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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - IGREJAS - Capelas e oratórios
Capelas e oratórios da Baixada Santista [41]


A passagem do tempo e as ações humanas vão levando consigo os vestígios de muitas construções de caráter religioso, como os inúmeros oratórios e as capelas espalhadas pelo terreno hoje ocupado pelas cidades da Baixada Santista. Em alguns casos, fica a memória. Em outros, até ela se vai, por não ser apoiada pelos vestígios de sua existência, que faz com que as lembranças se esfumem até desaparecerem ou virarem mitos e lendas. Por isso, o pesquisador de História e professor Francisco Carballa procurou recuperar essas memórias e relacionar as edificações religiosas menores, neste relato por ele enviado em novembro de 2012, para publicação em Novo Milênio:

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Capelas e igrejas particulares

Francisco Carballa

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[41] Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Santos

Ereta em 1892 na Rua da Constituição, foi atingida em suas estruturas pela explosão do gasômetro em 1967, mas havia a condição de se reformar a mesma. Contavam os antigos que um padre - aproveitando que o outro (padre Drumont) havia ido a Itu/SP - vendera o terreno e assim a construção foi demolida sem piedade, para tristeza dos cristãos.

A grande imagem do Sagrado Coração de Jesus foi levada para o salão de reuniões do São Vicente de Paula e ali permaneceu até que foi transferido para sua nova igreja na Ponta da Praia, procissão em forma de carreata [16].

Ainda hoje podem ser vistas na instituição a imagem de São Kocsta e Santa Margarida, que seria a imagem processional, pois a imagem do altar foi levada para a igreja do mesmo nome que está na Avenida Nossa Senhora de Fátima.

Igualmente, alguns bens da mesma igreja ficaram jogados, como os vitrais, que se perderam em um canto da demolição, ou a imagem do Senhor Jesus, semelhante à que existe na fachada do Vaticano em Roma: ao levar uma marretada, caiu e se destruiu, ficando somente a cabeça.


NOTA:

[16] Tomei parte da mesma no final da tarde de um dia ensolarado, onde a imagem do Sagrado Coração de Jesus foi retirada do salão de reunião dos Vicentinos e colocada em uma caminhonete, para proteger a mesmo foi enrolando com sacos amarrados com fitas vermelhas e com muitas palmas de Santa Rita vermelhas ou gladíolos fincados entre as fitas, rumou o cortejo pela Avenida Cons. Rodrigues Alves, Rua Senador Dantas, chegando ao canal 06 e retornando pela praia até a igreja onde a imagem foi retirada e entrou deitada nas mãos do povo.

Sabemos que até o final dos anos 60, as instituições religiosas tomavam parte na procissão do Santíssimo Sacramento da Catedral onde, organizado como em um grande exército, transformavam a procissão em um majestoso cortejo adornado pelos tapetes confeccionados pelos moradores pelas proximidades do percurso.


Interior da igreja, em meados do século XX

Imagem: cartão postal do acervo do historiador Waldir Rueda