Imagem: reprodução parcial da matéria publicada em A Tribuna, na página 2
Companhia Telefônica Brasileira
Santos acaba de ser dotada com o serviço de telefones automáticos - A inauguração do notável melhoramento e do novo Centro, na Vila Mathias
Com a presença do sr. prefeito municipal, de autoridades locais, pessoas gradas e representantes da imprensa, realizou-se, ontem, às 24 horas, consoante
antecipamos, a cerimônia da inauguração do Centro Telefônico Automático da Cia. Telefônica Brasileira, à Rua Braz Cubas, esquina da Rua Júlio Mesquita, no bairro de Vila Mathias, e do serviço de aparelhos automáticos, com que a referida Cia. vem de
dotar Santos.
O ato foi assistido, também, por altos funcionários da empresa, não só desta cidade como da capital.
De S. Paulo vieram, entre outros, os srs. J. H. English, superintendente da Planta; Frank Shouler, superintendente da seção de Construção; E. Peterson, superintendente da Divisão Interna; P.
Sallatine, J. L. Fernandes, C. Fernandes, L. Pretzfeld, J. B. Thackyray, chefe da Contabilidade; J. La Farina, almoxarife geral; J. J. Douse, engenheiro-chefe; H. Maroni, arquiteto-engenheiro; R. Rowe, contador; W. Tulk, W. G. Mitchel, engenheiro;
P. Applegate, superintendente da Conserva; A. L. Bagot Gray, superintendente do Tráfego.
Especialmente convidadas, estiveram presentes ao ato inaugural, entre outras, as seguintes pessoas:
Dr. Aristides Bastos Machado, prefeito municipal; cap. Innocencio da Costa Cruz, comandante do Corpo de Bombeiros de Santos; dr. Pedro Alcântara Carvalho de Oliveira, delegado regional de polícia
nesta cidade; dr. Archimedes Bava, curador geral da comarca e representando o juiz da 2ª vara, dr. Manoel Gomes de Oliveira; dr. Ismael de Sousa, inspetor geral da Cia. Docas; dr. Plínio Barroso, dr. Bernardo Browne, gerente da Cia. City; cap. Luís
Antonio Pimenta; Lino Vieira, monsenhor Genésio Nogueira, representando o sr. bispo diocesano; 1º tenente Américo Moretti e representantes da imprensa.
O dr. Carlos Pacheco Fernandes, gerente comercial da Cia. em S. Paulo, fez uso da palavra, demonstrando a importância do novo serviço de telefones automáticos, fazendo algumas considerações sobre os
progressos da telefonia em nosso país e ressaltando o que ela representa para a época dinâmica atual.
Terminado o seu improviso, o dr. Carlos Pacheco Fernandes fez a entrega do novo serviço à municipalidade e ao público, convidando o dr. Aristides Bastos Machado a proceder à primeira ligação, o que
foi feito entre calorosos aplausos, após o que o chefe do executivo local discursou ligeiramente para congratular-se com a Cia. Telefônica Brasileira e ressaltando também a importância do melhoramento introduzido em Santos.
Aos presentes foi oferecido um beberete, acompanhado de finos doces, durante o qual foram trocados vários brindes, realizando-se a seguir uma visita às várias dependências do novo centro, visita
essa que causou a mais lisonjeira impressão.
É diretor comercial interino do novo Centro Telefônico Automático o sr. J. Cleto, e diretor da Planta o sr. A. J. Mc Lauglin, tendo sido o belo edifício construído sob a direção do engenheiro
arquiteto H. Maroni.
Algumas características da nova organização - O aparelhamento telefônico que a Cia. Telefônica Brasileira vem de instalar em Santos representa o que de mais eficiente existe. Esse
aparelhamento instalado num prédio especialmente construído para alojá-lo servirá a todos os assinantes de Santos, de modo que, com a sua inauguração, desaparecem totalmente os antigos telefones manuais.
Cumpre notar, desde logo, que com a introdução do serviço automático em Santos nenhuma telefonista ou qualquer outra funcionária da Companhia Telefônica foi dispensada; continuam todas trabalhando
normalmente nos novos e variados serviços que a ampliação da rede telefônica desta cidade veio criar.
Esse, aliás, tem sido o procedimento da Companhia em todas as demais cidades onde já introduziu o serviço automático.
Nas instalações realizadas pela Companhia em Santos, foram levados em conta não só as necessidades atuais como também o futuro crescimento do serviço, que por certo se verificará com o progresso da
cidade.
A rede urbana de cabos telefônicos subterrâneos e aéreos foi completamente renovada. Só na parte central da cidade e adjacências a Companhia instalou cerca de 14 quilômetros de cabos subterrâneos,
através de dutos ou canalizações especialmente construídas. Nas demais zonas da cidade, a Cia. estendeu cerca de 50 quilômetros de cabos aéreos novos.
Pode-se avaliar o número de fios que esses cabos aéreos e subterrâneos conduzem, atentando-se em que a sua capacidade varia de 52 a 2.424 pares de fios por cabo. Esses fios são todos de cobre
delgado disposto em pares dentro do cabo, destinando-se cada par de fios a um assinante.
Todos esses fios são revestidos de material isolante adequado.
No prédio da estação automática a Companhia fez instalar um aparelho elétrico destinado a regular a temperatura e a umidade, mantendo-as no nível considerado satisfatório para a conservação e o
funcionamento do complexo mecanismo.
Conseguiu-se, assim, evitar a influência desfavorável das condições climatéricas de Santos sobre as delicadas peças metálicas do aparelhamento automático, que, de outra forma, estariam sujeitas à
rápida corrosão ou deterioração.
No mesmo prédio da nova estação automática, a Companhia fez instalar um centro interurbano inteiramente novo, moderno e de grandes proporções. Esse é mais um melhoramento que, sem dúvida alguma,
influirá de forma decisiva para a maior presteza, nitidez e eficiência das comunicações interurbanas entre Santos e todas as demais localidades.
As redes telefônicas de Guarujá e Cubatão foram também remodeladas, passando essas localidades a ter serviço automático, idêntico ao de Santos, embora em menores proporções, como é natural.
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