Alfândega de Santos, em 2003
Foto: Prefeitura Municipal de Santos, publicada com o texto
Alfândega
Principal unidade aduaneira do Brasil, é responsável
pelo controle fiscal de quase um quarto de todas as mercadorias que entram e saem do País, arrecadando, por mês, R$ 280 milhões.
Nos padrões do ecletismo, com linguagem clássica austera já com influência art-deco,
seu prédio de 12.350 m² ergue-se sobre terreno de 2.570 m², revestido de granito no térreo e massa raspada nos outros quatro pavimentos, que contam
com mais de 90 janelas. No primeiro andar elas são protegidas por grades de ferro, com desenhos que imitam folhas e grãos de café. As grades
repetem-se nos vãos com vergas que levam aos dois átrios - um de frente para a praça e outro de frente para o cais - que se ligam através do
vestíbulo.
Em portas, portais e grades gastaram-se 44 mil Kg de ferro, e mais 122 mil Kg na
estrutura do imóvel. Um terço do interior recebeu mármores importados da Itália e Espanha. Eles formam estrelas de oito pontas no mosaico do piso do
saguão e ganham as pilastras, os alizares das paredes, os degraus, balaústres e patamares do conjunto de escadarias.
Como a reforma feita em 1974 descaracterizou algumas alas do edifício, a atual
obra de restauro respalda-se no fomento que a Prefeitura Municipal vem dando ao turismo,
a partir de 1997. Trocou-se por madeira o alumínio das janelas, removeu-se o rebaixamento do teto para exibir as vigas que formam molduras
quadrangulares, por vezes ornadas com cimalhas. Também foram recuperados os vitrais de várias janelas e do domo do segundo andar, onde dominam as
Armas da República.
Alguns dizem que a primeira Alfândega da Capitania de São Vicente data de 1532. Outros
consideram que ela teve início em 1550. O contrabando era uma prática comum: por falta de documentação foi apreendida, no mesmo ano, uma partida de
27 escravos.
Com a expulsão dos jesuítas, em 1759, a Alfândega ocupou o Colégio S. Miguel e,
depois, outros imóveis. Novo edifício foi inaugurado em 1870, substituído em 1934 pelo atual, construído pela Companhia Docas do Estado de São Paulo
(Codesp), que era concessionária dos serviços portuários da cidade. Praça da República s/nº.
Vitrais são um dos destaques do prédio
Foto: Prefeitura Municipal de Santos, publicada com o texto
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