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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - SANTOS EM 1913 - BIBLIOTECA NM
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [38-i]

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Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.

Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho informa, nas páginas 565 a 572, a seguir reproduzidas (ortografia atualizada nesta transcrição):

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

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Instalações da fábrica Hanseática
Foto publicada com o texto, página 565. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

A capital federal (cont.)

Indústrias (cont.)

Companhia Hanseática - Em outra parte desta obra existe uma descrição da maravilhosa cadeia de montanhas que circundam a cidade e a baía do Rio de Janeiro. Formam estas montanhas um reservatório natural, de onde é trazida a água para o abastecimento da cidade do Rio, água esta reconhecidamente de qualidades excepcionais. Aproveitando esta circunstância e para concorrer no fornecimento ao mercado do Rio de Janeiro, onde vêm já produtos similares de fabricação nacional, a Cervejaria Hanseática, fundada há alguns meses, iniciou no presente ano os seus trabalhos.

Justamente, quando começava esta obra a ser impressa, a Companhia Hanseática iniciava o fornecimento ao mercado do Rio de Janeiro, e não é difícil prever que os seus produtos encontrarão a melhor aceitação, não só na capital federal como também por todos os estados da União. A cervejaria foi lançada como sociedade anônima, com um capital de Rs. 900:000$000, que brevemente será elevado a Rs. 2.000:000$000.

Para a construção de sua fábrica, adquiriu a companhia um terreno com 26.400 metros quadrados à Rua Dr. José Higino, 1115, e hoje aí se ergue uma grande e moderna cervejaria, cobrindo uma área de 3.200 metros quadrados. Possui o estabelecimento maquinismo alemão dos mais modernos e aperfeiçoados tipos; e a sua capacidade de produção, com a presente instalação, será de 12.000.000 de garrafas de cerveja por ano, podendo esta produção, em caso de necessidade, ser elevada ao dobro. A água de que se utiliza a cervejaria vem diretamente do alto da Tijuca e é, sabidamente, de qualidade superior.

Uma visita à fábrica mostra que o seu edifício é de construção moderna e esmerada, e as instalações das mais modernas e aperfeiçoadas no Brasil. O maquinismo é todo movido a vapor e eletricidade, sendo o vapor produzido em quatro caldeiras de 70 hp cada uma. A instalação compreende uma grande máquina para a fabricação do gelo, e na cervejaria são empregados os processos científicos modernos para a fermentação, filtragem e purificação da cerveja, a qual, em seu processo, circula desde o andar superior da fábrica até embaixo, onde fica depositada em grandes tonéis, pronta a ser entregue aos consumidores.

Não é intenção nossa entrar nos pormenores da fabricação da cerveja. Podemos entretanto, de passagem, dizer, sem receio de contestação, que as marcas Hanseatica, München, Cascatinha e Iracema, que estão entre as principais marcas da companhia, são esmeradamente preparadas, de acordo com os princípios modelares e com a experiência de competente fabricante.

As entregas dos produtos da companhia serão feitas na cidade por meio de automóveis e nos subúrbios por carroças; a companhia tem já numerosos contratos para fornecimento de cerveja, não só no Rio de Janeiro como em vários estados do Norte e Sul do Brasil.

O capital desta companhia está todo em mãos de brasileiros, e os seus diretores são pessoas muito conhecidas, tanto no Rio como em São Paulo. A diretoria se compõe dos srs. coronel Antonio Norberto Ribeiro do Valle, presidente; Theotonio de Sá, gerente; Germann Thieme, técnico. O sr. Germann Thieme estudou em Berlim e, para avaliar o seu conhecimento técnico, basta dizer que foi ele um dos fundadores da Cervejaria Brahma, a qual deixou para ocupar o presente cargo.

O sr. Antonio Norberto Ribeiro do Valle é conhecido e importante fazendeiro no estado de São Paulo; o sr. Theotonio de Sá é também fazendeiro no mesmo estado, onde se ocupou na carreira comercial por algum tempo.

Empresa de Águas Gasosas - Sociedade Anônima Cervejaria Tolle - Esta empresa resulta da fusão de oito pequenas fábricas e foi organizada em 1909, com um capital de Rs. 500:000$000. A sua diretoria é constituída pelos srs. Augusto Tolle, presidente; José Joaquim Alves Machado, gerente; Joaquim Pinto Magalhães, tesoureiro; e Jacques Zahner, secretário.

Manufatura esta empresa toda a sorte de águas gasosas, Bilz e cerveja, achando-se presentemente em construção um edifício especial, destinado à manufatura de águas gasosas, próximo ao seu escritório, à Rua Riachuelo, 92, local onde possui a companhia uma área de 5.000 metros quadrados. A nova fábrica será instalada neste edifício e terá maquinismo do mais moderno e uma força motriz de 120 hp.

Atualmente, a empresa produz diariamente 600 dúzias de Bilz, 2.000 dúzias de gasosas diversas e 500 dúzias de sifões. A produção de cerveja vai atualmente a 25.000 dúzias mensais, tencionando a empresa construir uma nova fábrica, de modo a elevar a produção a 30.000 hectolitros anualmente. A companhia emprega um pessoal de 120 pessoas, e tem, para os diversos serviços, 25 carroças e 130 animais.

O sr. Augusto Tolle, presidente da companhia, está no Brasil há 30 anos, tendo residido durante 27 anos em São Paulo, onde fundou a conhecida Casa Tolle daquela capital, hoje organizada também em sociedade anônima. Veio para o Rio de Janeiro em 1909, fundando então a próspera empresa de que é presidente.

L. B. de Almeida & Cia. - A importante fábrica de cofres e fogões Progresso foi fundada em 1881 pelo sr. Luiz Bernardo de Almeida. Manufatura este estabelecimento cofres de chapa de aço à prova de fogo e arrombamento, balaústres e painéis de qualquer modelo, para sacadas, escadas de ferro fundido de qualquer tipo, fogões econômicos, ferros de engomar, fogareiros etc. etc. Manufaturam também os srs. L. B. de Almeida & Cia. portas de aço ondulado para vitrines e entradas.

O estabelecimento fica situado à Rua Francisco Belisário, 30, 32, 40 e 42, e é provido de ótimo e moderno maquinismo distribuído pelas amplas salas ocupadas pelas diversas seções em que se acha dividido. Ocupa a fábrica um pessoal de 250 operários, exportando os seus produtos, que gozam da melhor aceitação, para os diversos estados da União.

A firma foi premiada na Exposição Nacional de 1908, obtendo um Grande Prêmio e medalha de ouro; na Exposição de Buenos Aires em 1910, onde também obteve um Grande Prêmio e medalha de ouro; e na Exposição Municipal, com medalha de prata.

Presentemente, os sócios da firma são os srs. Luiz Bernardo de Almeida e Antonio de Almeida Pinho, ambos portugueses. O primeiro acha-se no Brasil há 47 anos; tendo sempre se ocupado nesta indústria, foi o fundador da firma. O sr. Antonio de Almeida Pinho está no Brasil há 30 anos e na casa há 23 anos, tendo entrado como sócio em 1898. os srs. Luiz Bernardo de Almeida e Antonio Pinho têm como sócio comanditário o sr. Antonio dos Santos Maran.

J. Lipiani - O sr. J. Lipiani é o proprietário da conhecida Fábrica Central, a vapor, de amêndoas cobertas, fundada em 1867 pelo sr. J. Serra. Possui sempre o estabelecimento um completo sortimento de amêndoas cobertas, confeituras, pastilhagem etc. etc. Manufatura e fabrica pratos de papelão e papéis rendados e tem sempre depósito de caixinhas, cartuchos, papel rendado etc.

A fábrica é montada com capricho e dispõe de uma força motriz de 25 hp eletricidade e 10 hp vapor, ficando situada em terreno de propriedade da firma. A produção diária eleva-se a 1.200 quilo, e as confeituras e bombons manufaturados no estabelecimento comparam-se favoravelmente com os similares europeus e são vendidos por todo o Brasil, tendo o sr. Lipiani agentes viajantes nas diversas zonas do país.

O sr. José Lipiani é de origem italiana, tendo vindo para o Brasil em 1884 e empregando-se no comércio até 1895, ano em que comprou o estabelecimento ao sr. Serra, dando-lhe logo o impulso que o trouxe à sua presente próspera posição. O sr. Lipiani tem visto os seus produtos distinguidos com altas recompensas, tanto nas exposições nacionais como nas estrangeiras, tais como a de Turim, em 1890; Brasil, 1900; Paris, 1889; São Luiz, 1904, e Turim, 1911.

O sr. José Lipiani é diretor da Associação Comercial, tendo-a representado na Exposição de Turim em 1911. A sua fábrica fica situada à Rua de S. Pedro, 294, e ocupa toda a largura do quarteirão, dando também frente para a Rua Marechal Floriano Peixoto, 189.

Santos, Costa & Cia. - Esta casa, conhecida no Rio de Janeiro há mais de meio século, foi fundada em 1849, sob a firma de A. M. Santos, Silva & Cia., passando mais tarde a denominar-se Santos, Silva & Cia. e tomando o presente título em 1907. Os sócios são os srs. Antonio dos Santos, João de Andrade Costa e Manoel Gomes Limeira, tomando todos parte ativa no negócio.

Os srs. Santos, Costa & Cia. importam e manufaturam couros e artigos em couro, fabricando, num bem montado estabelecimento, selas, malas, arreios e outros artigos similares. Na fábrica dos srs. Santos, Costa & Cia. trabalham cerca de 100 operários e, além do pessoal na fábrica e em seus armazéns, à Rua de São Pedro, 170, a firma tem vários viajantes nas diversas zonas do Brasil.

É digno de nota que a casa consome uma grande quantidade de couros nacionais proveniente dos curtumes do Rio Grande do Sul. Os artigos importados são numerosos e procedem da América do Norte e Europa. Para se avaliar a importância do negócio feito por esta firma, basta considerar que o seu movimento anual sobe a Rs. 1.200:000$000.

Companhia Industrial do Espírito Santo - Esta importante companhia, organizada com um capital de Rs. 7.000:000$000, tem como diretores no estado do Espírito Santo o srs. dr. Gatine, Chouffour e dr. Carlos Rezende. A usina hidráulica, geradora de eletricidade, propriedade da companhia, produz 3.600 hp utilizados nas diversas indústrias exploradas pela empresa.

Possui a Companhia Industrial do Espírito Santo uma fábrica de cimento, uma fábrica de papel, uma fábrica de açúcar, uma fábrica de óleos, uma fábrica de fiação e tecidos e uma serraria. Faz também a companhia a navegação a vapor do Rio Itapemirim, para o quê dispõe de uma frota de 18 vapores de fundo chato, para facilitar a navegação nos pontos rasos do rio, além de duas dragas. Alguns destes navios estão já inteiramente prontos; a construção dos outros, feita no estado do Espírito Santo, acha-se já muito adiantada.

Fonseca Seixas - O sr. Fonseca Seixas é estabelecido à Rua Gonçalves Dias, 50, com uma reputada fábrica de malas, importando também malas de todas as qualidades, bolsas, sacos, cadeiras, estojos etc., de que tem sempre em seu estabelecimento um completo e variado estoque. Esta casa foi fundada em 1865 sob a firma José de Seixas Magalhães, mudada em 1890 para Fonseca Seixas & Cia. e em 1895 para a presente firma.

Esta casa tem recebido um grande número de distinções, em diversas exposições em que têm figurado os seus produtos, tendo obtido um Grande Prêmio na Exposição de Paris em 1889, na de Chicago em 1893 e em outras mais.

O proprietário atual, sr. Luiz da Fonseca Oliveira Seixas, é de nacionalidade portuguesa, tendo vindo para o Brasil e m 1872 e entrando para o estabelecimento em 1876; foi feito interessado em 1888 e sócio em 1890, tornando-se em 1895 proprietário único. O sr. Oliveira Seixas tem ocupado o cargo de tesoureiro, e é atualmente primeiro procurador da Associação dos Empregados do Comércio do Rio de Janeiro.

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Maschinenfabrik Augsburg-Nürnberg A.G. Baviera: 1) Gerador de gás para gaseificação de coque, 3.000 bhp. Bahia Tramway Light and Power Co., Bahia; 2) A máquina Nuremberg, acionada por gás produtor de coque, 1.000 bhp, com um dínamo de corrente trifásica, Bahia Tramway Light and Power Co.; 3) Torre mostrando um guindaste com capacidade para 100 toneladas tendo sido experimentado com 150 t, no porto de Dublin, Irlanda; 4) Três máquinas Diesel, M.A.N., com 1.200 bhp de força para H. B. Sloman & Co., salitreiros em Rica Aventura, Chile; 5) Vagão de 2ª classe para a Shantung Railway, China; 6) Ponte levadiça sobre o Riachuelo, perto de Buenos Aires, vãos de 53,79 : 67,9 : 52,48 pés (16,4 : 20,7 : 16 polegadas); 7) Máquina rotativa, de imprimir, para Buenos Aires
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Maschinenfabrik Augsburg-Nürnberg A.G. (M.A.N.) - A Maschinenfabrik Augsburg-Nürnberg A.G. (M.A.N.) é uma das mais antigas e maiores empresas do Sul da Alemanha. Foi criada em 1898, pela fusão de duas firmas, as quais tinham individualmente obtido uma grande reputação, a Maschinenfabrik Augsburg e a Maschinenbaugesellschaft Nürnberg. A primeira destas firmas foi fundada em Augsburg em 1840, e a segunda em Nuremberg em 1837.

A Maschinenbaugesellschaft Nürnberg também abriu fábricas sucursais em Gustavsburg, próximo de Moguncia, em 1850, e em 1911 começaram os trabalhos de construção da sua quarta fábrica em Duisburg. O capital em ações, incluindo reserva, sobe presentemente a cerca de 38 milhões de marcos, e a transferência anual é de uns 60 milhões. A M.A.N. emprega atualmente cerca de 14.000 operários e outros empregados, dos quais cerca de mil operários estão constantemente trabalhando fora.

A especialidade desta casa é a construção de caldeiras, máquinas a vapor, turbinas de vapor, instalações de máquinas produtoras de gás, motores a gás de todos os tamanhos, motor Diesel, turbinas de água, máquinas de imprimir, instalações de vácuo, aparelhos de levantamento e condução, máquinas refrigeradoras, máquinas de prova, vagões de caminho de ferro e carros elétricos, pontes e toda espécie de construções de aço.

Os negócios de exportação, que têm ocupado bastante a atenção desta firma, estão subindo anualmente. Em 1910-11 excedeu a 23 milhões de marcos, dos quais cerca de 10 milhões representam pedidos de além-mar. A seção de construção de máquinas a vapor é uma das mais antigas da M.A.N.

As caldeiras são feitas nas oficinas de caldeiras das fábricas de Augsburg e Gustavsburg, onde se encontram as mais aperfeiçoadas máquinas para a sua construção. Além de caldeiras com tubos de chaminé, multitubulares, a M.A.N. faz especialidade de construção de caldeiras de tubos de água (tubulares) que ultimamente têm adquirido grande importância. Super-aquecedores e fogareiros mecânicos são aplicados às caldeiras para aumentar a economia. Até hoje, a M.A.N. tem fornecido mais de 3.300 caldeiras com uma superfície total de aquecimento de mais de 205.000 metros quadrados, incluindo caldeiras tubulares até de 450 metros quadrados de superfície de aquecimento e 18 de pressão realizável.

Poder-se-á também mencionar que a M.A.N. tem construído máquinas para impregnar dormentes de estradas de ferro da Baviera, Bulgária e China. A M.A.N. também negocia largamente em máquinas a vapor; e a força conjunta das máquinas por ela entregues até hoje excede 655.000 bhp (cavalos efetivos), incluindo grandes encomendas para a Rússia, a Bélgica, o Brasil e o Chile.

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Philipp Holzmann & Co. Ltd. Frankfort-sobre-o-Maine, Alemanha: 1) Schloss Friedrichsof; 2) Estação da E. F. Central, Frankfort-sobre-o-Maine; 3) O Teatro Lírico, Frankfort-sobre-o-Maine; 4) Festhalle, Frankfort-sobre-o-Maine; 5) Estação da E. F. da Anatolia a Haidar Pachá, Constantinopla
Foto publicada com o texto, página 569. Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la

Na última ou duas últimas décadas, a turbina a vapor tornou-se um sério rival das máquinas reciprocadoras, especialmente em estações centrais. A M.A.N. tem contribuído bastante para o desenvolvimento desta classe de máquinas e tem-nas aperfeiçoado o mais possível. Embora, antigamente, a M.A.N. só se tivesse dedicado à turbina de Zoelly, a experiência levou-a, mais tarde, a divergir um pouco deste tipo. A nova turbina a vapor da M.A.N. é uma turbina de impulso com roda de velocidade adicional, de construção compacta, permitindo uma fácil inspeção e fácil acesso às partes de trabalho, tendo um baixo consumo de vapor, e funciona com perfeita regularidade e livre de vibrações.

Além da turbina condensadora, a M.A.N. também constrói os recomendados tipos de turbinas para uso de pressões intermédias e sobras de vapor, as turbinas do tipo bleeder e turbinas de contra-pressão.

Desde que se dedicou à construção de turbinas de vapor em 1904, a firma tem já entregado, ou em encomenda, turbinas cuja força conjunta sobre a 435.000 bhp e com unidades individuais até 15.000 cavalos efetivos. As encomendas executadas incluem um grande número de turbinas para a Rússia, Itália, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Chile e China.

As máquinas de combustão entraram a competir com as máquinas reciprocadoras em data anterior à das turbinas a vapor. A M.A.N. foi a primeira casa a construir grandes máquinas a gás de ação dupla, com forças individuais até 6.000 cavalos efetivos, e estas têm uma parte importante, especialmente na indústria mineira, onde há uma grande fonte de energia barata ns gases inúteis dos fornos de separação e fornos de coque. Estas máquinas usam-se especialmente para mover dínamos e ventiladores e, menos freqüentemente, para moinhos e transmissões.

Os grandes motores de gás, combinados com instalações de produção de gás, usam-se também com grande vantagem noutros ramos de indústrias onde uma grande energia é necessária, tais como fábricas de tecelagem, de produtos químicos, de papel e de eletricidade. Para forças de 100 a 500 cavalos efetivos, a M.A.N. constrói motores simples a gás que, devido a seu baixo consumo de combustível, fácil funcionamento e pequeno espaço que ocupam, obtiveram grande aceitação, especialmente em fábricas de eletricidade médias e pequenas, instalações de bombas e outras semelhantes. O gás é produzido em instalações de gás especiais, das quais a M.A.N. tem construído uma grande quantidade e de desenhos diversos para satisfazer diferentes condições.

De importância especial são os produtores que usam antracita e coque. A força de motores a gás construídos pela M.A.N. excede 630.000 cavalos efetivos, tendo eles sido expedidos para a Alemanha, Luxemburgo, França, Áustria-Hungria, Inglaterra, Rússia, Espanha, Bélgica, Itália, Países Baixos, Estados Unidos da América, Brasil, Manchúria e Japão.

O motor Diesel é uma das mais importantes e satisfatórias inovações deste gênero nos últimos 14 anos, e este motor, desde o mais primitivo modelo até ao seu estado de perfeição atual, é o resultado de investigações efetuadas pela M.A.N. O motor Diesel é um motor de combustão, no qual se empregam combustíveis baratos e de baixa ignição, tais como óleos crus, óleo de gás, alcatrão sem chama, de ignição etc.; e o combustível é utilizado neste motor com muito mais vantagem do que em qualquer outro. O M.A.N. motor Diesel consome apenas 170 a 200 gramas d combustível por cavalo efetivo por hora. Possui, além disto, as vantagens de simplicidade e de requerer muito pouco cuidado, e pode se por em movimento em qualquer hora, mesmo depois de não ter sido usado por bastante tempo. Não há o perigo de explosões como sucede com caldeiras; e a possibilidade de fogo não existe, devido à sua construção e processos de manejo e à baixa inflamabilidade dos óleos que se usam.

O motor Diesel estacionário, da M.A.N., é construído em tipos verticais e horizontais com forças de 8 a 4.000 cavalos efetivos. Instalam-se como motores principais em fábricas de grandes diversidades e tamanhos, tais como fábricas de eletricidade, minas de carvão, moinhos e fábricas de preparação de substâncias alimentícias, em armazéns, hotéis, trabalhos agrícolas e par outros fins.

A M.A.N. constrói motores navais Diesel, para propulsão, ou para serem usados como auxiliares, que são notáveis pelo seu pouco peso, excelentes condições de manejo e um elevado grau de segurança, permitindo assim que, devido ao pouco peso de combustível, se aumente consideravelmente o raio de ação.

As grandes vantagens dos motores Diesel da M.A.N. têm contribuído para aumentar a sua venda consideravelmente. As forças conjuntas dos motores Diesel construídos ou encomendados até hoje excedem 290.000 cavalos efetivos, incluindo importantes encomendas para a Rússia, Estados Balcânicos, Inglaterra, Itália, França, Índia Inglesa, Índia Holandesa, Colônia do Cabo, Egito, Argentina, Peru, Chile e México.

A construção de carros de caminhos de ferro constitui também uma das principais ocupações da M.A.N., tendo sido iniciada no meio do século passado (N.E.: século XIX), ao mesmo tempo que se fazia o desenvolvimento dos caminhos de ferro alemães. Os antigos carros de dois eixos para passageiros foram primeiro substituídos por carros de 3 eixos e mais tarde pelos de 4 eixos ou bogies, preparados confortavelmente, e com um andamento suave e seguro, mesmo em grandes velocidades. A madeira tem sido largamente substituída por ferro, especialmente no caso de vagões de mercadorias.

Fazendo a construção dos seus carros de modo a satisfazer ao clima e condições de tráfego dos diversos países e hábitos dos povos, a M.A.N. tem conseguido aumentar as suas encomendas além das fronteiras da Alemanha. Na construção de bondes, a M.A.N. tem estudado cuidadosamente o desenho de armações convenientes, e ultimamente tem-se dedicado à construção de carros elétricos com instalação de petróleo, os quais têm dado resultados satisfatórios. Estes carros, devido à ausência de dispendiosos fios aéreos, são especialmente convenientes para linhas onde o tráfego é pouco pesado.

A M.A.N. tem entregado até hoje mais de 87 vagões de caminhos de ferro e 2.700 carros elétricos, na Alemanha, Suíça, Áustria-Hungria, Itália, Espanha, Rússia, Holanda, Bélgica, Turquia, Estados Balcânicos, Suécia, Inglaterra, China, colônias alemãs em África, Argentina e Chile.

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Philipp Holzmann & Co. Ltd. Frankfort-sobre-o-Maine, Alemanha: 1) Ponte sobre o Reno em Moguncia; 2) Uma draga; 3) Construção do maior reservatório d'água, para produção de força, existente no continente europeu, em Waldeck; 4) Dique em via de construção, em Wilhelmshaven; 5) Escavador mecânico; 6) O cais de Wilhelmshaven
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A M.A.N. começou, nos meados do século passado, a construir plataformas e guindastes, com o fim de ocorrer às necessidades das companhias de caminhos de ferro. Desde então, criou-se outra seção para a construção de toda espécie de elevadores e aparelhos de transporte, visto como o sempre crescente tráfego de mercadorias em caminhos de ferro exigia mais poderosos aparelhos que permitissem economizar trabalho e tempo.

A M.A.N. constrói ainda guindastes móveis para fábricas e estações geradoras, arsenais e fornos de revérbero, assim como guindastes giratórios, especialmente para trabalhos de porto, para carregar e descarregar barcos, para fundições, fábricas de aço etc. Os enormes guindastes giratórios erigidos nos portos de Emdem, Hamburgo, Dublin e Santa Cruz de Tenerife merecem especial menção. Os guindastes são geralmente movidos por eletricidade; há também casos especiais em que estão arranjados para serem operados a vapor. Os numerosos pedidos de exportação incluem a entrega de 20 guindastes para o porto de Buenos Aires.

A M.A.N. constrói também os mais modernos aparelhos para o transporte de mercadorias volumosas, tais como carvão, minerais etc., com rapidez, em qualquer direção desejada, entre barcos, comboios e docas, e que consistem geralmente de grandes pontes móveis, operadas por eletricidade e providas com acessórios especiais de elevação, cabrestantes ou guindastes giratórios com ganchos automáticos. Descarregadores de vagões, elevadores de botes, aparelhos de transporte, cabrestantes, ascensores, presas, portas de arca, plataformas e pontes de vaivém, que têm sido fornecidos a companhias de caminhos de ferro na Alemanha e estrangeiro, são também produtos desta seção.

A M.A.N. empreendeu também a construção de máquinas de cenários, as quais nos grandes teatros são operadas hidraulicamente, e nos pequenos eletricamente ou à mão. Estes aparelhos têm sido fornecidos para muitos teatros da Alemanha, assim como para o teatro de São Paul (Brasil) e para o Teatro Nacional, na Cidade de México.

A M.A.N. foi a primeira companhia a construir, em 1875, as máquinas para fabricação do gelo, sistema do professor Linde. Cerca de 2.800 destas máquinas têm sido enviadas pela M.A.N. para diversos países europeus e d'além-mar. A M.A.N. constrói máquinas de imprimir para satisfazer as mais variadas necessidades e tem remetido até hoje cerca de 1.000 máquinas para diferentes países, incluindo Rússia, Estados Balcânicos, Escandinávia, Inglaterra, Espanha, Portugal, Itália, América do Sul e Central, Ásia e África.

Os pedidos de obras metálicas para pontes induziram a M.A.N. a empreender, em meados do século passado, a construção de pontes. As suas oficinas e os modos de trabalhar têm sido constantemente aperfeiçoados, de modo a vencer quaisquer dificuldades num levantamento, sem interromper o tráfego. Para isto, recorreu-se ao processo de pontes de alavanca, assim como a ligação das partes separadas, nas obras; ou constrói-se a ponte nova junto à velha, sobre cavaletes auxiliares, e depois, suportada sobre bancos ou carretas, é a nova ponte levada para o lugar da construção antiga. O método de colocar em posição completos segmento de pontes, ligados por machos em barcas, foi usado pela primeira vez em 1870.

Barcas e pontões foram usados por esta firma, por exemplo, no levantamento da ponte de ferro sobre o Kyro-Sund, na Finlândia, e também quando se mudou a ponte velha de Colonia (N.E.: Koln, na Alemanha). A M.A.N. não só fornece a estrutura de ferro para pontes como também empreende todo o trabalho que se relacione com a sua construção, desde a primeira escavação até a sua abertura ao tráfego, incluindo trabalhos de terra, cimento, alvenaria e trabalhos de estradas.

A M.A.N. tem construído um grande número de pontes sobre pedestais de ferro e pilares de cimento armado, bem como pontes movediças, oscilatórias e de movimento lateral. Entre as muitas pontes que a companhia tem construído no estrangeiro, devem ser mencionadas as da Noruega, Romênia, Turquia, Anatólia, Creta, China, Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, África Ocidental, Camarões, África Oriental etc., incluindo também muitos cais de desembarque, construídos de cimento, como os de Eckwarderhörne, próximo de Wilhelmshaven; os de Cantão (China) e de Lomé (Togo).

Nas localidades em que as condições especiais não permitem a colocação de linhas ordinárias, a M.A.N. constrói caminhos de ferro suspensos, como os de Barmen-Elberfeld-Vohwinkel, com 13,6 quilômetros de comprimento.

Os princípios fundamentais da seção de construção de pontes têm também alcançado grandes êxitos na seção de estrutura de aço. A primeira estrutura de aço em altura, construída pela M.A.N., o Palácio de Cristal de Munique, em 1854, foi seguida por uma série de contratos, especialmente para estações de caminhos de ferro, vestíbulos (incluindo o vestíbulo da estação de La Plata), oficinas de reparações de caminhos de ferro e outros edifícios, fábricas de aço, oficinas e fundições, moinhos de fiação e tecelagem, moinhos para papel, fábricas de calçado, armazéns, salões de exposições e hangares para balões.

A M.A.N. tem construído também importantes aparelhos para indústrias de gás, assim como para fábricas, edifícios e gasômetros, os quais, mais tarde, devido aos tanques de água com lados salientes, cuja patente foi tirada pela M.A.N., permitem o levantamento de gasômetros que até hoje eram impossíveis de levantar.

Em telhados de vários edifícios, a M.A.N. chamou a atenção pela sua maneira de suprimir as folhas inúteis de ferro ondulado, substituindo-as por tetos e telhados de cimento e pedra-pomes com ferro. Estes telhados são notavelmente fortes, e embora as naves sejam grandes, não são pesadas; são à prova de fogo e constituem bons isoladores de calor. As vantagens desta construção têm desenvolvido o seu uso tão rapidamente que, desde a aplicação deste sistema em 1889 e 1890, a M.A.N. tem construído mais de 1.000.000 de metros quadrados deste telhado. A M.A.N. entrega não só os telhados e tetos, vidros, etc., que pertencem à estrutura de aço, ms também empreende desenhos arquitetônicos de instalações completas e leva a cabo os trabalhos de todo o contrato. Mais de 40.000 toneladas de aço são empregadas por esta casa na construção de edifícios altos.

Além destes ramos de indústria, devemos mencionar as turbinas de água, instalações de bombas, instalações de máquinas e vácuo, instalações de ar quente e instalações de fornos de fundição. Em todos estes domínios, a M.A.N. tem procurado sempre adaptar os seus desenhos aos princípios científicos e técnicos mais modernos e dá a mais completa atenção às necessidades especiais. Muitíssimos anos de experiência em todos os ramos, hábil pessoal e excelentes oficinas são as garantias que a firma oferece para os trabalhos modernos e de confiança. É deste modo que a M.A.N. tem conseguido não só ser uma das primeiras casas de engenharia na Alemanha, como também alcançado uma reputação que vai muito além das fronteiras dos países mencionados e mesmo a terras de além-mar.

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Philipp Holzmann & Co. Ltd. Frankfurt-sobre-o-Maine, Alemanha: 12) Casa dos acumuladores - Deutsch Ueberseeische Elektrizitacts Gesellschaft, Buenos Aires; 13) O presidente da República lançando a pedra fundamental dos trapiches da Doca Nº IV, Buenos Aires; 14) O célebre túnel do Elba em Hamburgo; 15) Enorme sonda em operação no porto de Kiel; 16) Estrada de ferro aérea, com 480 metros de vão, no Reservatório de Waldeck
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Philipp Holzmnn & Cia., G.M.B.H. Francfurt s. Maine - A firma de Philipp Holzmann & Cia. foi fundada em 1856, quando se montou em Francfurt-sobre-o-Maine uma fábrica para materiais de construção e uma serraria a vapor. Sob a direção do falecido herr Philipp Holzmann, arquiteto, e do seu irmão herr Wilhelm Holzmnn, engenheiro, os negócios rapidamente se desenvolveram. Em 1872, a Internationale Baugesellschft reuniu-se à companhia, trazendo-lhe considerável aumento de capital em operação, e a empresa prosperou por tal forma que, em breve, se tornava uma das maiores firmas de empreiteiros no continente europeu, e a mais vasta empresa do seu gênero no império alemão. Começando a tomar parte maior em empreitadas fora da Europa, a companhia, em pouco tempo, se colocou entre as firmas de reputação mundial.

Além do estabelecimento central em Francfurt, a firma tem sucursais registradas em Berlim, Munique, Dresden, Dusseldorf e Dantzig, além de cerca de 75 outras espalhadas por todo o mundo. O seu pessoal compreende cerca de 1.000 empregados e mais de 30.000 operários. Possui a firma 14 grandes pedreiras, 5 grandes olarias, 1 serraria, 1 carpintaria, 1 oficina de Engenharia, 1 departamento de pedreiros, 1 usina para polimento de pedra, 1 departamento de escultura, e uma vastíssima instalação para tudo que diga respeito a empreitadas sobre e sob o solo.

Com seu pessoal habilitadíssimo e suas perfeitas instalações, pode, pois, a empresa executar qualquer serviço de sua especialidade, incluindo a construção de canais, pontes e estradas de ferro.

1) Entre os principais edifícios por ela executados na Europa e noutras partes, figuram numerosos palácios para bancos, casas de diversões, castelos, habitações campestres e villas, construídos com pedra das pedreiras da firma ou com tijolos das suas olarias. Várias outras construções têm sido feitas com cimento armado, tais como o Schloss Friedrichshof, em Cronberg, nos montes Taunus, para sua majestade imperial a imperatriz Frederick; o palácio de Schaumburg-Lippe, para sua alteza o príncipe Schaumburg-Lippe, em Bonn; o castelo de Rammelburg, na Turíngia; a Intendência de Pffugenberg, perto de Eisenbach; as residências de von Mumm e von Weinberg, perto de Francfurt s/Maine; o edifício central do Correio em Francfurt; o Teatro Lírico de Francfurt; o Schauspielhaus (teatro) de Francfurt; a Intendência de Francfurt; a sala de diversões e concertos de Francfurt; os trabalhos de cantaria do Reichstag (sede do governo) em Berlim; o Tribunal de Justiça de Munique; a Intendência de Hamburgo; o Palácio Imperial de Strassburg (Alsácia); a galeria de arte Stadel, em Francfurt s/Maine; o edifício da Universidade Kaiser Wilhelm, em Strassburg; um grande número de bancos, igrejas, escolas, monumentos, grandes armazéns, celeiros, edifícios para exposições, quartéis e fortificações, paióis de pólvora e instalações elétricas, entre os quis merecem especial referência os edifícios do Reichbank, do Frankfürter Bank, do Disconto Gesellschaft e do Effekten und Wechsel Bank, em Francfurt s/Maine, os escritórios e instalações do Metallgesellschaft e do Providentia em Francfurt, a Igreja de Cristo em Francfurt, a Erlöserkirche em Hamburg (vor der Hohe), diversas escolas, o monumento Niederwald, o monumento ao imperador Guilherme I em Coblenz, o monumento a Bismarck em Hamburgo, o edifício para exposições em Nuremberg, Leipzig e Berlim, quartéis em Metz, Dieuze, Mainz e Francfurt s/Maine, e instalações elétricas em Minz, Mannheim e Francfurt s/Maine.

Em países estrangeiros a firma construiu, além de outros importantes edifícios: a estação central das estradas de ferro em Amsterdam; a estação da estrada de ferro da Anatólia a Haidar Pachá em Constantinopla; muitos edifícios importantes em Buenos Aires; armazéns, trapiches, celeiros em Derindje (Ásia Menor) e Haidar Pachá (Constantinopla); e extensíssimos locais para exposições em Chicago, Paris, Roma e Buenos Aires, para muitas de cujas exposições internacionais a firma forneceu também os planos.

2) De 1872 a 1910, a firma construiu mais de setenta grandes pontes, em cuja construção foram lançados uns 120 alicerces por meio de ar comprimido, tendo sido em 1877 a primeira vez que a companhia utilizou o ar comprimido para esse fim, na construção da ponte sobre o Reno em Basle. Os desenhos e projetos apresentados pelos srs. P. Holzmann & Cia. têm obtido os mais altos prêmios e qualificações em diferentes concursos, tais como - para só citar casos recentes - no concurso para a Kaiserbrücke em Bremen, e para a nova ponte sobre o Reno em Cologne, para substituir o velho pontão existente. Uma das mais bonitas e importantes pontes sobre o Reno é a construída pela firma, para o governo, em Mainz, tendo a firma oferecido um desenho que foi classificado em primeiro lugar no concurso aberto.

Esta ponte tem uma extensão, de margem a margem, de 499 metros e atravessa o rio com cinco vãos, o mais largo dos quais mede 104 metros. Os quatro pilares que a suportam têm um diâmetro médio de 8,06 m e, como o espigão da margem esquerda, firmam-se em caixões de ferro submergidos à força de ar comprimido. Todo o serviço foi terminado em quatro anos (1881-85), tendo a construção custado 3.200.000 marcos (2.400 contos de réis).

Outras pontes dignas de menção são a da estrada de ferro sobre o Reno, abaixo de Mainz, três pontes de trânsito sobre o Reno, em Basle, a ponte das docas de Zurique, ponte sobre o Reno em Düsseldorf e em Strassburg-Kehl, duas pontes sobre o Elba em Dresden (a Carola Brücke e a Augustus Brücke), quatro pontes sobre o Oder, e três sobre o Mosella, a Kaisesr Wilhelm Brücke, Moltke Brücke e Spreebrücke, seis pontes sobre o Maine em Francfurt, Offenbach e Costheim, diversas pontes sobre o Neckar, Weser, Fulda, Weischsel e Warthe, e a ponte sobre o Goldeborg Sound na Dinamarca.

3) A firma tem feito também vastas e importantes construções hidráulicas, entre as quais merecem especial atenção os trabalhos de drenagem feitos por ordem das autoridades navais alemãs. Em 1897, a firma foi encarregada de construir duas docas - nºs V e VI - em Kiel, cada uma com 30 m de largo, 175 de comprido e 11 de fundo, do nível médio das águas. O terreno foi escavado por meio de dragas de flutuação especialmente construídas para esse fim, a uma profundidade de 21 metros abaixo do nível médio das águas. Os trabalhos de nivelamento do fundo e outros necessários para o lançamento dos alicerces foram executados por escafandros ligados a suportes flutuantes, tudo especialmente arranjado para o serviço. Assim, puderam ser depositados, em seco, cerca de 400 m³ de cimento por dia.

Em 1901, a firma foi encarregada de construir três outras docas maiores, 180 m de comprido, 35 de largo e 11 de fundo, cujos fundamentos foram igualmente lançados por meio de escafandros e ar comprimido; os molhes foram construídos com blocos de cimento, colocados diretamente na base, convenientemente preparada por meio de dragagens e tornada estanque.

Além desses trabalhos, foi executada, em Wilhelmshaven, uma grande extensão do paredão do cais, sendo parte em cimento armado, bem como vastos trabalhos de dragagem.

Presentemente, a firma está construindo as amuradas na entrada ocidental do canal, o que constitui um prolongamento do Kaiser Wilhelm Canal. Trabalho muito interessante foi a construção do molhe em Bremen, tendo-se de secar, aí, o leito do rio, na extensão necessária, por meio dum sistema de poços de filtramento, abertos em redor da zona de operações e também pelo meio dela. Foi necessário abrir 150, todos em comunicação e servidos por 13 bombas de, mais ou menos, 800 hp; e o nível das águas teve de ser baixado cerca de 9 m.

A firma tem construído também grande número de açudes, entre outros o que fica perto de Gmund, no Eifel; e, presentemente, traz em construção um outro em Waldeck que, quando terminado, será o maior da Europa. A bacia terá uma extensão de 21.000 m e poderá conter 217 milhões de m³ de água, o que o torna o maior reservatório existente para produção de força.

O açude tem 280 m de comprimento no fundo e 400 à superfície; a largura é de 35 metros n base e 7 metros à superfície; de altura, terá 48 m. Para sua construção, necessitam-se 285.000 m³ de pedra, e ele levará cinco anos. Uma das nossas ilustrações dá um idéia de quanto foi necessário para sua construção; merece especial atenção o arranjo dos vagonetes que servem para carregar e distribuir os materiais.

Outro trabalho ainda mais importante foi empreendido em 1906, quando o estado de Hamburgo mandou construir o túnel do Elba em Hamburgo, de acordo com um projeto apresentado pela firma. Confiando na sua competência e tendo em consideração os seus triunfos anteriormente alcançados em trabalhos semelhantes, o estado de Hamburgo entregou à firma a empreitada, sem ao menos abrir concorrência para outras firmas.

Por motivos circunstanciais, o túnel termina, em ambas as extremidades, por duas galerias de ascensor, com 22 metros de diâmetro cada uma, ligadas por dois túneis de 6 m de diâmetro nas aberturas, cada um. A superfície inferior dos túneis está a 22 m abaixo do nível médio do Elba e a distância entre as duas galerias é de 448½ m de centro a centro.

Os túneis foram abertos ainda por meio de ar comprimido, bem como a galeria de Steinwaerder; a de St. Pauli, porém, foi cavada por meios ordinários, devido à firmeza do terreno ali. O túnel ficou terminado e foi franqueado ao uso em agosto de 1911.

Outros trabalhos importantes, levados a efeito pela empresa, são as construções no Kaiser Wilhelm Canal, os trabalhos do Rio Maine, entre Mainz e Francfurt, e os do Rio Fulda, o canal Elba-Trave e o Oder-Spree, os trabalhos do Rio Weichsel em Dantzig, os trapiches em Cologne, as docas em Mannheim e Zurich, o Canal Emscher, trabalhos de portos em Cuxhaven, Hamburgo, Mannheim, Rheinau, Duisburg, Torgau, DOrtmund, Orth na ilha de Fehmarn, Cologne, Düsseldorf, Walsum e Bamberg, e as construções para força hidráulica nos rios Lech, Iller, Isar e Saar. Há pouco tempo ainda, foram terminados os trabalhos chamados Osthafen, em Francfurt s/Maine.

Entre os mais importantes trabalhos hidráulicos, executados no estrangeiro, figura a construção dos portos de Tangier (Marrocos), Derindje (Oriente) e Dar-es-Salam (África).

4) A firma tem construído grande número de estradas de ferro e estações de estradas de ferro, cuja enumeração completa tomaria demasiado espaço. Mencionemos, porém, a linha de Duisburg e a Mainz-Kastel-Hochheim (a qual contém muitos trabalhos difíceis), os túneis de Heidelberg e Nurgarten-Teterchen, a linha Francfurt-Bebra, a Landquart Davos (Suíça), a reconstrução da estação de Pforzheim e outras.

De especial importância é a estrada de ferro Central da África Oriental, com 1.260 km de linhas, para a qual a firma forneceu também o projeto de construção. Esta estrada de ferro, que vai de Dar-es-Salam a Kigoma, no Lago Tanganika, serve, pois, para ligar o Oceano Índico aos lagos da África central. Outras empreitadas notáveis são as das estradas da Anatólia e as estradas, a serem construídas em futuro próximo, na Turquia Asiática.

5) Serviços de abastecimento d'água, esgotos, drenagens e lançamento de cabos telegráficos têm sido executados em muitas das grandes cidades da Alemanha, da Áustria e da Suíça, havendo mesmo, para esta espécie de serviços, um departamento especial da empresa. A firma construiu os esgotos de Hamburgo, Berlim, Charlottenburg, Schöneberg, Munique, Stuttgart, Hanau, Mannheim e várias outras cidades, encontrando muitas vezes, durante os trabalhos, as maiores dificuldades nas condições do subsolo e água subterrânea. A este propósito devem ser destacadas as cidades e Hamburgo e Altona, onde tiveram de ser construídos esgotos com 2,75 e 3 m de diâmetro e 7 km de extensão, para o que foi necessário o uso do ar comprimido.

Além dessas, pode ser mencionada a construção do principal escoadouro de Schöneberg, que teve de ser concluído através dos distritos de Berlim e Charlottenburg. Aqui, o relativamente alto nível da água subterrânea foi reduzido por um sistema de poços de filtramento, abertos em larga extensão.

Entre outros trabalhos de canalização figuram os altos reservatórios construídos para Francfurt-sobre-o-Maine, Berlim, Munique, Nuremberg e Amberg, bem como o lançamento, de novo,de cabos telegráficos em Munique, Augsburg, Ulm etc.

Outras espécies de trabalhos executados pela empresa compreendem instalações de fábricas, aumento de instalações para minas, abertura de galerias por meio de ar comprimido etc.

6) Nas suas propriedades de Hainstadt, distrito de Offenbach, e Gehespitz, perto de Francfurt, a firma tem duas importantes olarias, onde fabrica ladrilhos naturalmente coloridos e esmaltados, tijolos especiais para banheiros e telhas. Os ladrilhos são feitos de onze cores diferentes, desde o branco mais puro até ao vermelho mais carregado, passando pelo pardo e outras cores intermediárias. Os produtos são os melhores que se podem oferecer neste gênero.

Os tijolos e telhas são cozidos e queimados a temperaturas altíssimas, freqüentemente mais de 1.400º C, o que lhes dá grande rijeza e resistência. Eles resistem aos ácidos, bem como à neve, de sorte que as paredes e telhados das casa construídas com eles podem resistir a todas as temperaturas, e, por outro lado, nunca perdem a sua bela cor, nem se deixam entranhar pelo sujo.

Os ladrilhos esmaltados, bem como os demais produtos da olaria, são de primeira qualidade. Os azulejos, que são feitos em 17 cores diferentes, não apresentam fendas e resistem a quaisquer influências atmosféricas. Uma especialidade da firma são os seus ladrilhos especiais para banheiros, privadas, mictórios públicos e depósitos de carvão, em suma para todas as instalações sanitárias e outras em que se exija particular asseio. As ilustrações aqui reunidas mostram alguns dos trabalhos realizados pela casa.

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Philipp Holzmann & Co. Ltd. Frankfurt-sobre-o-Maine, Alemanha: vista seccional do túnel do Elba, em Hamburgo
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Philipp Holzmnn y Cia., Sociedad Limitada (sucursal de Buenos Aires) - A sucursal de Buenos Aires, instalada à Calle Lavalle 472, foi estabelecida, sob a designação supra, em 1907. À sua testa acha-se um engenheiro que tem, sob suas ordens, um pessoal de, mais ou menos, 60 empregados e 2.000 operários.

No fim de 1911, a sucursal havia já realizado empreitadas no valor de 25 milhões de pesos, ou 75.000 contos, entre as quais merecem especial menção os trabalhos executados para a Deutsch-Ueberseeische Elektrizitäts-Gesellschaft (Companhia Alemã Ultramarina de Eletricidade), por cuja conta foi instalada a grande usina de eletricidade nas docas meridionais de Buenos Aires, prolongadas até ali. A usina possui três caldeiras de 53,30 m por 21,90 m com quatro grandes chaminés, medindo uma 9 x 9 m na base, e as outras três 9 x 10 m, todas com 60 m de altura. Há também uma instalação para a bomba, de 87,05 m por 15 m; para a usina de 87,20 m por 28,90 m; um apara os comutadores, de 45,50 m x 34,05; e, finalmente, para os acumuladores, de 46,10 x 7,05.

Em ligação com este contrato, teve a firma de construir importantes instalações para o fornecimento de carvão e drenagem das águas dos condensadores, indo estas da usina de força ao Rio da Prata. O serviço de drenagem é feito por uma sarjeta com ralos, que vai desde a usina, casa das bombas e caldeiras; por uma outra, com 250 metros de comprimento, que vai das caldeiras até o poço do sifão na Doca Sul; por um sifão com 105 m de comprimento e dois poços; por uma sarjeta com 900 metros de extensão, desde o sifão até o Rio da Prata; e, finalmente, por um tubo de sucção da Doca, em ligação com a instalação das bombas.

Devido às más condições do subsolo, isto é, à lama do Rio da Prata, todas as construções tiveram de ser feitas em cimento armado, tendo sido empregadas cerca de 3.100 pilhas.

Para a mesma firma, foram executados dois prolongamentos da grande usina elétrica, bem como grandes cavalariças. Para a Sociedad General de Productos Quimicos, Limitada, de Buenos Aires, executou a empresa importantes consertos, nas suas instalações de serviços químicos, perto da grande usina de força. Outra importante obra executada pela sucursal de Buenos Aires foram os trapiches do porto e rampas da Doca IV, mandados construir pelo governo argentino. Foram construídos duma vez quatro trapiches e quatro rampas, cobrindo 30.500 m². Também aqui as construções tiveram de ser feitas com pilhas de cimento armado, devido à lama do Rio da Prata, tendo sido necessárias 4.027 pilhas, com 7 metros, em média, de comprimento. Todas as outras partes das obras, tais como paredes exteriores, estuques, colunas ou pilares etc. foram executadas com concreto reforçado. A empreitada incluía também o lançamento de novos trilhos e o fabrico e entrega de guindastes elétricos, bem como duma grande carreira.

Entre outras empreitadas da sucursal, merece referência a construção do Salão de Honra e anexos da seção alemã, bem como a dos pavilhões da Deutsche-Ueberseeische Elektrizitäts-Gesellschafft, na Exposição Internacional de Estradas de Ferro e Meios de Comunicação, realizada em Buenos Aires, em 1910.

Presentemente, traz a firma em construção as seguintes empreitadas: a primeira seção do underground (estrada de ferro subterrânea) de Buenos Aires, da Plaza de Mayo à Plaza Once de Setiembre; a construção de um túnel para o Ferrocarril Oeste (também subterrâneo); a Associação dos Marinheiros Alemães em Buenos Aires; o novo edifício para a firma hamburguesa dos srs. F. Clarfeld em Buenos Aires; prolongamento da fábrica de piano dos srs. Breyer Hermanos; uma nova villa para o sr. Martinez de Hoz; aumento das instalações do Banco Aleman Transatlantico; e trabalhos de alicerçamento e outros para a empresa Frigorificos Armour de La Plata, da South American La Plata Cold Storage, e para a Compañia de Electricidad de la Provincia de Buenos Aires, em La Plata.

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