HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS -
TELECOMUNICAÇÃO
Um século de telecomunicações (3)
Datam dos anos finais do século XIX
as primeiras referências sobre os serviços de telecomunicações em Santos. E, apesar de ser importante porto e estar próxima a
centros de negócios como a capital paulista, só na década de 1980 (como o resto do Brasil) começou a ter serviços como a discagem direta à distância.
Passou pelas eras dos telegramas, do telex, do fac-símile (fax ou telefax), do videotexto, dos BBSs e desembarcou na Internet, com todos os seus
recursos.
Fichas telefônicas metálicas para ligações locais (1985) e à distância (1983)
Imagem divulgada via Internet/correio
eletrônico em 2006
Em 1983, a novidade era o serviço de Discagem Direta Regional (DDR), e começava a luta pela
integração telefônica (com tarifa local) entre cidades próximas, como Santos e São Vicente:
Anúncio publicado no semanário santista Jornal da Orla em 23 de janeiro de 1983
Uma amostra sobre como era o serviço telefônico na oitava década do século XX pode ser
dada por esta notícia, publicada em 23 de janeiro de 1982 no jornal santista A Tribuna:
Na Baixada, novos telefones para interurbanos
A Telesp está fazendo uma inovação em todas as cidades da
Baixada Santista. Trata-se da instalação dos telefones azuis "especiais", que permitirão a qualquer pessoa falar com todos os municípios brasileiros
por meio de fichas, mesmo com as localidades que ainda não estão integradas ao sistema DDD - Discagem Direta a Distância.
Esses telefones, até o momento, já foram colocados em Santos na Estação Rodoviária,
Casa do Café (porto), Parque Balneário Center, Supercentro do Boqueirão e na esquina da Rua Nagib Trabulsi com Avenida Bartolomeu de Gusmão. Em
breve, a Telesp espalhará outros telefones azuis especiais nas vias públicas.
Para conseguir falar com qualquer cidade do território nacional, basta comprar a ficha
usada para o DDD, que custa Cr$ 60,00, e chamar o 107. A telefonista efetuará a ligação na hora, não havendo mais demora para se conseguir falar com
locais que não se integrem ao DDD. A Telesp está instalando esses telefones também em São Vicente, Cubatão, Guarujá, Praia Grande, Mongaguá, Peruíbe
e Itanhaém. |
Anúncio publicado na edição de 3 de janeiro de 1978 do jornal santista
A Tribuna
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Com a popularização da telefonia celular, os telefones públicos (apelidados de
orelhões) entraram em declínio, e com a concorrência entre as empresas telefônicas, caiu a eficiência na manutenção deste sistema, como registra
esta notícia, publicada em 20 de dezembro de 2011 no jornal santista A Tribuna, página A-6:
Muitos usuários de celular procuram os telefones públicos para as ligações interurbanas, mais
caras
Foto: arquivo, publicada com a matéria
Opção econômica, orelhões são artigos raros
Da Redação
Se nas imediações da Praça
Independência, no Gonzaga, os créditos do celular acabarem e você precisar fazer uma ligação, prepare-se para perder
um pouco de tempo. Achar um telefone público funcionando não é coisa fácil.
No sábado, A Tribuna fez o teste. Em uma volta rápida naquela região experimentou 14
telefones. Em seis deles era impossível fazer ligações. Aparelhos mudos, que não completavam a ligação ou que, simplesmente, não existiam nas
cabines. Todos estes problemas viram um tormento para quem quer apenas ouvir um "alô" do outro lado da linha.
Fato é que os celulares pré-pagos tiraram um pouco de brilho dos orelhões. Segundo a Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel), a venda de cartões telefônicos caiu 53% desde 2004 no Brasil. Porém, mesmo com o celular, tem gente que não
abre mão do telefone público.
"Eu utilizo sempre", afirma Alessandra Cristina Ribeiro. O motivo é a diferença que os minutos no
orelhão fazem no bolso. "É mais em conta. Algumas ligações estão fora das promoções do celular, por isso faço no orelhão", diz.
Alessandra confirma que não é fácil economizar com as ligações. "É sempre muito difícil encontrar
um (telefone público) que esteja funcionando. Muitos, aliás, prendem o cartão da gente", reclama.
"Na orla, no Canal 1, é um sufoco", relata Mário Bonamici, que também utiliza os cartões
telefônicos para equilibrar as contas.
Ele usa celular, mas afirma que o preço inviabiliza o interurbano no aparelho móvel. "Um dia
estava na rua e precisava avisar sobre a morte de um parente, na Bahia, e não achei um telefone funcionando. Tive que voltar para casa", lembra.
Vandalismo – Santos tem 2.818 telefones públicos instalados. No Estado, há 250 mil
aparelhos nos 622 municípios que compõem a área de concessão da Telefônica. O motivo principal dos problemas é o vandalismo.
Mensalmente, 25% dos orelhões sofrem algum tipo de vandalismo, afirma a empresa. Pelos cálculos da
Telefônica, são gastos R$ 19,2 milhões por ano na recuperação dos orelhões.
"Em muitos casos, embora a depredação não seja visível, o aparelho pode apresentar defeito devido
a pancadas, introdução de materiais estranhos e outros atos capazes de provocar problemas nos telefones", detalha a empresa.
A Telefônica mantém à disposição de seus clientes a Central de Atendimento, ligando para 10315,
que funciona 24 horas, durante os sete dias da semana. A ligação é gratuita. |
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