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Teatro Coliseu
O Programa de Revitalização do Centro Histórico,
desenvolvido pela Prefeitura Municipal, a partir de 1997, está empenhado na restauração do edifício. Sob o ponto de vista arquitetônico, a
hierarquia de volumes compõe-se de três blocos. Com parte da platibanda coberta, o primeiro tem esquina em ângulo chanfrado, formando um recuo na
fachada principal.
O terraço do primeiro pavimento é sustentado por colunas toscanas, criando no térreo
um abrigo para embarque e desembarque de passageiros de automóveis, em especial nos dias de chuva. Essa marquise foi uma das modificações que o
projeto, importado da Europa, sofreu para se adaptar ao clima tropical. Ele também exigiu grande número de portas e janelas. Essas aberturas
multiplicam-se pelos quatro pavimentos do segundo e terceiro blocos, concorrendo para o arejamento do edifício, auxiliadas por aparelhos de
renovação do ar.
Internamente, métodos e materiais refletiam as influências da mão-de-obra empregada,
como o revestimento em escaiola, técnica espanhola que mistura gesso e cola para imitar o mármore. Na decoração destacava-se a arte do italiano
Adolfo Fonzari, iluminada por 39 lustres do salão nobre, distribuídos entre 13 colunas dóricas, caracterizadas pelo fuste canelado e a simplicidade.
Em forma de ferradura, a platéia permitia a observação de todos os detalhes das cenas. O vão da orquestra tinha estilo wagneriano, comportando 100
professores.
Em números, o teatro possuía 600 poltronas, 225 poltronas de foyer, 27 frisas,
27 camarotes de primeira, 25 de segunda, 220 balcões, 110 galerias numeradas e 600 gerais, capazes de acomodar 2.300 espectadores.
Oriunda de uma praça de esportes com pista para bicicletas (velódromo) e cancha para
jogo de bola, a Cia. Coliseu Santista foi adquirida pela empresa Serrador para a construção de um teatro, inaugurado em 1909. Nesse período o
edifício foi muito usado para atividades políticas, inclusive uma conferência de Ruy Barbosa sobre os monumentos históricos da cidade. Foi sob o
comando de Manuel Freixo que o teatro recebeu a configuração definitiva, sendo reinaugurado em 1924. Desativado na década de 80, foi tombado em
1989. Praça José Bonifácio.
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