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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - MUSEUS - 3-B
Instituto Histórico e Geográfico de Santos

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A história do Instituto Histórico e Geográfico de Santos foi também contada pelo pesquisador Fernando Martins Lichti, em sua Poliantéia Santista, volume 3 da obra conjunta com a segunda edição da História de Santos de Francisco Martins dos Santos (1996, Ed. Caudex Ltda., São Vicente/SP):
 


Neste vetusto prédio da Av. Conselheiro Nébias nº. 689 foi fundado o Instituto Histórico e Geográfico de Santos em 1937, que nele ainda mantém a sua sede própria 
Foto publicada com a matéria

Instituto Histórico e Geográfico de Santos

Em fins de 1937, alguns meses depois do lançamento da 1ª edição da História de Santos, o historiador Francisco Martins dos Santos não se continha em seu propósito de fundar, em Santos, o seu Instituto Histórico e Geográfico. Durval Ferreira empolgou-se com a idéia, logo transformada em seu ideal e, como tal, por ele pugnando através de inúmeros contatos. Edmundo Amaral foi o terceiro elemento a incorporar-se à coordenação da fundação dessa magnífica instituição cultural.

Entretanto, em meios às démarches que se processavam, Durval Ferreira veio a desentender-se com seus companheiros de ideal e afastou-se do movimento coordenador da fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Santos. Os dois remanescentes convidaram, então, para terceiro membro da Comissão Fundadora, o grande santista Júlio Conceição – participante das campanhas da Abolição e da República, em Santos.

Efetivamente, Francisco Martins dos Santos, Edmundo Amaral e Júlio Conceição ultimaram os contatos que vinham fazendo, formalizaram os convites e convocaram para o dia 19 de janeiro de 1938 a Assembléia Geral de Fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Santos. Todas as reuniões preliminares, da Comissão Coordenadora, realizaram-se nas residências de seus membros, com maior incidência na casa de Francisco Martins dos Santos, na qual também se realizou essa reunião de fundação, com a presença daqueles que haviam sido por eles escolhidos para constituir a primeira diretoria e o primeiro conselho.

Dois dias depois, a 21 de janeiro, no local escolhido para sede da novel instituição cultural santista, no prédio da Av. Conselheiro Nébias nº 689 (o mesmo prédio de sua atual sede), realizou-se a reunião formal de constituição do Instituto Histórico e Geográfico de Santos, com a presença de 21 dos 30 titulares-fundadores cujo elenco de escol representava, sem dúvida, a elite cultural de Santos.

Entretanto, a instalação oficial da entidade foi marcada para o dia 5 de fevereiro de 1938, em homenagem ao historiador Francisco Martins dos Santos, seu idealizador e grande coordenador, já em sua sede, referida, e que nessa data se encontrava mobiliada, com recursos financeiros dos membros da Comissão Coordenadora da Fundação, principalmente à custa de Francisco Martins dos Santos que, não desejando onerar os associados, assumiu essa responsabilidade material e financeira.

E, no dia 5 de fevereiro – a data de instalação, comemorada, oficialmente, como de fundação -, o Instituto Histórico e Geográfico de Santos era festivamente instalado, com sua sede feericamente iluminada, com a Banda do Corpo de Bombeiros e com a presença das mais destacadas autoridades do município, entre as quais o prefeito municipal, o capitão dos portos e o bispo diocesano, além das mais representativas personalidades do comércio e da sociedade santista.

Nessa festividade tomou posse a diretoria provisória, constituída pelos três coordenadores da fundação, Júlio Conceição, Francisco Martins dos Santos e Edmundo Amaral.


Francisco Martins dos Santos, quando publicou sua História de Santos, em 1937
Foto publicada na mesma obra que a matéria

Os estatutos sociais, a seguir aprovados, foram elaborados pelo historiador Francisco Martins dos Santos.

O Instituto Histórico e Geográfico de Santos, no decorrer de seus primeiros anos de atividade, foi ampliando suas instalações, ocupando de fato todas as dependências de sua ampla sede. Organizou seu arquivo, instalou sua biblioteca e sua mapoteca, além de seu pequeno Museu, constituído logo no início, cuja sala veio a chamar-se "Júlio Conceição". Suas atividades culturais sempre foram marcantes, salvo em alguns períodos intermediários em que sofreu depressões decorrentes da inércia de algumas diretorias, do mau estado de conservação do prédio e das dificuldades financeiras enfrentadas.

Foi reconhecido de Utilidade Pública pela Lei Municipal nº 1073, de 3 de novembro de 1949; pela Lei Estadual nº 6.372, de 11 de outubro de 1961, e pela Lei Federal nº 865, de 13 de outubro de 1949.

A 4 de dezembro de 1943 foi lavrada uma escritura de compromisso de compra e venda do imóvel sito à Av. Conselheiro Nébias nº 689, onde se fundara e instalara esta instituição e no qual permanecera como locatária. A 28 de maio de 1946, os proprietários desse imóvel, dª. Corina Fontes de Barros Pimentel e seu marido Sancho de Barros Pimentel Sobrinho, outorgaram, através de escritura lavrada no 5º Ofício, a venda definitiva do prédio ao Instituto Histórico e Geográfico de Santos.

Os recursos financeiros para essa compra foram doados pelo emérito santista Valentim F. Bouças, ao qual foi conferido, em reconhecimento e homenagem, o título de sócio benemérito. Logo após a fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Santos, Durval Ferreira a ele se integrou, servindo-o em diversos cargos da diretoria.

O historiador Francisco Martins dos Santos, alguns anos depois, transferiu seu domicílio para o Rio de Janeiro, onde manteve permanente contato com Valentim Bouças – seu grande amigo, admirador e patrocinador de algumas de suas obras – quando conseguiu persuadi-lo à importante doação financeira feita ao Instituto Histórico e Geográfico de Santos, para a compra de sua sede.

Em 1983, cinco anos após o falecimento de Francisco Martins dos Santos, sua memória foi exaltada, num preito de justiça e de saudade, com a inauguração de sua fotografia na sala de reuniões da diretoria do Instituto Histórico e Geográfico de Santos, que passou a denominar-se Sala Historiador Francisco Martins dos Santos.

Presidiram essa instituição: Júlio Conceição, Manoel Hypólito do Rêgo, José da Costa e Silva Sobrinho, Frederico de Figueiredo Neiva, Álvaro Parente, Mariano Laet Gomes, Durval Ferreira, José Dias de Moraes, Joaquim Alves Feitosa, Edgard Ferraz Navarro, José Bento Cardoso Vidal, Archimedes Bava, Raul Ribeiro Flórido, Luiz Pinto Dias, e, atualmente (N.E.: 1996), Felício Agostinho da Purificação Souza.

O Instituto Histórico e Geográfico de Santos mantém, em sua sede, uma excelente biblioteca pública, um pequeno museu, um auditório para 80 pessoas, além de várias dependências administrativas. Conta em seu acervo com vários quadros de Benedicto Calixto. A ele foi transferida pela municipalidade a outorga da Medalha dos Andradas, a pessoas que se destaquem a serviço da cultura.


IHGS GANHAVA BANDEIRA - O Instituto Histórico e Geográfico de Santos (IHGS) recebeu, no dia 19 de janeiro, das mãos de Rodrigo de Camargo, bandeira que passaria a pertencer à entidade, que ainda não a possuía. Apresentava a bandeira as seguintes características: campo branco e, no centro, em esferas, as palavras: "Instituto Histórico e Geográfico de Santos" e a data de sua fundação em preto; à direita, azul colonial, o mapa do Brasil, e à esquerda, o marco da fundação de São Paulo. A entrega foi efetuada na data em que a sociedade festejava seu aniversário de fundação.
Foto: reprodução, publicada no jornal santista A Tribuna em 25/1/2006, na seção A Tribuna nos Anos 60, do jornalista Hamleto Rosato, referente à segunda-feira, 25 de janeiro de 1965


Instalações do IHGS, em 2007
Foto: Carlos Pimentel Mendes, em 10/5/2007

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