Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, Dr. (O Segundo) - Antônio Carlos nasceu em
Santos, a 13 de outubro de 1830. Estudou humanidades em Paris, bacharelou-se no Colégio D. Pedro II e matriculou-se depois na Faculdade de Direito
de São Paulo, onde concluiu o curso de Ciências Jurídicas, bacharelando-se em 1855. Já no tempo de estudante, destacou-se como orador e poeta.
Em 1856, defendeu tese na Faculdade de São Paulo, doutorando-se, e três anos depois, por
decreto de 3 de agosto de 1859, foi promovido a professor substituto da mesma faculdade, passando em 1864 a catedrático de Direito Comercial.
Nos anos de 1885, 1886 e 1890 foi diretor interino da Faculdade de Direito, sendo
aposentado neste último ano. Logo depois foi nomeado Inspetor do Tesouro, e, em 1892, procurador geral do Estado com assento no Tribunal de Justiça.
Foi colaborador literário de A Província de São Paulo, publicando, sob o
pseudônimo de D. Gigadas, inúmeros folhetins, chegando José de Alencar a considerá-lo o primeiro folhetinista brasileiro. Em 1877, Antônio Carlos,
juntamente com o dr. Inglez de Souza, fundou a Revista Nacional.
Na política, atuou no Partido Liberal, elegendo-se deputado provincial em várias
legislaturas, como na 6ª, de 1844/1845; 7ª, de 1846/1847; 15ª, de 1862/1863; 16ª, de 1864/1865; e na 17ª, de 1866/1867. Foi também deputado geral
por São Paulo na Câmara do Rio de Janeiro, em diversas legislaturas, na de 1846 a 1847, na de 1867 a 1868 e outras.
Antônio Carlos faleceu no Rio de Janeiro, aos 72 anos de idade, no dia 19 de outubro
de 1902, deixando publicadas numerosas obras.
Antonio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva
Imagem da Biblioteca do Serviço de Documentação Geral da Marinha (Rio de Janeiro)
Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, Dr. - Nasceu em Santos, a 1º
de novembro de 1773. Teve o mesmo início intelectual dos seus irmãos José Bonifácio e Martim Francisco, e como eles seguiu para Portugal, onde
cursou Direito na Universidade de Coimbra, destacando-se como orador e jurista.
Voltando ao Brasil, foi nomeado juiz-de-fora da cidade de Santos, e ouvidor
geral em São Paulo, seguindo depois para Pernambuco como ouvidor da Comarca de Olinda.
Nesta época tomou parte na Revolução Liberal de Pernambuco em 1817, que proclamou a
República naquela parte do País, com nova bandeira. Logo após a tomada da Fortaleza do Brum (N.E.: no Recife),
Antônio Carlos foi eleito, pelo povo e pela tropa, conselheiro da Junta Provisória da República de Pernambuco.
Debelada e vencida pelas tropas do rei aquela revolução, foram os seus cabeças presos
e processados ou julgados sumariamente, sendo muitos remetidos para a Bahia, onde foram julgados sob a presidência do Conde dos Arcos.
Preso também, Antônio Carlos foi remetido para a Bahia. Condenado à morte, quando já
na forca esperava o momento fatal, chegou uma ordem régia comutando a pena de morte em prisão, onde passou quatro anos.
Anistiado como outros, ao fim dos quatro anos, foi nomeado desembargador para a
Relação da Bahia, não chegando a tomar posse, porque foi eleito deputado às Cortes Constituintes de Portugal por sua província natal. Como deputado,
distinguiu-se como orador, opondo-se à preferência dos deputados portugueses que pretendiam conservar o Brasil na escravidão.
Estava na Inglaterra, para onde tinha fugido, quando em 1823 foi eleito por São Paulo
para deputado à Constituinte Brasileira, voltando então para o Brasil.
Dissolvida a Constituinte, foi Antônio Carlos preso e deportado para a França,
juntamente com seus irmãos José Bonifácio e Martim Francisco. Voltando ao Brasil em 1828, foi preso e processado, de que foi absolvido pela Relação
do Rio de Janeiro, a 6 de setembro do mesmo ano.
Foi nomeado, em 1832, enviado extraordinário e ministro plenipotenciário junto à Corte
de Londres, declinando dessa nomeação.
Em 1833, voltou à Europa com o fim, segundo alguns, de trazer para o Brasil o
ex-imperador D. Pedro I, que havia abdicado em 1831; mas este passo não teve resultado.
Voltando ao Brasil em 1835, foi eleito, três anos depois, deputado por São Paulo e, na
sessão de 21 de julho de 1840, propôs que o imperador, então menor, fosse declarado maior e tomasse imediatamente as rédeas do governo, o que se
verificou depois da luta mais memorável que se registrou no Parlamento brasileiro.
Proclamada a Maioridade, foi chamado para ministro do Império, exercendo o cargo até o
ano seguinte. Foi ainda eleito deputado por São Paulo nas legislaturas que começaram em 1842 até 1845 e, finalmente, eleito e escolhido senador do
Império pela Província de Pernambuco.
Faleceu no Rio de Janeiro, na noite de 5 de dezembro de 1845, sendo
sepultado no Mosteiro de São Bento daquela cidade. Antônio Carlos deixou inúmeras obras editadas.
José Bonifácio de Andrada e Silva, O Moço - Nasceu a 8 de novembro de
1827, em Bordéus, França, quando seu pai - Martim Francisco Ribeiro de Andrada - estava no exílio. Era, portanto, sobrinho de José Bonifácio, o
Patriarca da Independência. Com menos de 2 anos de idade, seus pais o trouxeram para o Brasil.
Bacharelou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1853. Lecionou no Recife e em São
Paulo. Em 1860, foi deputado provincial, cadeira que ocupou por três vezes. Em 1862, era ministro da Marinha; em 1864, ministro do Império, e, em
1879, era eleito senador.
Dedicado também ao jornalismo, dirigiu O Ipiranga, de 1868 a 1869, foi redator
da Tribuna Liberal e colaborou em prosa e verso em vários outros órgãos da imprensa. Como orador, era respeitado no Parlamento, atuando
sempre com destaque.
Faleceu em São Paulo, a 26 de outubro de 1886, recebendo homenagens póstumas em São
Paulo, e em Santos, onde era considerado como "filho adotivo".
(N.E.:
Ricardo C. Amaral, descendente de José Bonifácio que
reside nos Estados Unidos, informa a Novo Milênio que José Bonifácio de Andrada e Silva, O Moço, não só era sobrinho, mas também era neto de
José Bonifácio, o Patriarca. A segunda filha legítima de José Bonifácio, Gabriela Frederica, casou com seu tio Martim Francisco (que era 12 anos
mais jovem que o irmão José Bonifácio).
Sendo filho de Martim Francisco com Gabriela Frederica, José Bonifácio O Moço era
assim, ao mesmo tempo, neto e sobrinho do Patriarca. Era neto, porque sua mãe Gabriela Frederica era filha do Patriarca, e sobrinho porque seu pai –
Martim Francisco – era irmão de José Bonifácio.
"José Bonifácio de Andrada e Silva, o Moço, é meu tataravô. Ele era
avô de minha avó paterna. E minha avó paterna era bisneta de Martim Francisco e tataraneta de José Bonifacio de Andrada e Silva, o Patriarca", cita
ainda Ricardo Amaral).
Martim Francisco Ribeiro de Andrada e Silva
Imagem da Biblioteca do Serviço de Documentação Geral da Marinha (Rio de Janeiro)
Martim Francisco Ribeiro de Andrada, Conselheiro - Nasceu em Santos a 19 de
abril de 1775. Como seus irmãos José Bonifácio e Antônio Carlos, realizou os primeiros estudos com o próprio pai; passou depois para São Paulo, onde
fez estudos preparatórios sob a orientação de Frei Manoel da Ressurreição, seguindo então para Portugal, onde se matriculou na Universidade de
Coimbra, estando já em 1808 de posse do diploma de Bacharel em Matemática.
No ano de 1800, foi, com seu irmão José Bonifácio e o tenente-general Napion,
encarregado de uma viagem mineralógica da Extremadura a Coimbra. No ano de 1804 foi nomeado inspetor das Minas e Bosques da Capitania de S. Paulo.
Empreendeu uma viagem mineralógica, da qual escreveu um diário que foi publicado na Revista Trimestral do Instituto Histórico, tomo IX.
Em março de 1820 realizou, com José Bonifácio, uma excursão em parte da Província de
São Paulo, para determinar os seus terrenos metalíferos; este trabalho foi publicado no Jornal das Minas sob o título "Uma Viagem
Mineralógica pela Província de São Paulo". Desempenhou várias comissões científicas, e, depois, teve papel saliente nos acontecimentos da
Independência do Brasil.
Em 1820, foi eleito pelo povo e a tropa de São Paulo, para membro do Governo
Provisório da Província, e, com seu irmão José Bonifácio, redigiu a representação de 24 de dezembro daquele ano, primeiro brado patriótico
brasileiro contra a prepotência da metrópole.
Mas, em São Paulo, as manobras do Partido Retrógrado, chefiado pelo ex-capitão-general
João Carlos Augusto de Oeynhausen, então presidente, para impedir a Independência do Brasil, conseguem a expulsão de Martim Francisco, que é
conduzido preso para o Rio de Janeiro, com a alegação de ser ele o responsável pelos acontecimentos de Francisco das Chagas
(Chaguinhas).
A derrota aparente de Martim Francisco foi realmente uma vitória, pois, chegando ao
Rio de Janeiro, foi imediatamente chamado para ocupar a Pasta da Fazenda, cargo que desempenhou com brilhantismo. À sua probidade como ministro deve
a sua eleição para deputado à Assembléia Constituinte pela Província do Rio de Janeiro.
Derrubado a 17 de julho de 1823 o ministério de que fazia parte, Martim Francisco,
como seus irmãos, alistou-se nas fileiras da oposição, e a 12 de novembro do mesmo ano, com a dissolução da Constituinte, foi preso e deportado para
a França.
Apenas em 1828 voltou ao Brasil, sendo então encarcerado em uma prisão no Rio de
Janeiro, para responder ao processo a que deu causa a devassa mandada instaurar pelo decreto de 24 de novembro daquele ano, do qual foi absolvido
pela Relação do Distrito, a 6 de setembro do mesmo ano. Dir-se-ia, devido ao acontecido aos irmãos Andrada, que eles, diante do próprio Imperador,
respondiam debaixo dos ódios inimigos, pelo grande crime da Independência.
Em 1830, foi Martim Francisco eleito deputado pela Província de Minas Gerais,
recusando nesse ano fazer parte do Ministério para que fora convidado pelo Imperador. O seu caráter revelava-se contra D. Pedro I em discurso
proferido na Câmara Temporária, na sessão de 12 de maio de 1832.
Eleito deputado por São Paulo na Legislatura de 1837 a 1840, Martim Francisco tomou
parte nas discussões como membro da oposição, sendo a última por ocasião do projeto que declarava maior o Imperador D. Pedro II. Consumado este
fato, foi chamado, juntamente com o irmão Antônio Carlos, para reorganizar o Ministério, ficando este com a pasta do Império e aquele com a da
Fazenda, onde permaneceram por nove meses, para de novo passar para a oposição ao governo.
Retirado ao lugar do seu nascimento, aí viveu os últimos anos a sua existência,
falecendo em Santos dia 3 de fevereiro de 1844, com a idade de setenta anos incompletos. Deixou muitas obras editadas, assim como diversos
manuscritos.
Monumento aos Andradas na Praça da Independência, no bairro santista do Gonzaga, em
2002
Foto: Decom/Prefeitura Municipal de Santos
|