HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS -
FUTEBOL - BIBLIOTECA NM
Os primeiros 60 anos do futebol paulista
Em
1956, o jornalista Adriano Neiva da Motta e Silva - o De Vaney - participou de um concurso nacional de crônicas
sobre esportes e conseguiu provar, com números e outros dados, que Santos era a cidade mais esportiva do Brasil. Exatamente
nessa mesma época, ele começava a publicar em formato de folhetim diário, então muito comum na imprensa, a história das primeiras seis décadas de
futebol no Estado de São Paulo. O material, colecionado, formava um livro de 108 páginas. A publicação ocorreu no jornal santista A Tribuna, de
25 de janeiro a 29 de fevereiro de 1956 (ortografia atualizada nesta transcrição):
60 anos de futebol em S. Paulo
De Vaney
[12] - Sinopse (cont.)
1916 |
- Realiza-se (julho) em Buenos Aires um torneio internacional (o
primeiro no âmbito sul-americano), para comemoração do centenário de Tucuman, e a que concorreram Argentina, Brasil, Chile e Uruguai. São Paulo
fornece elementos ao selecionado brasileiro, que forma assim: Casemiro; Orlando e Nery; Lagreca, Sidney e Galo; Menezes, Alencar, Friedenreich,
Mimi Sodré e Arnaldo. Dois empates (Argentina e Chile, ambos 1 a 1) e uma derrota (2 a 1) para o Uruguai, a campanha do Brasil.
- A Federação Brasileira de Sports passaria a chamar-se Confederação Brasileira de Desportos (21,
junho).
- Novas vitórias do selecionado de São Paulo: 5 a 0 em São Paulo e 3 a 1 no Rio.
- São incluídos no campeonato da APEA o Palestra Itália e o Santos F. C.
- O Santos F. C. disputa pela primeira vez o Campeonato Paulista de Futebol, jogando, a
maioria das vezes, com esta equipe: Randolfo; S. Arantes e Américo Pinto; Ricardo, Oscar Bastos e Pereira; Millon, Marba, Ari Patusca, Haroldo e
Arnaldo.
- Campeões de São Paulo: da LPF: Coríntians: Sebastião; Casemiro e Fúlvio; Pollice,
Plínio e César; Américo, Peres, Amílcar, AParício e Neco. Da APEA: C. A. Paulistano, com: Cunha Bueno; Orlando e Carlito; Sérgio, Rubens
Sales e Benedito Ferreira; Agnelo, Mário de Andrada, Mariano, Maurício Monteiro e Madureira. |
1917 |
- O Palmeiras é o primeiro clube a visitar Pernambuco (outubro),
vencendo, seguidamente, ao Náutico (10 a 0), América (5 a 2), Selecionado Pernambucano (1 a 0) e o Esporte Recife (6 a 2).
- Tem início, também, o intercâmbio com o Paraná, disputando o São Bento três partidas em
Curitiba e uma em Ponta Grossa. Venceu ao Internacional (6 a 1), Selecionado Paranaense (4 a 0), Operário, de Ponta Grossa (4 a 2) e empatando
com o Curitiba (2 a 2).
- Inaugura-se (25, dezembro) a praça de esportes do C. A. Paulistano, no Jardim América.
- Excursiona ao Brasil a equipe uruguaia do Dublin-Nacional-Wanderers, constituída por
elementos desses três grêmios. No Rio, onde estréiam, os orientais vencem o Botafogo (5 a 1), Seleção Carioca (2 a 1) e empatam com o
selecionado "brasileiro", do Rio, por 2 a 2. Em São Paulo, o combinado uruguaio é derrotado, em peleja memorável, de grande repercussão, pelo
Paulistano, por 2 a 1, mas ao jogar com a seleção paulista, cinco dias mais tarde, os uruguaios obtêm magnífico sucesso: 5 a 1.
- Funda-se a Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo.
- O Santos F. C. estréia em confrontos no plano internacional (19 e 21 de janeiro), perdendo
para o combinado uruguaio por 5 a 3 e 4 a 1'.
- Jogando na Floresta, contra o selecionado de uma divisão da Marinha da França, o Paulistano
vence por 19 a 1.
- Participa o Brasil do 1º Campeonato Sul-Americano Oficial, efetuado em Montevidéu (outubro).
Os brasileiros perdem para a Argentina (4 a 2) e Uruguai (4 a 0) e ganham do Chile (5 a 0). O futebol paulista contribui com um contingente de
jogadores para a formação do seguinte selecionado: Casemiro; Vidal e Chico Netto; Dias, Lagreca e Galo; Caetano, Neco, Amílcar, Dias e Arnaldo.
- Pacifica-se o futebol paulista com o término da luta LPF-APEA.
- Funda-se em Santos (21, abril) a Associação Santista de Esportes Atléticos, entidade que
possui 19 clubes filiados.
- Funda-se (17, novembro) a A. A. Portuguesa.
- Mantém-se invicta, nesse ano, a seleção paulista nos jogos com os cariocas: 1 a 0 no Rio, 7
a 1 em S. Paulo, 3 a 3 no Rio e 9 a 1 em São Paulo, à inauguração do Jardim América.
- Campeão de São Paulo: C. A. Paulistano (bicampeão): Cunha Bueno; Orlando e Carlito;
Sérgio, Rubens Sales e Benedito; Agnelo, Mário, Mariano, Maurício e Madureira. |
1918 |
- Com uma equipe ainda mais poderosa, retornam ao Brasil os
uruguaios. No Rio, que visitam primeiro, os orientais vencem o Botafogo (3 a 1); empatam com o Fluminense (1 a 1) e triunfam sobre o selecionado
carioca (4 a 3) e selecionado brasileiro (2 a 0). No prélio de despedida, os uruguaios mantêm a invencibilidade, derrotando um combinado do
Flamengo-América (2 a 0). Em São Paulo, porém, tombam os uruguaios, num prélio que ficou impresso nas páginas da história do futebol
bandeirante, e quando o selecionado paulista, desforrando-se dos 1 a 5 do confronto no ano anterior, superou os uruguaios, ante uma assistência
recorde (14.000 pessoas, no Jardim América), por 1 a 0. - Nos cinco prélios entre
seleções de São Paulo e do Rio, São Paulo vence três (4 a 2, 8 a 1 e 5 a 0) e perde dois (1 a 2 e 2 a 3).
- A imprensa de São Paulo substitui por palavras, termos e expressões brasileiras a
terminologia inglesa relativa ao futebol.
- Campeão de São Paulo: C. A. Paulistano (tricampeão): Cunha Bueno; Orlando e Carlito;
Sérgio, Rubens (Gulo) e Benedito; Agnelo, Màrio de Andrada, Friedenreich, Zito e Junqueira. |
1919 |
- Sagra-se campeão da América do Sul o futebol brasileiro. São Paulo
contribui com vários elementos para a constituição do selecionado vencedor e que foi este: Marcos; Píndaro e Bianco; Sérgio, Amílcar e Fortes;
Millon, Neco, Friedenreich, Heitor e Arnaldo. Os resultados: 6 a 0 contra o Chile; 3 a 1 com a Argentina e 2 a 2 e 1 a 0 ante o Uruguai. Tomaram
parte no 1º jogo (Chile): Galo, Menezes e Haroldo, substituídos depois por Fortes, Millon e Heitor.
- Dois jogos entre seleções de São Paulo e Rio. Duas vitórias dos paulistas: 3 a 1 e 4 a 2.
- Tem começo, em São Paulo, o "Torneio Início", vitoriando-se o Coríntians.
- Campeão de São Paulo: C. A. Paulistano (tetracampeão): Arnaldo; Orlando e Carlito;
Sérgio, Araújo e Clodoaldo; Agnelo (Zonzo), Mário de Andrada, Friedenreich, Botelho e Cassiano. |
1920 |
- Disputa-se, no Rio, o Campeonato Brasileiro, sendo os Estados
representados pelos seus clubes campeões. Por São Paulo, C. A. Paulistano; pelo Rio Grande do Sul, Grêmio Esportivo Brasil; pelo Distrito
Federal, Fluminense F.C. O Paulistano e o Fluminense vencem o Grêmio por 7 a 3 e 6 a 2, respectivamente. No encontro decisivo, o C. A.
Paulistano, levando de vencida ao Fluminense F. C. por 4 a 1, sagra-se - e faz sagrar São Paulo - campeão do Brasil. Quadro do Paulistano:
Arnaldo; Orlando e Carlito; Sérgio, Carlos Araújo (Mariano) e Clodoaldo; Zonzo; Mário de Andrada, Friedenreich, Carlos Botelho e Cassiano.
- Nos cotejos São Paulo-Rio, o selecionado paulista marca o seu maior triunfo, em todos os
tempos, na Capital do País (6, junho), abatendo a seleção carioca, em seus pagos, por 7 a 1.
- Primeira excursão de um grêmio do Interior. Ruma ao Nordeste, onde realiza triunfal série de
jogos, o Comercial F.C., de Ribeirão Preto, obtendo seis vitórias nos sete jogos que disputou (apenas um empate) com quadros e seleções de
Recife, totalizando 16 tentos contra 6. De regresso, e após haver batido o selecionado pernambucano, no desempate da única peleja que ainda não
vencera, por 5 a 1, o Comercial F. C., de passagem por Salvador, já com seus jogadores livres da rigidez dos horários de controle, ganha do
selecionado da Bahia por 2 a 1, recebendo verdadeira consagração popular ao retorno a Ribeirão Preto.
- Primeira vinda de uma representação estadual a São Paulo. O selecionado do Paraná perde para
os paulistas (6 a 1).
- Campeão de São Paulo: Palestra Itália: Primo; Bianco e Oscar (Grimaldi); Bertolini,
Picalli e Fabbi (Severino); Caetano (Forte), Ministro, Heitor, Federice e Imparato (Martinelli). |
1921 |
- Perduram as desavenças entre as entidades cariocas e paulistas,
resultando disso a impossibilidade de São Paulo contribuir para a valorização técnica do selecionado brasileiro que disputou o sul-americano de
Buenos Aires. A equipe nacional ganhou dos paraguaios (3 a 0), perdendo para o Uruguai (1 a 2) e Argentina (0 a 1).
- Revoltam-se contra a não existência de uma lei de acesso os clubes da 2ª Divisão Permanente da
APEA e pedem demissão, em sua quase totalidade, indo formar uma entidade à parte, que pouco tempo tem de vida. Voltam os clubes dissidentes à
APEA.
- Nenhum encontro entre seleções de Sâo Paulo e Rio.
- Campeão do Torneio Início: Coríntians.
- Campeão de São Paulo: C. A. Paulistano: Arnaldo; Orlando (Clodoaldo) e Carlito
(Guarani); Sérgio, Zito e Mariano; Agnelo, Mário de Andrada, Friedenreich, Guariba e Cassiano (Carneiro Leão). |
1922 |
- Unido, outra vez, o futebol brasileiro obtém o laurel de campeão
pelo sul-americano. Cabem a São Paulo a ventura e a honra de contribuir com a maioria de elementos para a consecução do feito. Campanha do
Brasil: Chile, 1 a 1; Paraguai, 1 a 1; Argentina, 2 a 0; Uruguai, 0 a 0. Três países ao final em idÊnticas condições (3 pontos perdidos).
Marca-se o desempate. O Uruguai desiste. O Brasil vence, na final, ao Paraguai (3 a 0). Quadro brasileiro: Marcos (Kuntz); Palamonte e Bartô;
Laís, Amílcar e Fortes; Formiga, Neco, Friedenreich (Heitor), Tatu e Rodrigues. - A
C.B.D. institui o Torneio de Seleção (o nome inicial era "Campeonato Brasileiro"), visando a escolha dos elementos a serem convocados para o
"sul-americano". São Paulo vence o certame (o de maior projeção, até aquela época, em todo o território nacional). São Paulo ganha de Minas
Gerais (13 a 0), Rio Grande do Sul (4 a 2) e Bahia (3 a 0); na final, no Rio: São Paulo, 4 - Cariocas, 1 (13, agosto).
- Primeiras vindas a São Paulo das representações de Minas Gerais (28, junho), Rio Grande do
Sul (2, agosto) e Bahia (6, agosto). Equipe paulista: Primo; Bianco (Clodoaldo) e Bartô; Brasileiro (Bertolino), Amílcar (Faragassi) e Gelindo;
Formiga, Heitor (Mário de Andrada), Friedenreich, Neco e Rodrigues.
- Primeira vinda de um quadro espanhol (10, setembro). Paulista, 2 a 1.
- Primeira vinda de uma equipe da Checoslováquia (1, outubro). Paulistas, 3 a 2. Depois:
Checos, 3 - Coríntians-Sírio, 1.
- O Paulistano (17, setembro) vence o selecionado de uma divisão da marinha de guerra inglesa
por 7 a 1.
- Campeão do Torneio Início: Palmeiras.
- Campeão de São Paulo: Coríntians: Mário; Rafael e Del Débbio; Gelindo, Amílcar e
Ciasca; Peres, Neco, Gampa, Tatu e Rodrigues. |
1923 |
- 1º Campeonato Brasileiro Oficial. Vencedor: São Paulo. Campanha:
Paraná (5 a 1), Rio Grande do Sul (4 a 2). Final contra os cariocas: 4 a 0. Equipe paulista, primeira a sagrar-se campeã oficial do Brasil:
Primo (Colombo); Clodoaldo e Bartô; Bertolino (Sérgio), Amílcar e Ciasca (Artur); Formiga Peres (Neco), Neco (Heitor), Friendenreich, Tatu e
Netinho (Feitiço). Participaram: Pará, Pernambuco, Bahia, Estado do Rio, Minas, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e São Paulo.
- Novos estremecimentos entre as entidades do Rio e de São Paulo. Os paulistas não participam da
equipe que disputou o sul-americano de Montevidéu. Perdem todos os jogos os brasileiros: Uruguai (1 a 2), Argentina (1 a 2) e Paraguai (0 a 1).
- Campeão do Torneio Início: Palmeiras.
- Campeão de São Paulo: Coríntians (bicampeão): Colombo; Rafael e Del Débbio; Gelindo,
Amílcar e Ciasca; Peres, Neco, Gamba, Tatu e Rodrigues. |
1924 |
- Distúrbios de ordem interna enfraquecem a representação paulista,
justamente no primeiro ano de existência da AMEA, entidade carioca que veio imprimir novos rumos ao futebol do Distrito Federal. Conseqüência
disso, os paulistas, após vencerem o Paraná (5 a 0), perdem para os cariocas, no Rio , por 1 a 0, ficando, assim, os guanabarinos de posse do
título de campeões brasileiros. - Campeão do Torneio Início: Paulistano.
- Campeão de São Paulo: Coríntians (tricampeão): Colombo; Grané e Del Débbio; Gelindo,
Amílcar e Ciasca; Peres, Neco, Rueda, Tatu e Rodrigues. |
1925 |
- Cobre-se de glórias o futebol paulista e brasileiro com a ida do
C. A. Paulistano à Europa (1ª excursão de um clube brasileiro ao Velho Mundo), onde obtém magníficos sucessos, inclusive o de derrotar, à
estréia, por 7 a 2, a seleção da França, em Paris. O Paulistano exibiu-se na França, Suíça e Portugal perdendo apenas um jogo, na cidade de
Cette, dos dez que disputou e dos quais triunfou em nove. Equipes do Paulistano: Kuntz (Nestor); Clodoaldo e Bartô; Sérgio, Nondas e Abate;
Filó, Mário de Andrada, Friedenreich, Seixas (Araken) e Netinho. - Também o Palestra
Itália excursiona ao Exterior. Perde em Montevidéu duas vezes para o selecionado uruguaio (2 a 3 e 0 a 1); em Buenos Aires, enfrenta, duas
vezes, o selecionado da Argentina (1 a 3 e 0 a 0).
- Na disputa do campeonato brasileiro, São Paulo vence o Paraná (6 a 1), Rio Grande do Sul (4
a 0), Pará (3 a 0). Nas finais, sempre no Rio, empata com os cariocas (1 a 1) e perde (2 a 3) no desempate, permanecendo, dessarte, o cetro em
poder do Distrito Federal.
- Pela primeira vez (15, abril) visita São Paulo uma equipe do Estado do Rio (Seleção
Fluminense), vencendo o selecionado do Interior por 5 a 2.
- Pela primeira vez (7, junho) um clube paulista atua em Belo Horizonte: Sírio, 1 - América,
0.
- Funda-se (3, dezembro), em conseqüência da cisão existente no futebol paulista, a Liga de
Amadores de Futebol (LAF).
- Campeão do Torneio Início: Palmeiras.
- Campeão de São Paulo: São Bento: Alberto; Aprá e Miguel; Pauly, Mosca e Nico; Paulo,
Braz, Feitiço, Pepico e Varela. |
1926 |
- Voltam os paulistas à liderança do futebol brasileiro, eis que
reconquistam o título de campeão nacional. Estreando contra Santa Catarina (que jogava pela primeira vez em São Paulo), os paulistas estabelecem
um recorde em pelejas válidas para os campeonatos brasileiros, vencendo aos catarinenses por 16 a 0, façanha essa inigualada até agora (1954).
Depois ganham dos gaúchos, 5 a 3, do Pará, 5 a 0, e, por fim, sagram-se campeões, abatendo aos cariocas, no campo do Fluminense, por 3 a 2.
Quadro paulista que participou do último prélio: Athié; Grané e Bianco; Pepe, Amílcar e Serafim; Bisoca, Heitor, Petronilho, Feitiço e Melle.
- Visita São Paulo, preliando com clubes e seleção da LAF, o "scratch" da Amateur, da
Argentina, que fez uma campanha invicta nos 5 jogos que disputou.
- Período de pouca disciplina nos campos paulistas, malefício que se origina da cisão.
- Campeão do Torneio Início: Auto.
- Campeões de São Paulo: na APEA: Palestra Itália: Primo; Bianco e Loschiavo; Xingo,
Amílcar e Serafim; Mathias Carrone, Heitor, Tedesco e Melle. Na LAF: Paulistano. |
1927 |
- Luta de extermínio entre a LAF e a APEA.
- Com um final tumultuoso, motivado pela retirada de campo da equipe paulista, os cariocas vencem
o campeonato brasileiro. O prélio estava com o placarde de São Paulo, 1 - Cariocas, 1, em São Januário, quando o árbitro, Ary Amarante,
assinalou penalidade máxima contra São Paulo. Discordaram os paulistas. O árbitro manteve a decisão. A equipe de São Paulo abandonou o gramado e
Fortes, batendo o tiro de 12 jardas, fez 2 a 1. Nas preliminares, São Paulo venceu o Maranhão (13 a 1), na primeira vinda dos maranhenses a São
Paulo, Espírito Santo (5 a 0) e Bahia (7 a 1).
- Lado benéfico da cisão: aparecimento dos clubes do Interior.
- O Santos F. C., inaugurando o estádio de São Januário (21, abril), vence ao Vasco da Gama
por 5 a 3.
- Campeão do Torneio Início: Palestra Itália.
- Campeões de São Paulo: na APEA: Palestra Itália (bicampeão); Perth; Bianco e Miguel;
Xingo (Pepe), Amílcar (Gogliardo) e Serafim; Tedesco, Carrone, Heitor, Lara e Melle. Na LAF: Paulistano (bicampeão). |
1928 |
- Tentativas para a pacificação do futebol paulista esbarram na
intransigência das duas facções em choque. - O selecionado da Metro vence o da LAF (5 a
0).
- Reduzida a atividade nos setores interestadual e internacional.
- São Paulo não participa do campeonato brasileiro.
- Inaugura-se (Coríntians, 2 - América [Rio], 1) o Parque Sâo Jorge, antigo campo do Sírio.
- Funda-se a Liga Paulista dos Profissionais de Futebol.
- Campeão do Torneio Início: Santos F. C.
- Campeões de São Paulo: na APEA: Coríntians: Tuffy; Grané e Del Débbio; Leone (Nerino),
Soares e Munhoz; Aparício, Neco, Gambinha, Rato e De Maria. Na LAF: Internacional. |
1929 |
- Ano de intensa campanha internacional. Visitam São Paulo sete
quadros estrangeiros (Rampla Juniors, uruguaio; Barracas, argentino; Ferencvaros, húngaro; Bologna e Torino, italianos; Vitória, português, e
Chelsea, inglês). Jogos efetuados, 26. Vitórias de São Paulo, 13. Empates, 8. Derrotas, 5. Dos 7 quadros estrangeiros, nenhum deles ficou
invicto. - Recorde de renda no Brasil: 156 contos (Selecionado Paulista, 6 - Bologna, 4,
em 28, agosto).
- Por sugestão da APEA, a CBD institui o sistema de "melhor de três" para a decisão dos
campeonatos brasileiros. São Paulo estréia com o Paraná (10 a 1). Na semifinal Bahia (7 a 1) Nas finais, no Rio, São Paulo vence aos cariocas (4
a 1). Volta, portanto, o cetro para São Paulo.
- Por iniciativa do dr. Casper Líbero, diretor de A Gazeta, surge a pacificação no
futebol paulista (21, dezembro).
- O C. A. Paulistano extingue a sua seção de futebol, após haver sido 11 vezes, alternadas,
campeão de São Paulo.
- Não foi disputado o Torneio Início.
- Campeões de São Paulo: na APEA: Coríntians (bicampeão): Tuffy; Grané e Del Débbio;
Nerino, Guimarães e Munhoz; Filó, Peres (Neco), Gambinha, Rato e De Maria. Na LAF: Paulistano (último campeonato da LAF). |
1930 |
- Funda-se (27, janeiro) o S. Paulo F.C., por iniciativa de
elementos do C.A. Paulistano e A.A.Palmeiras. - A APEA pleiteia, e vê negada pela CBD, a
inclusão de um dirigente paulista na delegação que o Brasil iria enviar ao Campeonato do Mundo, em Montevidéu. Desavêm-se as duas entidades e
São Paulo, em conseqüência, fica inibido de fornecer elementos ao selecionado nacional. O Brasil é derrotado, ao estrear, pela Iugoslávia (2 a
1) e fica desclassificado, mesmo vencendo, depois, à Bolívia (4 a 0).
- Inaugura-se a iluminação no campo da Floresta, jogando Seleção Paulista, 8 - Sportivo Buenos
Aires, 1.
- Não foi disputado o campeonato brasileiro.
- Campeão do Torneio Início: Palestra Itália.
- Campeão de São Paulo: Coríntians (tricampeão): Tuffy; Grané e Del Débbio; Nerino
(Leone), Guimarães e Munhoz; Filó, Aparício (Nápoli), Gambinha, Rato e De Maria. |
1931 |
- Atraídos pelo futebol remunerado, seguem para a Itália vários
elementos de escol no futebol paulista, dentre eles: De Maria, Filó, Rato, Ministrinho, Pepe, Tedesco e Serafim. Fundo desfalque para o futebol
paulista, que se ressente, perdendo para os cariocas o título de campeão. Nas preliminares, São Paulo vence ao Paraná (6 a 4), ao Rio Grane do
Sul (1 a 0), a Pernambuco (11 a 3). Na "melhor de três", com os cariocas: 1 a 3, no Rio; 3 a 0, em São Paulo, e 0 a 3, no Rio.
- No dia 6 de abril, num cotejo marcado à última hora, para homenagear os príncipes da
Inglaterra, a seleção paulista sofre a sua maior derrota para os cariocas, até então: 6 a 1.
- Campeão do Torneio Início: Atlético Santista.
- Campeão de São Paulo: S. Paulo F. C.:Joãozinho; Clodoaldo e Bartô; Milton, Bino e
Fábio; Luizinho, Armandinho, Friedenreich, Araken e Junqueirinha. |
1932 |
- Jogando (22, junho) na Floresta, com uma equipe à base de
elementos novos, São Paulo perde a sua invencibilidade em prélio efetuado em São Paulo. Os cariocas, também com um conjunto moço, ganham por 2 a
1. - Desforram-se os paulistas, vencendo aos cariocas, no Rio, por 3 a 2. O jogo, porém,
não termina, dada a invasão de campo, e isso determina novo estremecimento de relações entre as duas entidades.
- Campeão do Torneio Início: S. Paulo.
- Campeão de São Paulo: Palestra Itália (apenas um turno): Nascimento; Loschiavo e
Junqueira; Tunga, Gogliardo e Adolfo; Avelino, Romeu, Sandro, Lara e Imparato. |
1933 |
- Implanta-se o profissionalismo. O primeiro jogo, sob o novo
regime, no Brasil, é disputado em Santos (12 de março), entre Santos (1) - S. Paulo (5). A APEA adotara o profissionalismo no dia 3, março.
- Efetua-se o Torneio São Paulo-Rio (1ª rodada, 4 junho), do qual participam, em dois turnos, num
total de 132 jogos, 12 clubes (7 de São Paulo): Palestra Itália, S. Paulo, Coríntians, Portuguesa, Santos, Ipiranga e São Bento, e 5 do Rio:
Vasco, Fluminense, Bangu, América e Bonsucesso.
- A APEA desliga-se da CBD (20, junho).
- Inaugura-se (13, agosto) o estádio do Palestra, com Palestra (6) - Bangu (0).
- Funda-se, em São Paulo, na sede do Palestra Itália, a Federação Brasileira de Futebol (26,
agosto).
- Ampla vantagem para São Paulo no transcurso do "São Paulo-Rio", pois que, além do Palestra
Itália se haver sagrado campeão, o S. Paulo e a Portuguesa colocaram-se nos postos imediatos, ficando, assim, agrupados nos 3 primeiros lugares
3 clubes paulistas. Nascimento; Carnera e Junqueira; Tunga, Dula e Tuffy; Avelino, Gabardo, Romeu, Lara e Imparato, os campeões.
- Também foram os paulistas os campeões brasileiros no 1º certame nacional sob o novo regime,
vencendo aos cariocas, em São Paulo (2 a 1) e no Rio (2 a 1), sendo os tentos da vitória obtidos, em ambos os prélios, nas prorrogações.
Jurandir; Neves e Junqueira; Tunga, Zarzur e Tuffy; Luizinho, Gabardo, Romeu, Waldemar, Hércules (Imparato), campeões.
- Estabelece-se que, em caso de ser necessária uma terceira partida para decidir o campeão
brasileiro, a escolha será feita por sorteio e não por indicação sistemática e indefectível do Rio, como vinha ocorrendo desde 1929.
- Não houve Torneio Início.
- Campeão de São Paulo: Palestra Itália (bicampeão): Nascimento; Carnera e Junqueira;
Tunga, Dula e Tuffy; Avelino, Gabardo, Romeu, Lara e Imparato. |
1934 |
- Novamente campeões brasileiros os paulistas. Na semifinal, São
Paulo vence o Paraná (7 a 4) e nas finais, com os cariocas, perde no Rio (0 a 2), ganha em São Paulo (2 a 1) e ganha no Rio (3 a 1). Quadro
campeão: Batatais; Jaú e Jarbas; Tunga, Zarzur (Brandão) e Orozimbo; Mendes, Luizinho, Romeu, Lara e Hércules (Luna e Vicentinho).
- A CBD, para poder formar a equipe que a representaria no campeonato do mundo, na Itália, lança
mão de se apoderar, a custo de vultosos contratos, de elementos pertencentes a clubes da FBF. O S. Paulo sofre, por isso, grande desfalque em
suas fileiras (Sílvio Hoffmann, Luizinho, Armandinho e Waldemar de Brito).
- Artur Friedenreich completa 25 anos de atividade ininterrupta. Dois jogos São Paulo-Rio são
realizados em sua homenagem, um em cada capital.
- Falece o veterano Rubens Salles, uma das mais legítimas glórias do futebol paulista e
brasileiro.
- Cisão no futebol paulista. Desligam-se da APEA, fundando a Liga Bandeirante de Futebol (mais
tarde denominada Liga Paulista de Futebol) os clubes Palestra Itália e Coríntians.
- Não houve Torneio Início.
- Campeão de São Paulo: Palestra Itália (tricampeão): Nascimento; Carnera e Junqueira;
Tunga, Dula e Tuffy; Avelino (Mendes), Matias, Romeu, Lara e Imparato. |
1935 |
- A Liga Paulista de Futebol passa a congregar a maioria dos clubes
paulistas de projeção: Palestra Itália, Coríntians, Santos, Juventus, Portuguesa santista, Espanha e S.P.R.
- Extingue-se (14, maio) o S. Paulo F. C.
- A Liga Carioca de Futebol visa jogadores paulistas, oferecendo-lhes excelentes contratos. O
Fluminense forma a sua equipe quase exclusivamente com jogadores de São Paulo, conseguindo, com isso, atingir dois objetivos: fortalecer-se e
enfraquecer os grêmios que não pertencem à sua facção.
- São Paulo sente a ofensiva, e, desfalcado, perde para os cariocas, tanto no campeonato
brasileiro da CBD quando no da FBF.
- Artur Friedenreich encerra a sua magistral carreira.
- Campeão do Torneio Início: Palestra Itália.
- Campeão de São Paulo: Santos F.C.: Ciro; Neves e Agostinho; Marteletti (Figueira),
Ferreira e Jango; Sacy, Mário Pereira (Moran), Raul (Delso), Araken e Junqueirinha (Logu). |
1936 |
- Tentativas frustradas para a pacificação.
- São Paulo foi o campeão brasileiro. Os cariocas foram eliminados pelos gaúchos, com os quais se
bateram, na final, os paulistas. Vitória de São Paulo por 2 a 1 (no Rio).
- Na FBF foi instituído o Torneio dos Campeões, classificando-se em último lugar o
representante de São Paulo: Portuguesa de Desportos. O vencedor foi o Atlético Mineiro, seguido pelo Fluminense (2º) e Rio Branco, de Vitória
(3º).
- Retorna (25, janeiro) à atividade o S. Paulo F. C.
- Campeão do Torneio Início: Coríntians.
- Campeões de São Paulo: na LPF: Palestra Itália: Jurandir; Carnera e Begliomine;
Tunga, Dula e Del Nero; Novamanoel, Luizinho, Niginho, Rolando e Matias (Imparato). Na APEA: Portuguesa de Desportos, com: Rodrigues;
FIorotti e Osvaldo; Serafim, Duílio e Barros; Frederico, Joãozinho, Carioca, Laércio e Pascoalino. |
1937 |
- Pacifica-se o futebol paulista e brasileiro. Em São Paulo a crise
tinha expressão muito relativa, porque a APEA já se eclipsara. - Não se realiza o
campeonato brasileiro.
- A Liga Paulista de Futebol passa a chamar-se Liga de Futebol Paulista (13, agosto).
- Intensa atividade nos jogos São Paulo-Rio, interclubes. Vantagem para os paulistas, que
ganham 11 prélios e perdem 7.
- Campeão do Torneio Início: Santos.
- Campeão de São Paulo: Coríntians: José; Jaú e Carlos; Jango, Brandão e Munhoz; Filó
(Lopes), Carlito, Teleco, Daniel (Zuza) e Carlinhos. |
1938 |
- Todas as atenções convergindo para a participação do Brasil na III
Taça do Mundo (França). Pouca atividade, por isso, no futebol paulista, que forneceu vários elementos para a delegação nacional. Classifica-se o
Brasil no 3º posto. - Preliminares do campeonato brasileiro. Campanha de São Paulo:
Paraná (1 a 0) e Pará (9 a 0). Finais, com os cariocas: vence em São Paulo (4 a 2), perde no Rio (1 a 3); empata no Rio (0 a 0) e perde em São
Paulo (1 a 3). Pela primeira vez os cariocas sagravam-se campeões brasileiros jogando em São Paulo.
- Campeão do Torneio Início: Coríntians.
- Campeão do Torneio Extra (enquanto se disputava o campeonato do mundo): Palestra Itália.
- Campeão de São Paulo, um só turno: Coríntians (bicampeão): José; Miro e Carlos;
Jango, Brandão e Munhoz; Lopes (Sabrati), Servílio, Teleco, Carlito e Wilson. |
1939 |
- São Paulo estreou no campeonato brasileiro vencendo ao Rio Grande
do Sul por 6 a 1. O não comparecimento da Bahia classificou São Paulo para as finais, com os cariocas: no Rio (1 a 5); em São Paulo (3 a 2) e no
Rio (1 a 4). Campeões (bi): cariocas. - Equilíbrio nos jogos interclubes São Paulo-Rio.
Vitórias dos cariocas, 7. Dos paulistas, 6. Empates, 6.
- Campeão do Torneio Início: Palestra Itália.
- Campeão de São Paulo: Coríntians (tricampeão pela terceira vez): Joel (Barqueta);
Jango e Carlos; Sebastião (Peliciari), Brandão e Munhoz (Tião); Lopes, Servílio, Teleco, Joane e Carlinhos. |
1940 |
- Inaugura-se (27, abril) o Estádio Municipal do Pacaembu. Jogam
Palestra Itália, 6 x Curitiba, 2. Foi autor do 1º tento no estádio o dianteiro do Curitiba, Zequinha.
- Pretende-se implantar, sem êxito, a prática do futebol feminino.
- Não chega ao término o torneio "Rio-São Paulo", e isso por que o aspecto financeiro foi mau.
Estavam à frente do certame, ao ser encerrado o 1º e único turno, Flamengo e Fluminense, seguidos pelao Coríntians.
- Nítida vantagem para os cariocas nos jogos inter-clubes: 17 a 8 e 7 empates.
- O Distrito Federal levanta o campeonato brasileiro. Campanha de São Paulo: Rio Grande do Sul
(2 a 1), Pernambuco (7 a 0). Finais: em São Paulo (3 a 1); no Rio (0 a 4); em São Paulo (2 a 2). Vantagem dos cariocas por gol-average.
Tricampeões os cariocas.
- Campeão do Torneio Início: S. Paulo.
- Campeão de São Paulo: Palestra Itália: Gijo; Carnera e Begliomine; Carlos, Oliveira e
Del Nero; Aldo, Luizinho, Etchevarrieta, Lima e Pipi. |
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