Inauguração do posto de puericultura doado pela Soc. de S. Vicente de Paulo

Inaugurar-se-á também a nova decoração do santuário dessa instituição – às 9 e às 10 horas, celebram-se esses atos

A Sociedade de São Vicente de Paulo vem cumprindo um vasto programa de assistência. Em seu asilo abriga cerca de duas centenas de velhinhos de ambos os sexos, aos quais dispensa conforto e trato carinhoso. É vasta também a assistência que presta, com recato e discrição, a milhares de famílias pobres, fornecendo-lhes alimentos e dinheiro, aliviando situações de desespero, ajudando-as a vencer as dificuldades que se lhes apresentam.

Suas instalações, à Av. Conselheiro Rodrigues Alves, são vastas e confortáveis, representando já um valioso patrimônio.

Valiosa colaboração – Agora, vem essa benemérita instituição de prestar valiosa colaboração ao problema da assistência à infância, fazendo construir um modelar posto de puericultura, dispondo de completas instalações para a sua elevada finalidade. Esse posto foi confiado à Legião Brasileira de Assistência, que o mobiliou e dotou de aparelhagem adequada, de sala de triagem, sala de medida e pesagem de crianças, lactário, cozinha etc. Além de Posto de Puericultura e Pediatria, prestará também toda a assistência à gestante.

A Legião Brasileira terá agora a incumbência de administrar os seus serviços, sob a direção do Departamento de Assistência à Criança, que confiou a direção desse estabelecimento à competente e abalizada direção do médico pediatra dr. Francisco Menzem, cujo programa de ação será o de entrosar tanto quanto possível, para maior eficiência e rendimento, todos os serviços de assistência à infância de Santos, inclusive os da Santa Casa.

Amanhã, às 10 horas, dar-se-á a inauguração desse novo e modelar estabelecimento de assistência à infância, que recebeu a denominação de Centro de Puericultura e Pediatria "Frederico Ozanam".

Nova decoração do Santuário – Com missa às 9 horas, a ser celebrada por d. Idílio José Soares, bispo diocesano, a Sociedade S. Vicente de Paulo inaugurará, também, amanhã, a nova decoração do seu santuário, à Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 311. Já está pronto o trabalho que compreende a capela-mor, prosseguindo depois a parte restante do vasto templo.

Tivemos ocasião de visitar essa instituição e observamos que o trabalho, já pronto, compreende a capela-mor. A decoração, a inaugurar-se, é uma verdadeira obra artística, dando uma idéia do que será ela, quando do seu término.

Está a cargo do mestre da arte, Nicolau José Biagini, que, possuidor de belos dotes naturais, os aperfeiçoou em curso de Belas Artes, realizado na Academia de Perúgia, Umbria, Itália, prêmio do governo italiano. Distinguiu-se, durante o seu curso, tendo recaído sobre sua pessoa a escolha para a participação nas exposições universitárias italianas, realizadas ora em Roma, ora em Florença.

Dentro dos princípios da escola clássica, a sua pintura caracteriza-se pela originalidade, de modo que há perfeita harmonia entre o desenho e o colorido. A harmonia das cores, a perfeita distribuição dos motivos, acertada escolha dos símbolos, dão-nos a idéia de uma jóia, artisticamente lapidada, onde se reúne ao valor do material a inspiração do artista. E desta união surge a quase espiritualização da matéria, o que, aliás, é o segredo de toda e qualquer arte.

A idéia da decoração do Santuário nasceu do fato de a Sociedade de São Vicente de Paulo comemorar, no próximo ano, o centenário da morte de Frederico Ozanam. Deseja, e realmente assim está fazendo, a Sociedade de São Vicente de Paulo, que ao celebrar-se, nesta cidade, o centenário do fundador das conferências vicentinas, o seu Santuário esteja com a decoração completa. Será uma homenagem a este grande vulto, pioneiro da caridade e que nela encontrou o melhor caminho para Deus.

À frente deste trabalho e com a aprovação do sr. bispo diocesano, encontra-se a diretoria da Sociedade Vicentina, de Santos. Vencendo obstáculos, inerentes a toda realização de vulto, vê ela amanhã concretizada parte de seu anseio. Mas isto não lhe seria possível sem a colaboração incondicional e generosa dos vicentinos santistas e de seus amigos benfeitores, que sempre têm suas mãos abertas para as obras de Deus.