Faz 75 anos (N.E.: quando da publicação deste artigo, em 1971). Benjamim Fontana tinha uma chácara no morro até hoje conhecido como o de Fontana e queria abrir um túnel para o assentamento de trilhos para bondes puxados a muares, cuja linha percorreria outros pontos da Cidade.

Para tanto, requereu permissão à Câmara Municipal de Santos, que mandou ouvir a Comissão de Obras e Viação. Por sua vez, esse órgão legislativo buscou o parecer do engenheiro da Câmara. O túnel pretendido por Benjamin Fontana, como obra pioneira e avançada na época, deveria ser construído na garganta do morro em que estava situada a Casa da Pólvora.

O parecer da Comissão de Obras e Viação, que recebeu o número 122, foi apreciado nos últimos instantes da sessão ordinária do dia 20 de maio de 1896 e concluía que, para estudo mais aprofundado, mister se fazia que o requerente apresentasse projeto e plantas da obra que se propunha executar.

Foi o parecer aprovado por unanimidade, quando a nossa Edilidade era presidida pelo sr. Antônio Iguatemi Martins.

Anos mais tarde, o dr. José Monteiro, então vereador à Câmara de Santos, apresentou projeto de lei em que propunha a abertura de um túnel no mesmo morro, ou o Fontana, que, como se sabe, fica ao lado do Monte Serrate.

Pelo que se infere, o túnel nunca foi aberto naquele setor, mas o plano de obras permaneceu como pioneiro e deve ser assinalado neste período da movimentada passagem subterrânea pelo Monte Serrate.

Por sinal, o então prefeito Rubens Ferreira Martins foi criticado, sabemos, por haver construído o túnel do Monte Serrate, chegando a dizer-se que era "o buraco mais caro do Brasil".

Tão útil esse caminho se tornou à expansão do tráfego cidade-praias e praias-cidade que, em nossos dias, está ele superado...

 (*) Olao Rodrigues, jornalista e escritor, incluiu este artigo no Almanaque de Santos - 1971, publicação na qual foi o redator responsável (produzida por Ariel Editora e Publicidade, Santos/SP).