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Santistas, nas barrancas do Paranapanema [06]

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Livro de Santos Amorim, lançado em novembro de 1932, relata a participação de um batalhão santista na Revolução Constitucionalista daquele ano:
Cruzeiro do Sul!

O instante dramático não tarda. A 1ª Cia. vai entrar em fogo. Era preciso destruir a lenda de que a 1ª Cia. não brigava. E se, até então, não havia entrado em combate, a culpa não era nossa. Porque nunca recusamos seguir para a frente. Ao contrário. Pedíamos insistentemente para ir. Mas a desorganização do nosso comando era um caso sério...

Dia 14. Um domingo ensolarado. Definiram a nossa situação. O próprio coronel Favilla, que pela manhã viera ao nosso encontro. O 1º Pelotão foi para as trincheiras de Porto Velho. O 2º para a fazenda Cruzeiro do Sul. O 3º ficou em Aterradinho. Estava, assim, dividida a 1ª Cia.

Fomos para Cruzeiro do Sul. Com escala por Bom Sucesso. 42 soldados. Viagem como de costume. Péssima. Fome coletiva. Era justificável. Estávamos viajando.

Na manhã azul de 15. Chegamos a Cruzeiro. Depois do café - que foi ótimo - trincheiras. Que nós abrimos. Longe da fazenda 3 quilômetros. De 15 a 18 passamos nas valas. Na minha, eu e Anníbal Caetano. Soldado destemido. Demos sentinela. À noite. Todas as noites. Um vento diabólico. Incessante. Que nos enervava. Notadamente ao Anníbal. Sempre ansioso por disparar tiros. Contra o inimigo.

A 16 e 18 choveu torrencialmente. A 17 fez bom tempo. E recebíamos, contentes, a nova de que Minas havia aderido à causa paulista. Mais tarde, a realidade apareceu. Ficamos decepcionados.


O boatismo

Em campanha, mais do que no asfalto das grandes cidades, o boatismo desenvolve-se assustadoramente. Com piores conseqüências. Porque o soldado, em face de tanta mentira, torna-se pessimista. As poucas verdades que surgem são repelidas. Ninguém crê mais em coisa nenhuma. A não ser no que vê. E isso mesmo não é sempre.

Em Cruzeiro, todos os dias contavam-nos novidades surpreendentes. A Marinha Nacional tinha deposto, no Rio, o ditador Getúlio Vargas. E, em conseqüência, assumido a chefia do governo provisório o almirante Protógenes Guimarães.

O Rio Grande do Sul, e com ele o general Flores da Cunha, solidários com S. Paulo. O Pará, no extremo Norte, era nosso. Minas, idem. Arthur Bernardes, à frente de 12.000 homens, estava em marcha para o Rio. Baptista Luzardo, também com enorme força armada, o imitava.

O povo santista, todo ele nas ruas, vibrava de júbilo. E assim por diante. Raramente circulavam boatos contrários. O meio não era propício, naturalmente, para isso. Ainda assim, certa tarde, um sargento da Força Pública confiou-me, muito em reserva, esta patranha revoltante: - o Forte de Itaipú havia aderido à ditadura. E nossa terra - Santos querida - estava sofrendo toda a sorte de horrores. Que imaginar se possa. As famílias fugiam. Espavoridas. Os homens, sem meios de defesa, capitulavam. Estávamos desgraçados...

Não ouvi o resto. Fui-me embora. Sem acreditar, é lógico, na invencionice torpe. Sem propagá-la. Causava-me asco semelhante vilania.

Era nesse ambiente que vivíamos nós. Como se, porventura, fosse necessário com notícias capciosas sustentar o nosso ânimo. Tolice! Poucos desconheciam a verdade e nenhum se deixou abater.

Paulista é paulista!


Novo comando

O tenente Paixão ficara em Aterradinho. No P.C. Confortavelmente instalado. Nós, o 2º Pelotão, nas trincheiras de Cruzeiro. A 20 foi designado para nosso comandante o 2º tenente Olivério. Soldado na expressão fiel do vocábulo. Corajoso. Tolerante. Polido. Simples. Sem vaidades. Próprias, somente, dos imbecis. Dos enfatuados. Que são nulos.

Ficamos, desde então, sob as ordens desse valoroso militar. Relembramos, hoje, a sua figura, com muito afeto e saudade. Porque ele foi bom. E justo. E bravo.


Soldados nossos para a Cavalaria

Em Cruzeiro estava um piquete de cavalaria. De Pirassununga. Desfalcado. O 1º tenente Bemvindo, seu comandante, foi buscar soldados nossos no 2º Pelotão. Para completar o efetivo. Isso deu causa a muitas contrariedades. Porque nós éramos infantaria. E nenhum voluntário do 7º queria separar-se dos seus companheiros. Mas a ordem era terminante. Por bem ou por mal. Deveríamos dar 11 ou 12 soldados ao tenente Bemvindo.

Nossos soldados fizeram pé firme. Mas não houve remédio. Ficamos sem os rapazes. Isto ocorreu a 20. Logo cedo. À tarde, manifestamos ao tenente Olivério o nosso desejo de voltar. Para junto do coronel Favilla. Ficando sob o comando direto desse ilustre militar.

À noite fomos chamados. Corremos para as trincheiras. Tratava-se, mais uma vez, de um "palpite errado"...


Gente nossa que chega

O 2º Pelotão tinha ficado com 29 homens. A 21, talvez por isso, chegou gente nossa. Companheiros dos 1º e 3º grupos do 1º Pelotão. Que tinham permanecido em Porto Tapera. Velhos amigos que revemos. Satisfeitos. E que nos traziam notícias da "pontinha". Confirmando que a Marinha era nossa. E era. Na verdade. Nossa. Porque brasileira...

Ficamos em repouso.


Um reconhecimento

Nossos soldados que estavam na cavalaria fizeram um reconhecimento arriscadíssimo. Para as bandas de Garysinho. Renato Mello. Guaraná Menezes. Franquinho (o futebolista). Marcello Rios. Fausto Guimarães. Dillermando Sager (o Victrola). Raymundo Soter de Araújo. Manoel Stockler Pinto e muitos outros.

Partiram cedo. Voltarão à noite. Fico pensando na sorte de cada um deles. Regressarão mesmo? Felizmente tornaram. Nada de anormal.


A tomada de Garysinho e o trágico fim de Alfredo Shammas

Foi a 23. Deixamos Cruzeiro cedo. Conosco forte contingente da Força Pública. Fomos em caminhões. Trajeto longo. Caminho ruim. Tínhamos um objetivo preconcebido: - tomar Garysinho. Ponto estratégico. Ocupado por forças gaúchas que tinham vindo, para ali, de Caputéra. O tenente Olivério à vanguarda. Acompanhando-o, o tenente Vicente Gayer. E o saudoso sargento Alfredo Shammas.

Ao entardecer, foi feito o ataque. O inimigo, entrincheirado, resistiu. Eram 14 horas. Representando o triplo, na defensiva. E preparados. Os tenentes Olivério e Gayer avançam. Resolutos. Shammas os acompanha. Trava-se o tiroteio. A fuzilaria é tremenda. Um soldado inimigo alveja o tenente Olivério. Mas não tem tempo para atirar. O tenente Gayer, com pontaria certeira, fere-o numa perna.

Alfredo Shammas, num ímpeto heróico, avança. Lutará corpo a corpo. Se for necessário. Mas é infeliz. Uma bala adversária o atinge. Em pleno ventre. Ele cai. Esvaindo-se em sangue. E, num supremo esforço, ainda tenta resistir.

Mas é impossível. Seu estado é grave. Nossos padioleiros o socorrem. Antonio Espinhel - então na Cruz Vermelha - é o primeiro, senão um dos primeiros a ampará-lo. Colocam o bravo moço na padiola. Conduzem-no a um auto. Rapidamente para o hospital de Avaré. Antes disso, o dr. Francisco Neves presta-lhe assistência médica. Com abnegação. Tristíssimo, como nós todos, pelo trágico desfecho daquela vida palpitante de amor pela causa paulista.

Dois dias mais tarde tivemos a infausta notícia do falecimento de Alfredo Shammas.

Estávamos, então, nas trincheiras de Garysinho.

***

Fizemos, na mesma noite, 2 prisioneiros. 1 sargento. 1 soldado. Os 12 restantes conseguiram fugir. Rechaçados pelas nossas forças. Senhores do terreno, fortificamos, ali, as nossas posições. Colocando-nos, por sinal, ao lado de um velho cemitério. Na manhã de 24 foi que notamos, mal impressionados, essa circunstância. Eu e o José Antonio de Oliveira nos benzemos...


Joaquim Madeira. Lino Vieira. Santos Amorim e Eurico Mariano dos Santos. 
Turma pesada. E decidida


Caputéra! Caputéra!

Em Garysinho. Esperávamos ordens para avançar sobre Caputéra. Seria, essa, uma arrancada decisiva. O inimigo - a 6 quilômetros de distância e à nossa frente - dificilmente seria derrotado. Mil e tantos soldados. Tropas regulares. Aparelhadas eficientemente. Vasto material bélico. Peças de artilharia. Trincheiras intransponíveis. Tudo isso - era o quanto sabíamos por intermédio dos prisioneiros que fizéramos. E era exato.

Todavia, estávamos dispostos a tudo. Nem para outro fim vestíramos a farda de soldado. Senão para vencer. Ou morrer. A memória sagrada de Alfredo Shammas devia ser honrada. Pelo nosso sangue. De qualquer modo. Sem temor de sacrifícios.

Mas não avançamos.


O ataque da Cia. de Granadeiros

Na madrugada de 25, a Cia. de Granadeiros do Batalhão "Floriano Peixoto" atacou Caputéra. Outras forças, inclusive a nossa, deveriam secundá-la. Mas não tivemos ordem para isso. Até hoje ignoro por que motivo. Segredos do Estado-Maior...

Nesse ataque, um dos mais temerários, dada a desproporção numérica de combatentes paulistas, os bravos granadeiros perderam - sem responsabilidade minha pela afirmativa - 34 homens. Diversas armas automáticas. Muita munição.

Entretanto, foram verdadeiros heróis. Infligiram ao inimigo perdas consideráveis. Talvez uns 80, senão mais, foram mortos. O cabo Olavo Desiré Dantas, que tomou parte saliente no ataque, e meu queridíssimo amigo, teve ocasião de me contar os lances mais emocionantes dessa formidável tragédia. Que eu ouvi. Compungido e exaltado. Com dó dos que pereceram. Admirando o valor dos que voltaram.


Nossa retirada de Garysinho

Ainda a 25. Seriam 10 horas. O sargento Pitta corre às nossas trincheiras e anuncia: - "Caputéra é nossa!" Repete essa frase. Muitos se alegram. Não era para menos. Eu, porém, não dou crédito a essa notícia. Desconfio da sua veracidade. E digo a Eurico Marianno dos Santos e a Casimiro Araújo: - "esta pílula eu não engulo. Nem com açúcar!"

E, infelizmente, eu tinha razão. Como logo depois verificamos. O tenente Gayer ordenou-nos que abandonássemos as trincheiras. Rapidamente. E mandou-nos subir para os caminhões. Que estavam nos esperando à retaguarda. Pouco adiante. Sem que nada perguntássemos, disseram-nos que íamos ocupar Caputéra. Abandonada pelo inimigo. Entretanto, a direção que tomávamos nos conduziria a Cruzeiro do Sul.

Era uma retirada, pois. Percebi isso. Segredei a Eurico. E iniciamos a viagem. Mais tormentosa do que as outras até então feitas por nós.

Havia a maior urgência em deixar Garysinho. Era o que dizia a todos, lealmente, o tenente Olivério. Mas tudo parecia conspirar contra a nossa tropa. Chovera muito na véspera. Logo à saída de Garysinho, enormes lagoas na estrada. Na primeira, o caminhão da frente caiu, impedindo a passagem dos outros. Foi indispensável muito esforço para retirá-lo. Mas safamo-lo. Depois de meia hora de sacrifícios. Atolados até a cintura. Esfalfados de fazer tanta força.

Prosseguimos. Velocidade máxima. Somente nos detivemos muitos quilômetros adiante. Num acampamento. Para descansarmos.

Garysinho ficara para trás. Longe. Bem longe. Alfredo Shammas não voltava conosco...


Chuva de metralha

Já demandávamos, novamente, Cruzeiro do Sul. De súbito, cortam os ares dois aviões. São da ditadura. Evoluem sobre a nossa tropa. Saltamos dos caminhões e nos jogamos ao solo. Distanciados uns dos outros. Para o inimigo não poder visar-nos com precisão. Mas nossos soldados não se contêm. Alvejam-nos a tiros de fuzil. Obstinadamente. Apesar da inutilidade dessa atitude. E da ordem do tenente Olivério que, correndo pelo campo, sem receio de se expor à morte, bradava para cessar fogo.

Não tardou que uma violentíssima chuva de metralha se desencadeasse sobre nossas cabeças. Perseguindo-nos. Desesperando-nos. Terrível. Impiedosa. Brutal. Por longo espaço de tempo.

Graças a Deus, porém, saímos ilesos do traiçoeiro e selvagem ataque. Somente um companheiro nosso, o cabo Gonçalves, n. 64, ficou ferido. Levemente. Em uma das mãos.

Quando chegamos a Cruzeiro, a nossa indignação aumentou. Os aviões haviam bombardeado aquela praça de guerra. Sobre a enfermaria da Cruz Vermelha tinham jogado muitas granadas. E também metralhado. Ferindo soldados doentes. Ali internados. David Pimenta, por verdadeiro milagre, escapou. Saíra 15 minutos antes do ataque. Para o hospital de Avaré. O seu estado de saúde impedia-o de andar.


Voltaremos para Aterradinho?

É essa a pergunta que os nossos soldados se fazem. Explica-se por quê. Nós não queremos ficar em Cruzeiro. Iremos até para o inferno. Se para o inferno nos mandarem. Mas em Cruzeiro, não. De maneira nenhuma. Tínhamos consciência dos nossos deveres cívicos e militares. Estávamos dispostos, como sempre, a cumpri-los. Entretanto, não podíamos, por isso mesmo, admitir um regime de escravidão. Soldados da Liberdade éramos nós. Pela liberdade de São Paulo e do Brasil é que estávamos lutando. Como, pois, sermos escravos?

Resolvidos a romper com essa situação, desse no que desse, exigimos nossa volta para o comando do coronel Favilla. E foi nessa altura que os sargentos Tavares e Romão se dirigiram a Ligiana. Expuseram àquele criterioso oficial a nossa atitude intransigente. Sob pena de prisão. O coronel Favilla providenciou. Atendeu-nos.

Ficamos em Cruzeiro, nas trincheiras, ainda dois dias: 26 e 27. A 28 partimos para Aterradinho, em circunstâncias arrepiantes, que o leitor vai conhecer.



UM MOMENTO MUITO SÉRIO... - Não vão pensar que esse camarada,
nessa posição crítica, seja o Horacinho Assumpção...

Toda uma noite na estrada, sob um temporal medonho!

Era forçoso que, noite de 28, deixássemos Cruzeiro. Por isso, às 22 horas, de lá partimos. Já chovia copiosamente. E trovejava. E ventava. Um temporal medonho. De pé, nos caminhões, iniciamos a marcha. Precisávamos, de qualquer forma, chegar a Aterradinho. Era então comandante da Cia. o tenente Luiz Simione Sobrinho. Dedicado. Sincero. Destemeroso. Percorremos alguns quilômetros. Deu-se o que era inevitável. Os caminhões não puderam, a certa altura, ir para a frente. Buracos enormes pelo caminho. Chuva horrível. Sem cessar um minuto. Para remate: - escuridão completa.

A imaginação humana, creio eu, não alcança o drama íntimo que vivemos. Em toda a brutalidade que o envolveu. Na noite satânica de 28 de agosto de 1932. Quem passou por esse martírio, que não se descreve, merece ser sagrado herói. E autêntico.

Relembremos o que é possível narrar. Passa à nossa vanguarda, rumo idêntico ao que levávamos, um auto. Vai nele um oficial qualquer. Esse auto fica atravessado na estrada. Não pode sair. Faz parar, também, o nosso caminhão. Somente nos resta um recurso. Ir, a pé, para a frente. Em busca de abrigo. Que a chuva e o frio são insuportáveis. Muitos soldados preferem ficar. Ficam. Outros seguem. Eu os acompanho. O tenente Simione vai conosco. Cada dez passos que damos, custa-nos uma queda. Na lama. Na água. Eu sofro uma dúzia delas. Vamos somente com a manta às costas. E o fuzil à mão. A nossa tralha ficou nos caminhões. Carregá-la seria perdê-la. E temos 8 quilômetros para andar.

Exaustos já. Pelas energias que despendemos. Empurrando os caminhões na estrada maldita. Mas não desanimamos. Quando abrimos a boca para falar, damos vivas a S. Paulo. Um paulista de verdade não se entrega. Morre. Mas não cede. Nós não cedemos.

Chegamos a "Floriano" - velho, sujo e pobríssimo vilarejo. Há, ali, um grande barracão de madeira. Que ameaça ruir. Mas que ainda possui telhado. Batemos à porta. Um ancião no-la abre. Com um sorriso fraternal na face pergaminhada. É um paulista antigo. De fibra. 72 anos. Dir-se-ia ter, apenas, 60. Acolhe-nos. Adivinha quem somos. Corre a fazer café. Mas falta o açúcar. Nós tomaremos assim mesmo a preciosa rubiácea.

Fazemos fogueiras. Para enxugar a roupa do corpo. E esperamos amaine o temporal furioso. Somente pela manhã o céu se desanuvia. A chuva escasseia. Saímos da casa do bondoso velho. Vamos desenterrar os caminhões. Depois de penoso trabalho, os arrancamos do lamaçal. Não temos tempo a perder. Seguimos logo para Bom Sucesso. Dali iremos para Aterradinho. A chuva torna a cair. Fortíssima. Apanhamo-la toda. Horas a fio.

***

Muitos companheiros nossos tinham ficado, durante a noite, em meio da estrada. Agrupados em torno de uma enorme árvore copada. E ali permaneceram até 29, quando fomos encontrá-los. Causava piedade vê-los. Tiritavam de frio. Enlameados todos. Alguns nem se podiam mover. Vencidos pelo cansaço e pelo sono. Haviam se abandonado à própria sorte.

Jogaram-se ao chão e esqueceram-se de que existiam. De que precisavam viver ainda.

Nossa viagem continua.

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