todo profissional pode atestar, a especialidade capital do fabrico, porquanto permite o emprego de todo
e qualquer material homogêneo, desde o mais comum ferro maleável ao mais rígido aço. Desta forma, torna-se possível produzir artefatos deste ramo de
qualquer material de primeira qualidade, de acordo com os requisitos das obras a que devem ter aplicação.
Em se tratando de tubos para canalizações de água e gás, aduções para turbinas,
postes para viação urbana, telégrafos e eletro-condutos, tubos para poços artesianos etc., prefere-se por exemplo um material de elevada
resistência, o que equivale a dizer-se o das usinas Mannesmann, pois que os tubos desta procedência, além de não terem costura que possa afetar
desvantajosamente a sua estabilidade, se constituem de um material meticulosamente seleto e adequado ao fim predestinado.
Como especialidades entre os fabricos das usinas Mannesmann, apontaremos os
seguintes artigos: tubos para caldeiras de locomotivas e máquinas fixas; tubos com junções de flanges para canalizações de alta pressão de qualquer
espécie; tubos de aço de ponta e bolsa, laminados sem costura, asfaltados interior e exteriormente e envoltos ainda em um capa de juta asfaltada,
produto este que supera, com inapreciáveis vantagens, os tubos de ferro fundido, atenta a sua maleabilidade que evita o risco de quebras,
comprimentos maiores e conseqüente redução de junções, assim como pela inferioridade do peso; serpentinas; tubagens para frigoríficos; tubos para
revestimento de poços artesianos e hastes tubulares para as respectivas brocas de perfuração; postes tubulares para linhas telegráficas e
telefônicas, eletrocondutos, pára-raios e bandeiras; colunas tubulares para construções, de aço Mannesmann, sem costura; mastros de descarga e
outros materiais para navios; recipientes tubulares de aço laminado sem costura, para ácido carbônico, amoníaco líquido e outros líquidos ácidos ou
voláteis; tubos de precisão e para canalizações submarinas, com junções especiais de segurança etc. etc.
Como já tivemos ensejo de salientar, os produtos Mannesmann têm encontrado no
mercado nacional a mais franca e animadora aceitação. Inúmeras municipalidades, incitadas pelo exemplo das cidades européias, em que a reputação dos
produtos Mannesmann de há muito já dispensa a propaganda, adotaram exclusivamente o material das usinas Mannesmann, e toda nova instalação equivale
a uma nova apologia da superioridade deste produto.
O recente sucesso obtido pela Sociedade Tubos Mannesmann, na concorrência
pública promovida pela Intendência Municipal de Pelotas, para fornecimento de material destinado ás obras de abastecimento de água à mencionada
cidade rio-grandense, corrobora à evidência esta afirmação. Não obstante empenharem-se neste escrutínio comercial, que punha em perspectiva uma
avultada encomenda, os maiores produtores de tubos e artigos congêneres do mundo, foi a preferência para o suprimento do material, destinado à rede
de distribuição urbana, conferida à Sociedade Tubos Mannesmann.
Entre os maiores fornecimentos efetuados pela Sociedade Tubos Mannesmann,
merecem especial destaque os seguintes: a instalação de pneumáticos do Rio de Janeiro; as obras de abastecimento de águas, esgotos ou iluminação a
gás das cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, Bahia, Vitória, Paraíba do Norte, Porto Alegre, Uruguaiana, Juiz de Fora, Sapucaia, Lavras,
Vila Braz, Limeira, Itararé, Bauru, São João da Boa Vista e outras que seria demasiado longo enumerar.
Acrescem, a tão volumoso registro de fornecimentos, os de milhares de postes
tubulares, fornecidos para eletrocondutos, que, pela sua aparência delgada e elegante, atraem nas maiores cidades do Brasil a atenção dos
transeuntes e concorrem em elevado grau para o embelezamento das ruas.
Entre os artigos que a Sociedade Mannesmann fornece, podem citar-se os
seguintes: tubos para caldeiras de locomotivas e máquinas fixas; tubos com junções de flanges para alta pressão; tubos de aço de ponta e bolsa, sem
costura; serpentinas; tubagens para frigoríficos; tubos para revestimento de poços artesianos; postes tubulares, colunas tubulares para construções,
mastros de descarga; recipientes tubulares de aço laminado, sem costura, para ácido carbônico, etc.; tubos de precisão; tubos para canalizações
submarinas.
Prédio, escritório e armazéns de Oscar
Taves & Cia.
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Oscar Taves & Cia. - Esta casa foi fundada em 1880 pela firma Mansell &
Carré, comissária, com pequeno depósito de correias e maquinismos, tendo essa firma funcionado até 1888, quando o negócio foi traspassado ao sr. J.
F. Marques, continuou o mesmo ramo, em maior escala, sob a razão social de J. F. Marques & Cia. Em 1892, foi formada uma companhia limitada, J. F.
Marques Limited, que funcionou até 1893, ano em que a casa passou a dois antigos sócios e gerentes, os srs. Armstrong e Paulino Dias Pimenta, que
constituíram a firma de Armstrong, Paulino & Cia., até a retirada do sr. Armstrong em 1897. Tornou-se então o sr. Thomas Whyte sócio principal,
estabelecendo a firma Whyte, Paulino & Cia., que funcionou até o falecimento do sr. Paulino Dias Pimenta em 1898, ano em que a firma foi alterada
para Whyte & Cia., e admitido como sócio o sr. Oscar R. Taves. A firma Whyte & Cia. continuou até a retirada do sr. Thomas Whyte em fins do ano de
1904, quando o sr. Oscar R. Taves assumiu a gerência da casa, sob a firma de Oscar Taves & Cia.
Ficou então como chefe dos armazéns o sr. Avelino Dias Pimenta, já interessado
na casa há alguns anos, e que exerceu este mesmo cargo em todas as firmas desde J. F. Marques, em 1888. Desde o ano de 1900 se achava na casa, com
interesse, o sr. Bleda de Carvalho, que continua como interessado na atual firma.
As transações comerciais da casa têm aumentado gradativamente; hoje são
ocupados quatro prédios pelos armazéns, depósitos e escritórios; dois à Rua São Pedro, 90 e 92, e dois à Rua Theophilo Ottoni, 89 e 91, todos com
comunicações internas.
A especialidade da firma é negociar com as repartições públicas brasileiras,
para cujo fim dispõe de grande pessoal, com larga prática adquirida durante muitos anos de exercício na própria casa; cada empregado cuida de
determinadas repartições, todos sob a direção do gerente.
A firma Oscar Taves & Cia. tem executado grandes contratos de fornecimentos com
os governos brasileiros, entre os quais o fornecimento de cerca de 50 milhas de tubos de ferro fundido e peças especiais de 32" e 36", durante os
anos de 1908 e 1909, para o abastecimento de água à cidade do Rio de Janeiro.
Só esse contrato montou a centenas de milhares de libras esterlinas, não se
especificando outros, como os grandes fornecimentos que têm sido feitos à Estrada de Ferro Central do Brasil, ao Exército, Marinha, Repartições de
Agricultura e Obras Públicas.
As compras são efetuadas diretamente com os fabricantes europeus e americanos,
e entre as muitas casas estrangeiras que a firma representa, notam-se: The Standard Paint Co., de New York, Estados Unidos; The Keystone Driller
Co., de Beaver Falls, Pa., Estados Unidos; The Leavitt Machine Ltd., de Orange, Md., Estados Unidos; The Gandy Belt Co., de Baltimore, Md., Estados
Unidos; The Expanded Metal Co., de Westminster, Londres, Inglaterar; Davey Paxman & Co., A. G. Mumford, Ltd., de Colchester, Inglaterra; e James
Dawson & Son, Ltd., de Lincoln, Inglaterra.
Instalações de Vasco Ortigao &
Cia., "Parc Royal", com vistas de diversas seções e uma das oficinas
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Parc Royal - Os armazéns do Parc Royal foram fundados em 1875,m tendo
iniciado a sua existência numa pequena loja em frente ao local onde hoje existe. A história do seu desenvolvimento, através dos 36 anos decorridos,
seguiu e acompanhou o progresso da cidade do Rio de Janeiro na sua marcha para a civilização.
Os homens que trabalharam na casa primitiva, geração já hoje quase extinta,
deixaram aos que lhe sucederam uma honrosa tradição de probidade, de dedicação ao trabalho e de fé no brilhante futuro do país. Foi com esses
sentimentos e com as lições recebidas desses mestres que os atuais dirigentes do Parc Royal, antigos empregados da casa, conseguiram levar o antigo
estabelecimento ao grau de desenvolvimento em que hoje se encontra.
O Parc Royal pode se considerar um estabelecimento modelo no seu gênero, pois
foi organizado pelos processos técnicos mais modernos, em todos os detalhes da sua vasta e complexa instalação. O princípio fundamental que rege os
negócios desta casa é a absoluta probidade em todas as transações, por mínimas que sejam. Nos armazéns, os preços de todas as mercadorias, sem
exceção, estão marcados em algarismos comuns e visíveis.
O Parc Royal tem uma extensão considerável de negócios; as suas transações são
as mais vastas que casas congêneres têm realizado no país. Reúne sob uma só administração vários ramos importantes de comércio e indústria; são, por
assim dizer, diversos estabelecimentos e diversas fábricas com uma só direção, resultando assim uma parte relativamente pequena de despesas e
encargos para cada ramo em particular. Verifica-se assim que os gastos gerais que recaem sobre o preço das mercadorias são mínimos em relação a
outras casas.
A importação dos artigos estrangeiros é feita pelos processos mais vantajosos.
O Parc Royal tem a sua filial, sob a mesma firma, registrada na praça de Paris, com capitais suficientes para fazer todas as compras em dinheiro à
vista, por pessoal seu, de absoluta competência. As mercadorias de procedência nacional são adquiridas pelo mesmo processo: ausência de
intermediários e aproveitamento de todos os descontos.
As oficinas reunidas no grande edifício da Rua Uruguaiana, esquina da Rua do
Hospício, são modelos no seu gênero e podem ser visitadas a qualquer hora útil. Os numerosos artigos ali manufaturados são vantajosamente conhecidos
em todo o Brasil. Os seus maquinismos movidos a eletricidade são os mais modernos. Trabalham nessas oficinas 400 operários, diversos mestres e
empregados.
Os armazéns do Parc Royal no seu edifício do Largo de São Francisco estão
divididos em 32 seções de venda e diversas dependências para uso e gozo dos fregueses. As grandes oficinas estão reunidas no edifício da Rua
Uruguaiana. A filial de Paris está estabelecida na Rua de Trévise 41, com armazéns de depósito, encaixotamento, escritórios etc.
A casa tem ainda outros anexos de menor importância, como sejam: tipografia,
garagem de automóveis, fábrica de caixas, cozinhas e salas de jantar, cada uma em seu edifício. O pessoal atual, empregados e operários
compreendidos, é superior a 1.000 pessoas.
Borlido, Moniz & Cia.: 1)
Depósitos na Rua Camerino; 2) O estabelecimento na Avenida Rio Branco
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Borlido, Moniz & Cia. - Esta firma foi fundada em 1879 pelo sr. João
Joaquim Gonçalves Borlido, em um edifício à esquina das ruas Direita e do Rosário, como importadora de óleos e lubrificantes. Nesta ocasião, entrou
o sr. Antonio G. Borlido Moniz, como empregado da casa, tornando-se sócio três anos mais tarde.
Em 1885, o sr. Gonçalves Borlido comanditou-se, continuando o sr. Borlido o
negócio sob a firma Borlido Moniz & Cia. Em 1895, foi um empregado da firma, o sr. Maia, feito interessado; e entrou para sócio dois anos depois,
não havendo, entretanto, mudança na firma. Em 1907, foi a sociedade dissolvida com a cláusula proviso, de que a respeitada firma de Borlido
Moniz & Co. ficaria com o sr. Moniz; e desde então, tem a firma continuado, sendo proprietário único o sr. Honorio G. Borlido Moniz.
Como sempre, faz a firma grande negócio de importação de locomotivas, material
de estrada de ferro, motores, caldeiras, máquinas para a agricultura, ferro, aço em vigas para construção, óleos, lubrificantes, graxas,
ferramentas, tintas e matérias corantes, acessórios mecânicos, aparelhos para estradas de ferro, asbestos, produtos de couro e borracha etc.
Os srs. Borlido Moniz & Cia. são agentes representantes de Pinchin Johnson &
Co. Ltd., Londres, fabricantes de tintas; e também da Gas Engine & Power Co. e Charles L. Seabury & Co. Consolidated (New York), construtores
navais. Negociam principalmente com o governo federal, assim como também com os governos de vários estados do Brasil. O seu escritório central fica
em edifício próprio, à Avenida Rio Branco, 67. A firma tem também depósitos à Rua Camerino, 101 a 107, além de outras propriedades em vários pontos
da cidade.
O estabelecimento, mostruários,
armazéns e fábrica da casa Bollmann (Francisco Vilmar)
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Francisco Vilmar (Casa Bollmann) - Como sucursal da firma
de Sel. C. F. Bollmann Wwe. & Sohn, de Braunschweig e Hamburgo, foi estabelecida no Rio de Janeiro, em setembro de 1904, a firma de Francisco
Vilmar, com um estabelecimento denominado Casa Bollmann, conservando assim o antiqüíssimo nome da casa matriz, que data de 1772. O edifício do
estabelecimento, que cobre uma área considerável e é de imponente aspecto, fica situado à Rua dos Beneditinos, 1, esquina da Avenida Rio Branco.
O principal ramo de negócio da firma consiste na importação, em
grande escala, de papéis e toda espécie de artigos para impressão simples ou ornamental, papéis para escrever, de seda, cartão, papelão, mata-borrão
etc., bem como de maquinismos para trabalhos litográficos.
Acompanhando o desenvolvimento que iam tendo os seus vários ramos
de negócio, estabeleceu a firma, também, uma seção importante para a venda, por atacado e a varejo, de louças, granito, porcelanas, vidros,
cristais, objetos de fantasia, aparelhos para mesa com decorações próprias e exclusivas, tudo em suma que se relacione com este gênero de negócios,
sendo os objetos importados diretamente da Alemanha, Áustria e Inglaterra.
Outra seção importante da firma é a de manufatura de envelopes,
devido a cujo êxito foi estabelecida uma outra seção, para impressão de cartões de visita e de cumprimentos, com belos e artísticos desenhos em
relevo. Esta seção, que também manufatura caixas de papelão, para usos farmacêuticos, está montada com os mais modernos maquinismos, dos mais
afamados fabricantes da Alemanha e Inglaterra. Só aí trabalham 60 pessoas.
À atividade e energia do sr. Francisco Vilmar não bastam, porém,
todos esses variados ramos de negócio; de sorte que a firma faz ainda transações importantes como agente única de várias afamadas fábricas de
automóveis d'Alemanha, bem como outros artigos deste ramo de negócio, entre os quais: carros de passeio e caminhões da casa manufatora Heinz,
Ehrhardt, de Düsseldorf e Zella St. Blasii, cujos produtos gozam de geral e excelente reputação; pneumáticos e borrachas maciças da afamada fábrica
Peters Union etc.
O sr. Francisco Vilmar, à cuja administração hábil e cheia de
iniciativa deve a Casa Bollmann a sua florescente situação, nasceu em 1867 em Berlim, onde foi educado e iniciou o seu tirocínio comercial. Veio
para o Brasil em 1886 e, depois de conhecer bem a fundo os costumes e métodos comerciais do país, fundou, como dissemos, em 1904, a Casa Bollmann.
Gasmotoren-Fabrik Deutz - A casa desta firma no Rio de Janeiro foi
aberta em 1909, como sucursal da Gasmotoren-Fabrik Deutz, de Coeln, Deutz, Alemanha, de fama universal. O principal negócio da casa consiste na
venda e instalação dos produtos da fábrica da casa em Deutz, em todo o Brasil.
Desde 1864, têm sido construídos na fábrica motores de todos os tipos,
locomotivas, bombas e locomóveis, assim como também automóveis etc. Os números abaixo dão uma idéia do trabalho desta empresa universal. Até
fevereiro de 1911, a firma forneceu os seguintes maquinismos que estão atualmente trabalhando: 101.400 motores, com um total de 967.000 cavalos;
6.000 bombas de sucção, com um total de 250.000 cavalos; 550 motores Deutzer Diesel com 23.000 cavalos; 900 locomotivas, com 10.500 cavalos; motores
para navios, com 8.500 cavalos, e 800 instalações de bombas hidráulicas, com 18.000 cavalos.
Os motores Otto gozam de alta reputação no Brasil e se encontram instalados em
todos os estados. A casa do Rio tem por especialidade a importação dos motores Deutzer, para instalações elétricas, que se encontram em Belo
Horizonte, Natal, Bragança, Sete Lagoas, Águas Virtuosas etc. Tem também motores especialmente adaptados às necessidades do país, tais como motores
para barcos de pesca e de passageiros, para fiação e tecelagem, e motores apropriados para os usos de lavoura ou para produção de luz elétrica.
Além de colocar no mercado os produtos de sua fábrica, a casa no Brasil é
também representante de várias fábricas importantes em todos os ramos de maquinismos; e ainda se encarrega da instalação de oficinas de carpintaria,
fábricas de vagões, oficinas mecânicas, padarias, fundições etc. Encarrega-se de vender locomotivas de qualquer classe para tração moderna,
correias, óleos para máquina, automóveis, caminhões automóveis, aço etc.
A firma tem agentes e representantes em todos os principais centros do Brasil e
dispõe de numeroso e competente corpo técnico, o que lhe permite ocupar um bom lugar entre as mais importantes casas congêneres do país.
Hard, Rand & Cia. - Várias casas norte-americanas, das mais importantes,
se ocupam da exportação do café brasileiro; entre estas, está a dos srs. Hard, Rand & Cia. A casa foi fundada pelos srs. Hard & Rand, de Nova York,
em 1880, e além da casa do Rio posteriormente abriram sucursais em Santos, São Paulo e Vitória.
A extensão do negócio em que estão empenhados os srs. Hard, Rand & Cia. pode-se
depreender do fato de ter essa firma, durante 1909-10, embarcado muito mais de 700.000 sacas de café, só do porto de Santos, para os diversos países
consumidores do mundo.
Janowitzer, Wahle & Cia. - A firma Janowitzer Wahle & Cia. foi fundada
em fins de 1907; é sucessora da casa Janowitzer, Vert & Cia., estabelecida há 21 anos. Atualmente, os sócios da casa são os srs. A. Janowitzer,
Vienna; Theiner e Janowitzer, Hamburgo; e J. Wahle, que tem a seu cargo os interesses da firma no Rio de Janeiro.
A casa é representante de várias casas importantes e importa também por conta
própria toda a sorte de artigos. Por mais de uma vez tem obtido contratos, por conta de importantes casas alemãs e austríacas, assim como também por
conta própria. Entre estes últimos, construíram os srs. Janowitzer, Wahle & Cia. uma ponte pênsil para o Ministério da Marinha, entre o Arsenal de
Marinha e a Ilha das Cobras.
Forneceram também ao Ministério da Guerra a totalidade dos materiais para
construção da Vila Militar e considerável número de máquinas para o Arsenal de Guerra. Para o Ministério das Obras Públicas, construíram a estação
radiotelegráfica do Rio.
Entre as firmas que a casa representa, encontram-se Gebrueder Goedhart .G. (Düsseldorff),
que tem contrato para grandes obras de aterro na baía do Rio de Janeiro; Hannovesche Maschinenbau A.G. (Hannover), fabricantes de locomotivas e de
caldeiras; C. Lorenz A. G. (Berlim), fabricantes de estações radiotelegráficas; Gebrueder Boehler . G. (Viena), fornecedores de estruturas de aço;
C. Reichert (Viena), fabricantes de microscópios; e J. Cook & Sons Ltd. (Londres), fabricantes de teodolitos.
Estabelecimento e depósitos de
Seraphim Clare & Cia.
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Seraphim Clare & Cia. - Esta firma é composta de quatro
sócios, sendo três portugueses e um brasileiro, os srs. comendador Seraphim Fernandes Clare, Joaquim Fernandes Clare, Adelino de Souza Coelho,
solidários, e Antonio Fernandes Clare, sócio de indústria. O capital social é de Rs. 1.000:000$000, por contrato registrado na Junta Comercial sob
nº 58.471, em 20 de maio de 1907.
A casa é sucessora das firmas Anastacio & Guimarães Junior e
Guimarães Junior & Cia., sendo que desta última já fazia parte o comendador Seraphim Fernandes Clare. O seu negócio consiste na importação de
fazendas da Inglaterra, Alemanha, Itália, Bélgica e França, as quais, juntamente com tecidos de manufatura nacional, a casa vende por atacado, para
todas as praças importantes do Brasil. |