HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - LUGARES Cidade dos búfalos e das baleias (1)
Laje de Santos
Vivendo quase todos na diminuta área insular, os santistas raramente conhecem a área continental do município, ou mesmo alguns locais só acessíveis por via aquática. Assim, muitos provavelmente pensarão que é lenda se alguém lhes contar que em Santos existe criação de búfalos, ou podem ser avistadas baleias (não considerando o esqueleto existente no Museu de Pesca, nem as raras vezes em que as baleias encalham moribundas na praia).
A Laje de Santos, em 1954 Foto: Guia Turístico Santos 1954, de Francisco Martins dos Santos, Santos/SP
O Parque Marinho da Laje de Santos - que inclui a laje, rochedos e os parcéis do Bandolim, Brilhante, Novo e do Sul, totalizando cinco mil hectares - situa-se a 25 milhas marítimas da costa (cerca de 45 km, ou duas horas de barco desde o litoral santista), distante 1 km da Ilha dos Calhaus, no rumo magnético de 176º a partir do Farol da Moela (referência náutica de Santos, distante 7,5 milhas do litoral), latitude 24º 19' 18"S e longitude 46º 10' 57"W.
Grutas e passagens formam labirintos num dos melhores pontos de mergulho do litoral brasileiro Foto: Prefeitura Municipal de Santos
Na ilha há um farol da Marinha, que funciona com bateria de níquel e cádmio e recebe manutenção periódica, num serviço que sempre inclui a limpeza da cúpula, coberta pelos dejetos das aves. Esse farol foi inaugurado em 1919 e reformado em 1931.
Por volta de 1985, naufragou ali o pesqueiro São Judas, com casco de madeira. Seus destroços, a 30 metros de profundidade, foram sendo recobertos por vegetação e se transformaram em toca de peixes. No lado abrigado da laje, num banco de areia a 22 m de profundidade, está o pesqueiro Moréia, naufragado alguns anos depois, e que devido à sua boa preservação é considerado visita obrigatória dos turistas subaquáticos.
Devido às correntes marinhas, a diversidade dos chamados "peixes de rocha" desse local só rivaliza com a que se encontra no extremo Norte do Brasil. No entorno, é possível no verão observar as mansas raias-mantas, que chegam a pesar duas toneladas. É comum também encontrar lobos marinhos e pingüins carregados pela Corrente das Malvinas e que - cansados da viagem - acabam chegando às praias paulistas.
Como o fundo de corais em torno da laje dificulta a liberação das âncoras, é mais simples cortar o cabo para liberar os barcos. Nasceu assim outra atração, o Parcel das Âncoras. E a reserva marinha tem outras surpresas, como um peixe de coloração variada e intensa, tendo em média 15 cm de comprimento, ainda em fase de identificação pelos cientistas.
O local é descrito pelo Instituto Laje Viva, que junto com Itanhaém Virtual e Litoral Sul Virtual colocoueste vídeo no Youtube (consulta em 8/7/2009):
Clique >>>aqui<<< ou na imagem acima para obter o vídeo (arquivo em formato MP4 - com 29,8 MB, em tela de 640x480 a 562 kbps) |
A Imensidão Azul É Aqui! A Ilha da Laje de Santos, em formato de baleia, e sua companheira, Calhaus, constituem um dos melhores points de mergulho do Litoral Sudeste Brasileiro. Parque Marinho, ali a pesca e a caça submarina são proibidas, mas o mergulho de observação e estudos são permitidos. O local é constantemente monitorado pela Marinha do Brasil, inclusive pelo Instituto Laje Viva que milita e educa para a conservação do local. Conheça este local incrível no Litoral Sul de São Paulo. Este é um vídeo amador sem fins comerciais, para entretenimento e educação. |
Esse parque marinho é assim descrito numa página Web da Prefeitura Municipal de Santos, publicada por volta do ano 2000:
A formação rochosa e o farol, vistos em 1998 Foto: Prefeitura Municipal de Santos
Laje de Santos
O Parque Marinho da Laje de Santos localiza-se a 45 km da costa e é considerado um dos melhores pontos de mergulho do litoral brasileiro. Sua profundidade varia de 18 a 40 m e a visibilidade pode chegar a 40 m. Inclui rochedos, parcéis, que são rochas submersas, e a laje - definição para rochedo marinho sem vegetação -, cujo formato se assemelha ao de uma baleia.
Com 550 m de comprimento, 33 m de altura e 185 m de largura, abriga um farol de sinalização da Marinha. Abrange, ainda, um conjunto conhecido como cemitério de âncoras, constituído por várias dessas peças que ficaram presas nos corais, em volta da rocha, além de um barco pesqueiro naufragado, que se tornou viveiro de animais marinhos. A um quilômetro da laje existem calhaus - fragmentos de rocha dura -, que formam grutas e passagens, verdadeiro labirinto submerso. A pesca é rigorosamente proibida.
Toda a área registra incidência de baleias franca e bryde. O local tem grande importância como zona de pouso, alimentação e reprodução de um total de 12 espécies de aves marinhas, tanto migratórias como residentes.
Dentre estas destacam-se quase mil pares de atobás marrons, conhecidos como alcatrazes ou mergulhões. Quando se sentem ameaçados, os pais abandonam os ninhos com os filhotes à ação do sol e predadores, motivo pelo qual a aproximação humana deve ser evitada. Ainda se reproduzem no parque aves migratórias como o grupo dos trinta-réis, que aparece de julho a outubro.
Aves de mar aberto visitam o local no inverno Foto: Prefeitura Municipal de Santos
Aves pelágicas ou de mar aberto, classificadas como visitantes de além-mar, não procriam no Brasil mas visitam a laje nos meses de inverno. Possuem grande porte, como o albatroz-de-sobrancelha e o albatroz-de-nariz-amarelo.
Acesso por barco a partir da Ponte Edgard Perdigão, na Avenida Saldanha da Gama, próximo aos clubes de regatas, bairro da Ponta da Praia.
Um farol domina a paisagem rochosa Foto: Prefeitura Municipal de Santos
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Veja também: A esperta mula da Moela Moela, o mais antigo farol do litoral paulista
Um farol sem fantasmas
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