Operários trabalharam durante todo o dia de
ontem, terminando os últimos detalhes da fachada
Foto: Raimundo Rosa, publicada com a matéria
OSMS prepara concerto de amanhã
Da Reportagem
O maestro Luís Gustavo Petri, que amanhã à noite estará
à frente da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos (OSMS), no concerto de inauguração do Teatro Coliseu, confessa que ainda não tem a menor idéia
de como será o espetáculo. É que hoje à noite, pela primeira vez, os músicos poderão usar o palco do teatro para ensaios.
O maestro, que tem apenas 44 anos, e não morava em Santos na época áurea do Coliseu,
por isso nada sabe sobre a acústica do teatro. "Para mim ainda é uma incógnita. Mas quando visitei a obra percebi que dava para ouvir bem a batida
de um martelo, o uso de uma ferramenta. É um bom indício", diz.
Petri também alerta sobre um detalhe técnico, que pode passar despercebido pelas
pessoas leigas: vai demorar um bom tempo para que todo o potencial acústico do Coliseu possa ser usufruído pelos músicos da OSMS e de outras
orquestras.
Ele explica: "Será preciso descobrir, entre outras coisas, qual o melhor
posicionamento no palco. Na Sala São Paulo, a excelência só foi obtida depois de três anos. Outro detalhe é que a acústica se comporta de um jeito
durante os ensaios, com a platéia vazia, e de outro na hora do concerto, com ela cheia", avisa.
Luís Gustavo Petri comandará os músicos da OSMS nas obras Concerto para Piano e
Orquestra nº 23 em Lá Maior, K 488 , de Mozart, e Sinfonia nº 9 em Ré Menor op. 125 (de Beethoven). Em participações especiais estarão a solista
Beatriz Alessio, ao piano, a soprano Rosana Lamosa, a mezzo soprano Ednéia de Oliveira, o tenor Fernando Portati, o baixo José Gallisa e o coral
Collegium Musicum, de São Paulo.
Para o maestro, o programa escolhido para a grande noite não poderia ser melhor.
"Mozart foi escolhido numa homenagem à comemoração, este ano, dos 250 anos de seu nascimento. E a 9ª Sinfonia de Beethoven é alegre, fala em
igualdade, religiosidade e esperança, e se refere a uma nova era. Foi sua última obra sinfônica".
Sobre a entrega do Coliseu, o maestro entende que é um enorme presente para a Cidade
e, principalmente, para uma arte em especial: a ópera. "O teatro possui fosso para orquestra, e isso é uma boa oportunidade para que grandes
espetáculos sejam trazidos".
Amanhã haverá ainda, em outras dependências do teatro, apresentações com a Camerata de
Violões Heitor Villa-Lobos e o grupo de seresta Alma Brasileira, além de uma exposição de fotografias de Ernesto Papa, sobre as várias fases das
obras de reforma.
Para a solenidade, que terá como convidado de honra o governador Geraldo Alckmin,
foram convidadas 900 pessoas. Entre elas, diversas outras autoridades militares e civis, municipais e estaduais, além de empresários.
A mesma programação será repetida gratuitamente na quinta-feira (dia do aniversário da
Cidade), para o público em geral. Mas não há mais convites disponíveis.
Peças de Mozart e Beethoven estão sendo ensaiadas
pelos músicos
Foto: arquivo, publicada com a matéria
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