Estrada de Ferro Sorocabana - depósito de locomotivas em Sorocaba
Foto publicada com o texto, página 231.
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Sorocabana Railway
A Companhia Sorocabana, que deu início às Estradas de ferro que constituem hoje
a empresa Sorocabana Railway Company, formou-se em 24 de maio de 1871, na cidade de Sorocaba, com o capital de Rs. 4.000:000$000, e entregou seu
primeiro trecho, de 110 quilômetros, São Paulo-Sorocaba, ao serviço público, em 1875. Quatro anos depois, 1879, chegou ao Ipanema. Elevando o seu
capital a Rs. 7.200:000$000, prolongou os seus trilhos até Tietê, chegando a Bacaetava em 1880; a Boituva, em 1882; e em 1º de janeiro de 1883, a
Tietê.
Em 1882, elevou ainda o seu capital a Rs. 12.000:000$000 e encetou a construção
do trecho de Cerquilho a Botucatu e de um ramal de Boituva a Tatuí. A Botucatu, chegou em abril de 1889; e em junho do mesmo ano concluía o ramal de
Tatuí. Em 1888, obteve a companhia Sorocabana privilégio do então Governo Geral, hoje Federal, para prolongar os seus trilhos de Botucatu à foz do
Tibagi, no Rio Paranapanema; e de Tatuí às divisas com a então província do Paraná. Para ocorrer às despesas que essas construções trariam, elevou o
seu capital a Rs. 38.000:000$000.
Estrada de Ferro Sorocabana - carro-restaurante
Foto publicada com o texto, página 231.
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A Companhia Ituana, fundada em 1870 e que tinha por fim ligar a cidade de
Jundiaí a Itu, com um ramal de Itaici a São Pedro e um sub-ramal do Porto João Alfredo, era concessionária da navegação dos rios Piracicaba e Tietê,
e com direito à zona do lado esquerdo do Tietê, tinha na proximidade de Botucatu os mesmos interesses que a Sorocabana. Daí resultaram lutas de
tarifas prejudiciais a ambas as empresas.
Para sanar esse inconveniente, foi resolvida a fusão das duas empresas, o que se
efetuou em 20 de fevereiro de 1892, sendo adotada a denominação de Companhia União Sorocabana e Ituana, elevado o capital a Rs. 70.000:000$000. Para
cabalmente realizar o seu desideratum, fez a nova empresa a ligação de São Manoel a Botucatu. Tomou Porto Martins, donde saíram um pequeno
ramal para São Manoel, um ramal para a Sorocabana, uma ligação de Vitória a Treze de Maio; e, em Mairinque, fez a ligação do tronco da Sorocabana
com o da Ituana. Posteriormente, prolongou a linha a São Manoel e Bom Jardim; de Capão Bonito a Cerqueira César e de Tatuí a Itapetininga.
Para realizar todas estas construções, teve a empresa que fazer empréstimos, que
acarretaram juros superiores à renda então produzida pela estrada, porquanto a zona não estava explorada de modo a dar produção correspondente à
exuberância das suas terras; e em conseqüência disso lhe sobreveio a falência.
Para saldar os compromissos dessa empresa, chamou o governo federal a si a
responsabilidade dos debêntures emitidos pela Sorocabana e Ituana, e tomou a seu cargo a exploração da estrada. Posteriormente, ao estado de São
Paulo, de acordo com o governo federal, passou a gestão da Sorocabana; e finalmente, o estado de São Paulo a cedeu à atual Empreza Sorocabana
Railway Company, mediante arrendamento.
Estrada de Ferro Sorocabana - ponte sobre o Rio Tietê em Salto, perto de Itu, estado de S. Paulo
Foto publicada com o texto, página 232.
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Depois de passar a estrada ao governo da União e do Estado, foi feito o
prolongamento de Bom Jardim a Agudos, e em seguida a Bauru, onde a linha chegou em 1903; de Cerqueira César a Manduri, e depois a Salto Grande do
Paranapanema, onde chegou em 1909; e dois ramais para Santa Cruz do Rio Pardo e Piraju. De Itapetininga foi prolongada a Itararé, divisa com o
estado do Paraná, onde chegou em 1908. O estado de São Paulo, no seu arrendamento, tomou o compromisso de levar os trilhos até o Rio Paraná, divisa
do estado de Mato Grosso.
Atualmente, a rede da Sorocabana compõe-se das seguintes linhas: São Paulo a
Bauru, 438.439 m; Capão Bonito a Salto Grande, 217.818 m; B. Campos a Santa Cruz, 23.890 m; Manduri a Piraju, 25.380 m; Vitória a Porto Martins,
30.072 m; Treze de Maio a Araqui, 6.878 m; Cerquilho a Tietê, 8.069 m; Boituva a Itararé, 271.850 m; Mairinque a São Pedro, 227.006 m; Itaici a
Jundiaí, 43,1 km; Chave a João Alfredo, 17.428 m; Total, 1.309,930 km. Em construção, ou por construir, existem mais 431 km de linha.
As condições técnicas das estradas de ferro que compõem a Sorocabana Railway
Company são as seguintes: bitola, 1 metro; raio mínimo das curvas, 120,00; rampa máxima, 2 por cento.
Em todos os trechos construídos depois que a estrada foi adquirida pelo governo
de São Paulo, as condições são mais favoráveis, porquanto o raio mínimo das curvas passou a ser de 163 m e a rampa máxima de 1,5%.
A estrada utiliza dormentes de madeira, em média 16.000 por quilômetro, e
trilhos de aço de 20 kg por metro corrente, mas estes estão sendo substituídos por outros de 26 kg, substituição que já se fez em mais de 350 km. As
suas máquinas, na maior parte, são americanas, do fabricante Baldwin, sendo utilizado, para grandes trens de passageiros, o tipo 10-Wheel com 45
toneladas de peso; e para os trens de carga, o tipo Mallet, de 85 e 72 toneladas.
Estrada de Ferro Sorocabana - vagão aberto para 24.000 quilos
Foto publicada com o texto, página 240.
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Nos primeiros 30 quilômetros a partir de São Paulo, os terrenos cortados pela
Sorocabana são planos determinados pela grande várzea do Tietê; os 100 quilômetros seguintes são excessivamente acidentados; seguindo, no tronco e
na seção Ituana, os terrenos ondulados que caracterizam o planalto de São Paulo. Nas linhas de Itararé a Tibagi, encontram-se grandes extensões
quase planas e cuja vegetação é rasteira.
Das condições topográficas do seu traçado se concluem as diversas utilizações da
zona da Sorocabana. Pouco exploradas são as terras dos primeiros 30 quilômetros. As explorações de produtos alimentícios foram destinados os 100 km
seguintes e principalmente à utilização das quedas de água que a irregularidade topográfica desse trecho apresenta; assim é que os maiores centros
manufatureiros de São Paulo aí se encontram: Sorocaba e Salto de Itu.
As zonas que imediatamente se seguem a esse terreno são utilizadas em culturas
de algodão, e em seguida café, cuja produção, por árvore, é a maior do estado de São Paulo. Na seção Ituana, além do café há grandes explorações de
açúcar. O ramal de Itararé presta-se perfeitamente para a criação de animais que fartamente poderão viver nos seus grandes campos.
Estrada de Ferro Sorocabana - pontes, bueiros e rampas
Foto publicada com o texto, página 241.
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Para mostrar o desenvolvimento que tem tido a zona cortada pela Sorocabana,
basta uma relação da quantidade de passageiros que utilizaram as suas linhas em diversos anos; e, nos mesmos anos, a tonelagem de mercadorias que
foram transportadas. Essa relação mostra que em 7 anos houve um aumento de 44,8% de passageiros e de 79,7% de mercadorias.
|
Passageiros |
Mercadorias |
1903 |
512.746 |
306.611 |
1904 |
578.608 |
350.266 |
1905 |
619.714 |
402.325 |
1906 |
680.178 |
444.482 |
1907 |
780.797 |
504.159 |
1908 |
839.076 |
517.355 |
1909 |
845.379 |
551.129 |
Durante o ano de 1909, a renda líquida da estrada foi de £446.040. Deduzidas
£300.072 pagas, de arrendamento, ao Estado de São Paulo, e £7.332 para administração e despesas gerais; e acrescentadas £7.693 de juros acrescidos e
dividendo sobre as despesas, ficou a quantia de £146.329 para juros dos debêntures e empréstimos.
Em 1910, a renda líquida foi de £415.124, arrendamento £296.111, juros e
dividendos £18.740, e despesas £9.718, ficando um saldo de £128.025. Durante os primeiros nove meses de 1911, houve um aumento, sobre o período
correspondente do ano anterior, de £41.790 e £39.786, respectivamente, em renda bruta e líquida.
A diretoria da Sorocabana Railway Company compõe-se dos srs. Frank Egan,
presidente; H. B.Crawford, superintendente; D. Wells, diretor geral do Tráfego; Henrique Zerewing, inspetor geral do Tráfego; e engenheiro C. Paula
Souza, inspetor do Tráfego e Linhas.
Estrada de Ferro Sorocabana - o primitivo e o último tipo de locomotivas
Foto publicada com o texto, página 241.
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Companhia Paulista
As linhas da Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais estendem-se pela zona
mais rica do estado de São Paulo. De Jundiaí, na parte Leste, a Jaú e Agudos no Oeste; a Palmeiras ao Norte e a Barretos a Noroeste, o território é
um vasto jardim, rico em cercas, café e pastagens. Dentro da sua zona encontram-se ubérrimos distritos, como os de Campinas, Limeira, Rio Claro, São
Carlos, Descalvado, Jaboticabal e outros muitos.
Desde a sua inauguração, em 1872, com 38 quilômetros de tráfego, tem a companhia
tido enorme desenvolvimento, como eloqüentemente atestam os seguintes algarismos:
Ano |
Quilômetros em tráfego |
Vias fluviais: quilômetros em tráfego |
1872 |
38 |
–- |
1875 |
58 |
–- |
1880 |
224 |
–- |
1885 |
243 |
–- |
1890 |
250 |
200 |
1895 |
791 |
200 |
1900 |
807 |
200 |
1905 |
1.055 |
–- |
1906 |
1.057 |
–- |
1907 |
1.058 |
–- |
1908 |
1.058 |
–- |
1909 |
1.085 |
–- |
1910 |
1.151 |
–- |
1911 |
1.151 |
–- |
O aumento tem naturalmente seguido a mesma proporção de aumento das linhas.
Assim é que, tendo sido o número de passageiros, em 1872, apenas 33.531, este número atingiu, em 1880, a 178.373; em 1890, a 348.150; em 1900, a
1.052.900; e em 1910, a 1.245.752. Durante os seis anos de 1906 a 1911, foi o seguinte o movimento:
Ano |
Passageiros em trânsito |
Transporte de animais |
Bagagens e volumes toneladas |
Café – toneladas |
Mercadorias – toneladas |
Telegramas |
1906 |
977.029 |
26.985 |
10.989 |
590.797 |
392.845 |
263.504 |
1907 |
1.117.827 |
31.490 |
11.526 |
527.107 |
448.676 |
319.179 |
1908 |
1.084.081 |
36.072 |
12.558 |
474.083 |
485.659 |
296.133 |
1909 |
1.127.868 |
47.534 |
13.845 |
629.648 |
491.618 |
296.052 |
1910 |
1.245.752 |
48.430 |
14.596 |
437.237 |
613.256 |
261.956 |
1911 |
1.522.533 |
77.733 |
17.578 |
489.668 |
707.054 |
290.522 |
Desde que a companhia iniciou o sistema de transporte gratuito para os
imigrantes e suas bagagens, em 1882, teve de transportar em tais condições, até o fim de 1911, 617.683 imigrantes, passagens essas que
representariam o valor de Rs. 2.843:181$180; e muitas vezes teve necessidade de lhes dar acomodação em carros especiais. Só em 1911 o número de
imigrantes em trânsito foi de 22.336, representando o valor de R$ 115:457$850. Apesar, porém, desses encargos extraordinários, as despesas gerais,
sempre relativamente baixas, o que é para se louvar, nunca atingiram 50%; e os diretores da companhia estão muito satisfeitos. Os algarismos do
quadro abaixo dão idéia do movimento financeiro da companhia nos últimos anos:
Ano |
Receita |
Despesa |
Saldo |
Relação entre
a Receita
e a Despesa |
1906 |
27.110.074$320 |
8.659:739$026 |
18.450:335$294 |
31% |
1907 |
24.861:763$568 |
10.327:340$869 |
14.534:422$699 |
41% |
1908 |
22.664:421$802 |
10.416:979$838 |
12.247:441$964 |
46% |
1909 |
27.111:851$729 |
12.471:848$164 |
14.650:003$565 |
46% |
1910 |
23.072.010$089 |
10.504:324$134 |
12.567:685$955 |
45% |
1911 |
27.135:330$232 |
11.911:376$338 |
15.223:923$884 |
44% |
O grande aumento na receita de 1911 explica-se com o desenvolvimento geral do
tráfego. O saldo de Rs. 15.223:923$884, verificado em 1911, deve ser acrescido de Rs. 4.986:930$394 que vêm de 1910, fazendo um total de Rs.
20.210:854$278 assim aplicado:
-
Pagamento de dividendo de dívidas externas |
1.735:228$870 |
-
Serviço de dívida externa em 1911 |
1.621:461$070 |
-
Fundo de amortização do custo da Estr. do Rio Claro |
793:882$760 |
-
Pagamento de dividendos |
9.600:000$000 |
- Impostos
sobre dividendos distribuídos |
240:000$000 |
-
Fundo de reserva |
200:000$000 |
-
Fundo de pensões |
300:000$000 |
-
Fundo para obras novas e aumento do material rodante |
3.000:000$000 |
-
Balanço |
4.455:510$448 |
Total Rs. |
20.210:854$278 |
O dividendo pago foi de 12%, comparado com 10% em 1910, 10% em 1909, 1908 e
1907; 12% em 1906; 8% em 1905 e 1904; 10% em 1903; e 12% em 1902 e 1901.
Dos 1.150.876 metros de linha em tráfego no fim de 1911, 279.570 m são da
bitola de 1,60 m; 830.438 m são da bitola de 1 m; e 40.868 m da bitola de 0,60 m. Uma porção considerável da linha acha-se coberta de cascalho. Na
mesma data, o número de estações e postos telegráficos era de 126.
O material rodante compreendia 137 locomotivas, 22 carros especiais, 132
carros de passageiros, 41 de bagagem e carros-correio, 2 carros especiais para transporte de animais, 1 vagão, 3 vagões de freio para descidas,
2.833 carros para mercadorias, 4 carros-guindastes e 2 vagões para transporte de locomotivas. Os carros de passageiros são do modelo Pullman,
modernos e confortáveis.
Estrada de Ferro Paulista: 1) Uma ponte; 2 e 3) Trabalhos de construção
Foto publicada com o texto, página 242.
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Estrada de Ferro Noroeste do Brasil
O ato originário da concessão desta importantíssima ferrovia foi o decreto nº
862, de 16 de outubro de 1890. Diversas concessões foram feitas nesse decreto, das quais subsistiram apenas as de Uberaba a Coxim e de Catalão a
Palmas.
O Governo Provisório da República, com o louvável intuito de ligar ao litoral o
longínquo estado de Mato Grosso, concedera, pelo decreto nº 862, de 16 de outubro de 1890, ao Banco União, o privilégio para construir uma estrada
de ferro que, partindo da cidade de Uberaba em Minas Gerais, se deva dirigir a Coxim, em Mato Grosso.
Feita a revisão destas duas concessões, autorizada pelo decreto nº 5.349, de 18
de outubro de 1904, foram substituídas a de Uberaba a Coxim pela de Bauru a Cuiabá e a de Catalão a Palmas pela de Araguari a Goiás. Pelo decreto nº
5.266, de 30 de junho de 1904, foi a concessão dada ao Banco União transferida à Companhia Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.
Linha de Bauru a Itapura – Em abril de 1905 foram apresentados os estudos definitivos dos primeiros 10 km; e a 16 de julho do mesmo ano inaugurados os trabalhos da
construção. A 2 de maio de 1906 foram aprovados os estudos definitivos da 2ª seção do km 100 ao km 236; e em setembro de 1906, os da 3ª seção, até o
km 307. Em 27 de setembro de 1906, foram entregues ao tráfego 92 quilômetros de linha, compreendendo as estações de Presidente Tibiriçá no km 25; a
de Jacutinga no km 48; a de Presidente Alves no km 71 e a de Lauro Muller no km 92.
A construção prosseguiu sempre com grande atividade, de modo que a 13 de maio de
1910 foi entregue ao tráfego provisório, correndo três trens por semana, o trecho de 437 km entre Bauru e Itapura, compreendendo as seguintes
estações: Val de Palmas, no km 11; Presidente Tibiriçá, no km 25; Jacutinga, no 48; Presidente Alves, no 71; Toledo Pizza, no 83; Lauro Muller, no
92; Presidente Penna, no 125; Albuquerque Lins, no 157; Hector Legru, no 178; Miguel Calmon, no 202; Penápolis, no 220; General Glicério, no 240;
Araçatuba, no 281; Córrego Azul, no 301; Aracanguá, no 322; Anhangaí, no 340; Manso do Bacuri, no 357; Lussanvira, no 387; Ilha Seca, no 404, e
Itapura, no 437. Este trecho goza da garantia de 6% sobre o capital máximo de Rs. 30:000$000 ouro por quilômetro, durante 30 anos, sobre o capital
fixado pelo Governo Federal, o qual já reconheceu o capital de cerca de 14 mil contos de réis ouro, que foi realmente despendido na construção da
futurosa linha.
A partir do km 250, as terras atravessadas são de primeira ordem e reputadas
justamente como as melhores do estado; domina a terra roxa apurada, proveniente da decomposição da diabase e muito adequada ao café.
Prestam-se também essas opulentas terras, magnificamente,para as culturas do
algodão, cana-de-açúcar, do cacau e dos cereais, cujo transporte goza de 50% de abatimento nos fretes das estradas de ferro, tornando possível a
exportação. É extraordinária a quantidade de peroba e outras madeiras de lei existentes na zona percorrida pela Noroeste, onde já começou a
exploração industrial, tendo sido montadas 2 serrarias.
Em Araçatuba, onde as terras são de ótima qualidade, nota-se grande procura de
propriedades agrícolas; e já se realizaram algumas vendas, a 35$000 cada alqueire de 24.200 metros quadrados. A valorização dos terrenos cresce ali,
dia a dia. Já houve duas grandes divisões judiciais, de modo que os títulos de propriedade são líquidos e irrefutáveis.
Até o km 322, na estação de Aracanguá, todos os títulos de domínio estão
legitimados, começando aí as terras devolutas. Em torno das estações de Jacutinga e Penápolis, já se formaram centros de certa importância,
desenvolvendo-se o comércio e a indústria. É de justiça consignar o esforço empregado pela empresa Machado de Mello e a energia e seriedade da
companhia, que, dirigida pelo provecto profissional dr. João Teixeira Soares, tão briosamente sustentou a luta contra a inércia de uns e a descrença
de outros, contra os obstáculos naturais da região, contra os ferozes índios coroados e contra a inclemência do clima que vitimou centenas de
operários.
Estrada de Ferro Noroeste do Brasil: trabalhos de construção nas florestas e pântanos de Mato
Grosso
Foto publicada com o texto, página 243.
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Linha de Itapura a Corumbá – A começar de Itapura, é a linha construída por conta da União, contratados esses trabalhos (decreto nº 6.899 de 25 de março de 1908) com a
Companhia de Estradas de Ferro Noroeste do Brasil. Esta é a empreiteira e será arrendatária do tráfego, pagando o governo federal em títulos de 5%,
à razão de Rs. 40:000$000 ouro, no máximo. A extensão total, entre Itapura e Corumbá, é de 966 km e a construção foi orçada em 69.270 contos papel,
ao câmbio de 15 d.
No dia 4 de novembro do ano passado, foi entregue ao tráfego o trecho de 24 km
entre Itapura e Jupiá,na barranca do Rio Paraná, limite entre S. Paulo e Mato Grosso, de maneira que existe o tráfego regular em 461 km dentro do
estado de S. Paulo. No território mato-grossense, foi a construção atacada nas duas extremidades, em Jupiá e Porto Esperança, e releva notar que,
graças à tenacidade e competência do dr. Antonio Nogueira
Penido, foi
transposto o trecho mais difícil, a travessia dos
40 km do
pantanal do Rio Paraguai. Em Porto Esperança, porto francamente navegável do Rio Paraguai, a 92 km apenas abaixo de Corumbá, foi iniciada a
construção da linha, com grandes dificuldades de transporte de pessoal e material, insalubridade da região, as quais foram penosamente vencidas.
Uma vez atravessado o pantanal, numa bela tangente, continuou, com relativa
facilidade, a construção da linha, desenvolvendo-se pela Serra da Bodoquena e procurando galgar o planalto central. Em setembro do ano passado,
atingiu a vila de Miranda, situada no km 151 e, prosseguindo com intensidade a construção, já os trilhos passaram de Aquidauana no km 229 e
continuam em demanda de Campo Grande.
O trecho de Porto Esperança a Campo Grande ficará pronto no fim do ano próximo e
só faltará melhorar a linha em alguns pontos, levantar o grade e terminar a construção de estações e de casas de turma para ser entregue ao
tráfego.
De Jupiá, em direção a Campo Grande, foi a linha atacada com grande energia e
atividade, notando-se uma perfeição, um capricho na execução dos trabalhos, confiados à capacidade técnica dos distintos engenheiros drs. Francisco
de Monlevade, Arthur Maciel, Mello Mattos e Albano Azevedo.
Estão concluídas as estações de Três Lagoas, no km 37, distante 30 léguas de
Sant'Anna de Parnaíba; a do Cervo no km 63, a de Arapuá no km 84, a de Buriti Perdida no km 108 e os trilhos já se acham nas proximidades do km 150,
distante apenas 12 km de Rio Pombo. A plataforma está toda preparada até o Rio Verde, no km 227, e se acha atacado o trecho entre o Rio Verde e Rio
Pardo, na extensão de 110 km. Continuando os trabalhos com a intensidade atual, é de supor que bastarão dois anos para a conclusão, visto como tem
regulado a média de 200 km de avançamento anual e faltou pouco mais de 400 km.
Para a travessia do Rio Paraná, está aprovado o projeto da ponte com dez vãos de
50 metros na margem esquerda, uma viga contínua de 350 metros e 10 vãos de 50 metros na margem direita com a extensão total de 950 metros, atingindo
a 2.397 toneladas o peso das superestruturas metálicas e sendo o orçamento de Rs. 2.689:467$904 (aprovado pelo decreto nº 7.585 de 7 de outubro de
1901).
Enquanto não se constrói a ponte, é a travessia do Rio Paraná feita pelo
rebocador Conde de Frontin, com 120 cavalos de força, rebocando um sistema de duas lanchas conjugadas, sobre as quais foram assentadas em sentido
transversal 5 linhas que recebem 5 vagões carregados. Concordam estas linhas, sucessivamente, com uma rampa em cada margem, por meio de um carretão
repousando sobre 4 pares de rodas com diâmetros desiguais, crescente em direção ao rio, de modo a ficar sempre horizontal a parte superior e
circulando sobre uma linha de 1,60 m de bitola.
À proporção que as águas do rio sobem ou descem, o carretão acompanha este
movimento por meio de cabos de aço presos a dois poderosos ganchos assentados na margem, oscilando o nível d'água até 8 metros e permitindo desta
maneira o embarque e desembarque dos vagões e gôndolas. O rebocador pode fazer três viagens por dia, em vista do tempo gasto nas manobras,
transportando de cada vez 50 toneladas, no mínimo, de peso útil.
A situação atual das linhas da companhia é a seguinte:
|
|
km |
km |
Linha de Bauru a Itapura: |
|
|
|
Em tráfego
normal. Toda a linha |
|
437 |
Linha de Itapura a
Corumbá:
Prontos a trafegar: |
|
|
|
De Itapura a
Jupiá |
27 |
|
|
De Porto
Esperança a Miranda |
150 |
177 |
Em construção: |
|
|
|
De Jupiá em
direção a C. Grande |
45 |
|
|
De Miranda a
Aquidauana |
77 |
122 |
Locados: |
|
|
|
Do km 72 em
direção a C. Grande |
155 |
|
|
De Aquidauana a
C. Grande |
151 |
306 |
Explorados: |
|
|
|
Do km 227 a
Campo Grande |
233 |
|
|
De Porto
Esperança a Corumbá |
92 |
325 |
|
Total |
930 |
|
|
Total para as
linhas da companhia |
|
1.367 |
A bitola é de 1 metro; não conta a estrada rampas maiores de 1% e curvas menores
de 300 metros de raio, salvo nos trechos da divisão das bacias do Paraná e Paraguai, onde, em alguns pontos, a declividade chega até 1 ½%, as curvas
se estreitam até o raio mínimo de 150 metros. O peso dos trilhos, todos de aço, é de 25 kg por metro corrente.
O capital da Companhia Estrada de Ferro Noroeste do Brasil é de Rs.
10.000:000$000 e está dividido em 50.000 ações, elevando-se a Rs. 18.532:500$000 a importância das 105.000 obrigações emitidas para o custeio do
serviço e sendo o valor apurado da linha em tráfego, segundo o último balanço, de 31 de dezembro de 1910, de Rs. 11.470:020$664. É presidente da
companhia o dr. Júlio Teixeira Soares.
Damos em seguida o Balanço Geral da companhia em 31 de dezembro de 1910; e a
relação do material rodante e movimento do tráfego na linha já em exploração normal, a seção de Bauru a Itapura.
Ativo |
Concessão, direitos e privilégios |
10.000:000$000 |
Despesas de instalação e delegações |
6.839:110$250 |
Linha em tráfego |
11.470:020$664 |
Comp. G. de Ch.Fer. et de Tr. Publics – construção da linha Itapura a Corumbá |
19.390:483$903 |
Governo dos E. Unidos do Brasil c/construção da linha Itapura a Corumbá |
15.909:516$097 |
Comp. G. Ch.
Fer et de Tr. Publics c/construção |
5.440:611$454 |
Comp. G. Ch.
Fer et de Tr. Publics, c/adiantamentos |
2.999:131$132 |
Amortização de obrigações |
53:832$500 |
Caução dos diretores |
140:000$000 |
Serviço e juros das obrigações |
4.342:173$578 |
Adiantamentos sobre títulos |
882:500$000 |
Custeio do tráfego Bauru a Itapura |
2.510:142$672 |
Custeio do tráfego Itapura a Corumbá |
18:283$375 |
Almoxarifado |
73:864$877 |
Caisse Générale de Reports, diversas contas |
50:792$451 |
Comp. G. Ch. Fer et de Tr. Publics c/suprimentos de juros |
93:470$023 |
Banque Française pour le Commerce c/cupons
47:240$261 |
|
Banque Française pour le Commerce c/fisco
11:267$023 |
|
Banque Française pour le Commerce c/caução
8:332$489 |
|
Banque Française pour le Commerce c/despesas
3:069$149 |
|
Banque Française por le Commerce c/resgate
obrigações
8:825$000
|
78:733$922 |
Fiscalização federal |
444:000$090 |
Caixa |
22:190$133 |
Saldos em Bancos do Rio |
150:258$140 |
Diversas contas devedoras |
483:733$270 |
Reis...... |
81.392:848$441 |
Passivo |
Capital 80.000 ações |
10.000:000$000 |
Obrigações 105.000 emitidas |
18.532:500$000 |
Delegações |
5.294:000$000 |
Governo Federal, juros garantidos |
3.234:336$370 |
Governo Federal, conta de títulos |
35.300:000$000 |
Depósito da diretoria |
140:500$000 |
Empréstimos sobre títulos |
882:500$000 |
Juros das obrigações |
47:240$261 |
Renda do tráfego, Bauru a Itapura |
1.277:138$015 |
Renda do tráfego, Itapura a Corumbá |
3:957$800 |
Comp. G. Ch. Fer.
Et de Tr. Publics, suprimentos ao tráfego |
1.321:195$109 |
Comp. G. Ch. Fer.
Et de Tr. Publics, conta de saques |
172:448$271 |
Comp. G. Ch. Fer.
Et de Tr. Publics, c/supr. Pagamento de cupons |
3.643:590$973 |
Comp. G. Ch. Fer.
Et de Tr. Publics, diversas contas |
748:300$668 |
Caisse Générale de Reports, diversas contas |
559:607$839 |
Diversas contas credoras |
235:033$135 |
Réis...... |
81.392:848$441 |
Estrada de Ferro Noroeste do Brasil: tipos de locomotivas empregadas
Foto publicada com o texto, página 244.
Clique >>aqui<< ou na imagem para ampliá-la
Material rodante em 30 de junho de 1910 (Seção Bauru-Itapura) |
Locomotivas |
|
|
Peso em quilogramas |
Nú-
mero de rodas
mo-
trizes |
Dimensões em milímetros |
Número |
Proce-
dência |
Tipo |
Total |
Aderente |
Diâmetro dos cilindros |
Curso do êmbolo |
Diâmetro das rodas motrizes |
Em es-
tado de serviço |
Em repa-
ração |
To-
tal |
Bélgica |
Mogul |
32.000 |
28.500 |
6 |
400 |
500 |
1.066 |
2 |
1 |
3 |
E. Unidos |
Mogul |
30.000 |
25.500 |
6 |
380 |
450 |
1.070 |
2 |
|
2 |
E. Unidos |
Mogul |
42.500 |
37.500 |
8 |
432 |
508 |
1.067 |
3 |
|
3 |
E. Unidos |
Mogul |
36.300 |
29.000 |
6 |
406 |
508 |
1.143 |
4 |
|
4 |
E. Unidos |
Tanque |
13.500 |
11.000 |
4 |
228 |
407 |
838 |
1 |
|
1 |
Bélgica |
Mogul |
30.000 |
27.000 |
6 |
340 |
400 |
900 |
1 |
|
1 |
Veículos |
Designação |
Proce-
dência |
Série |
Lotação de cada veículo |
Peso morto
de cada veículo |
Número |
Em es-
tado de serviço |
Em repa-
ração |
To-
tal |
Carros especiais |
Bélgica |
|
|
10.580 |
1 |
|
1 |
Carros de 1ª classe |
Bélgica |
AF |
36 |
11.000 |
|
1 |
1 |
Carros de 2ª classe |
Bélgica |
2ª |
54 |
10.500 |
3 |
|
3 |
Carros de 2ª classe |
Bélgica |
B |
80 |
15.200 |
6 |
|
6 |
Carros mistos |
Bélgica |
Misto |
50 |
10.600 |
1 |
1 |
2 |
Carros mistos |
Bélgica |
AB |
42 |
15.000 |
2 |
|
2 |
Vagões para correio e
bagagens |
Bélgica |
CF |
5.000 |
9.400 |
3 |
|
3 |
Vagões para correio e
bagagens |
Bélgica |
D |
8.000 |
12.000 |
2 |
|
2 |
Vagões para animais |
Bélgica |
A |
20.000 |
7.500 |
4 |
|
4 |
Vagões para mercadorias,
fechados |
Bélgica |
C |
12.000 |
7.980 |
48 |
2 |
50 |
Vagões para mercadorias,
abertos |
Bélgica |
G |
12.000 |
7.700 |
20 |
|
20 |
Vagões para mercadorias,
abertos |
Bélgica |
GB |
12.000 |
8.730 |
60 |
|
60 |
Vagões para mercadorias,
abertos |
Bélgica |
MG |
6.000 |
4.300 |
20 |
|
20 |
Trucks duplos
p/transporte de trilhos |
Bélgica |
R |
10.000 |
6.000 |
3 |
1 |
4 |
Deve-se acrescentar a este material 14 locomotivas de tipos diversos e 161
vagões diversos ocupados nos serviços de construção da seção de Itapura a Corumbá. |
O percurso total das locomotivas na seção de Bauru a Itapura foi de 127.463 km.
A receita na mesma seção foi de Rs. 516:790$855, assim discriminada:
Passageiros |
Rs. 114:172$659 |
Bag.
e encom. |
12:560$680 |
Animais |
3:535$820 |
Mercadorias |
126:947$460 |
Telegramas |
7:905$240 |
Aluguéis |
11:718$100 |
Com.
simp. |
1:017$871 |
Div. |
238:933$025 |
Total ...... |
516:790$855 |
A construção tem seguido invariavelmente os estudos definitivos e só está
paralisada no trecho final de Porto Esperança a Corumbá, e daí à fronteira da Bolívia, a 8 km daquela cidade brasileira.
Não tardará, porém, que a construção se inicie nesse derradeiro ponto, de onde
os trilhos da estrada darão à Bolívia e ao Chile comunicação com o Atlântico, pela linha que, de Corumbá, se dirigirá a Santa Cruz de La Sierra,
Cochabamba, Oruro, e se ligará com a linha férrea de Antofagasta, chegando em seguida a Valparaíso, Santiago de Chile, Arica e La Paz. E tanto maior
será o interesse de se apressar esse termo da estrada, quanto mais se insinua, como certa, a empreitada, que se propõe a estudar e construir, a
partir da fronteira do Brasil com a Bolívia, o prolongamento boliviano da estrada de Corumbá.
Se este destino indica a importância internacional da estrada, abrindo à
atividade econômica da Bolívia, e por uma travessia muitíssimo mais curta, dois portos brasileiros no Atlântico, ambos modernamente aparelhados para
todas as necessidades de comércio – o de Santos e o do Rio de Janeiro; se facilita entre o Brasil e as nações do Pacífico as relações de toda a
ordem, favorecendo-lhes em tão afastadas regiões o intercâmbio da sua agricultura e indústria, fazendo adiantar, por outro lado, o desenvolvimento
desses portos; a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, em sua importância para nós, como elemento de prosperidade nas férteis zonas que atravessa,
avulta, em vantagem para o governo brasileiro, como um meio facilitador da administração e um poderoso instrumento, pelas suas condições
estratégicas.
Do ponto de vista econômico, basta dizer que, além de correr em terras do
próspero estado de São Paulo, atravessará em grande extensão, e demandando os seus pontos de maior comércio, o vasto estado de Mato Grosso que, à
parte os desta estrada,não conta um só palmo de estrada de ferro aberta ao serviço público.
Administrativamente, a Noroeste do Brasil é estrada providencial, pois que reduz
a dias a viagem de um mês, que era mister fazer para atingir Corumbá, cujo meio único de acesso rápido era pela navegação marítima do Rio de Janeiro
ao Prata e depois pelo Rio Paraná, e pelo Rio Paraguai acima, por mais de 2.674 quilômetros de navegação fluvial, para assim se alcançar, depois de
4.444 quilômetros de navegação, o princípio de território brasileiro na foz do Rio Apa, e então, com mais 735 quilômetros de navegação fluvial, se
chegar àquela cidade brasileira de Corumbá, depois de um penoso percurso, cheio de dependências, de 5.179 quilômetros.
Se, pois, o tráfego da estrada nesse segundo trecho, de Itapura a Corumbá, não
devesse, sob a condição de tempo, compensar os sacrifícios do governo em concluí-la, as vantagens de sua importância administrativa e política
bastariam para justificar a sua construção.
Em tudo, e segundo estes dados, que se documentam amplamente nos relatórios da
companhia, é notável o seu esforço para tanto conseguir, considerando-se, especialmente, o reduzido tempo em que se fizeram os seus muitos e
importantes trabalhos.
Essa estrada, que a Companhia E. F. Noroeste do Brasil está construindo, e cujo
primeiro trecho, em tráfego, já explora, é, na rede da viação férrea brasileira, uma das de maior importância, e, quando chegar ao seu termo, o que
não tardará muito, constituirá, para o país,um dos seus aparelhos de maior valor econômico e administrativo, e, na América do Sul, será uma
conquista considerável na direção das suas comunicações internacionais. Para a companhia que a fez estudar e a está construindo, com grande rigor
técnico e a maior segurança, que o sacrifício dos capitais nunca embaraçaram, será, em todo o tempo, uma grande glória.
Estrada de Ferro Noroeste: 1) Bauru, estado de São Paulo; 2) Porto Esperança, no Rio Paraguai; 3)
Descarregando material em Esperança; 4) Corumbá, no Rio Paraguai; 5) Trem de construção; 6) Cachoeiras do Rio Paraná
Foto publicada com o texto, página 245.
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