O marco do centenário - A sede-monumento do Clube XV, localizada na Av. Vicente de Carvalho, esquina da Av. Washington Luiz, já em condições de se abrir em luzes
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Clube XV, são 100 anos de tradição e glórias
Nas páginas que se seguem apresentamos
trabalho de pesquisa de Jaelson Bitar Trindade,
focalizando a história do Clube XV
desde a sua fundação até os dias de hoje
São cem anos. Um século de tradições e glórias. Um clube, o mais antigo da Cidade e provavelmente do Brasil comemora seu I centenário. Eis um fato sem precedentes
na vida social de Santos.
Fundado a 12 de junho de 1869, o Clube XV surgiu de um desentendimento entre os membros da Sociedade Carnavalesca Santista, que resultou na dissidência de alguns sócios, em número de 15.
Reunindo-se imediatamente na casa de um deles, Antônio de Pinho Brandão, resolveram os descontentes formar uma nova agremiação, nos moldes da que acabavam de abandonar. Quanto ao nome do clube, os presentes, após momentos de indecisão, aplaudiram a
idéia de chamá-lo "Clube dos XV", em razão do número de fundadores. Entretanto, sentindo que o nome impunha uma restrição, ficou acertada nova denominação: Clube XV.
Os nomes dos 15 fundadores sempre tiveram lugar de destaque nas sedes sociais do clube, e assim continuarão na nova sede que será inaugurada na abertura dos festejos comemorativos ao
centenário. São fundadores: Adolfo Millon, Alberto Bittrencourt, Antônio Alves da Silva, Antônio Freire Henriques, Antônio de Pinho Brandão, Benedito Alves da Silva, Bernardino Bernardo Pereira, Bernardo Martins dos Santos, Eugênio de Oliveira,
Isaías Mariano de Andrade, João da Luz Pimenta, João Moreira de Sampaio, Joaquim Otaviano da Silva, José Marques de Carvalho e Raimundo Gonçales Corvêlo.
Desde o início de sua vida, procurou o Clube XV conquistar uma posição de relevo dentro das batalhas carnavalescas e nos programas sociais. O ano de 1870, primeiro do XV, não registrou nenhuma
comemoração carnavalesca; a epidemia de febre amarela provocava muitas vítimas, e o final da Guerra do Paraguai, foram os principais motivos que abalaram a população. Porém, o ano seguinte foi o da grande competição carnavalesca entre a Sociedade
Carnavalesca Santista, dos velhos; e o Clube XV, dos moços.
Era presidente do clube em 1871 Vitorino Porchat, e sob sua orientação os moços partiram para os festejos de Momo. As festas começaram ao romper da aurora do dia 19 de fevereiro, com a banda
de música da sociedade executando o hino carnavalesco do XV, composto pelo maestro Wanckegine. Às 16 horas do mesmo dia saiu da sede social, que era então à Rua Áurea, 152, o bloco carnavalesco com banda de música, carro
com estandarte e quatro cavaleiros de guarda, grupo de máscaras a cavalo, máscaras em carro, e por último, o carro triunfal. Um grande baile a fantasia, que começou às 21 e prolongou-se até as 4 horas da madrugada, encerrou essa primeira
manifestação.
Começou aí a fase de crescimento do XV. Junto ao clube, a Cidade preparava-se para crescer. O mercado de Santos apresentava movimento sempre crescente, acompanhando o desenvolvimento agrícola
e industrial da Província. A praça comercial começava a estabelecer relações diretas com os grandes mercados consumidores, saindo pouco a pouco de sua dependência à então Capital Federal.
Começando com uma modesta sede, na casa de seu presidente, o clube conseguiu já há algum tempo sede própria no Gonzaga, e chegando no seu centenário à realização de
um grande sonho, uma sede também própria, em local privilegiado e com construção ultramoderna, capaz de oferecer a seus associados o máximo em conforto e diversão. Assim também foi Santos: começando modestamente a destacar-se no comércio, possui
hoje o porto mais importante do Brasil.
Após ter permanecido algum tempo em sedes provisórias, o XV instalou-se à Rua Itororó, 25, sendo essa sua primeira sede definitiva. Daí transferiu-se para a Rua General Câmara, 68 junto à Casa
Corte Real e Irmão, onde permaneceu até 1894. No dia 12 de junho desse ano, dentro das comemorações do jubileu de prata, foi inaugurada uma nova sede à Rua Amador Bueno, 193, esquina da Rua Constituição, onde o clube permaneceu por um bom período,
sendo obrigado em 1919 a transferir-se para um local mais espaçoso. A nova sede foi então instalada à Rua 7 de Setembro, 70. Em 1934 foi adquirida a sede própria à Avenida Presidente Wilson, 13, de onde se transfere agora
para sua sede definitiva.
Durante seus 100 anos de existência, o Clube XV teve 69 diretorias, sendo que alguns diretores permaneceram na presidência por vários anos consecutivos, e outros foram eleitos mais de uma vez
em anos alternados.
A atual diretoria, que está cuidando das solenidades do I Centenário, tem como presidente o sr. Luiz Fernando Miller Mello; vice-presidente, dr. Rubens Ferreira Gonzalez; 1º secretário,
Ricardo Pinto de Oliveira Júnior; 2º secretário, Arlindo Aguiar Júnior; 1º tesoureiro, João Moreira de Sampaio Júnior; 2º tesoureiro, Lauro de Souza e Silva Filho; diretor social, Emanuel Leon Sztajnbok; diretor de patrimônio, José Lafraia; e os
diretores Alfredo Engler Pinto, Antenor Caldeira Tolentino, Carlos Ernesto Simón, Florival Amado Barletta, Jayr Hummel, dr. Nelson de Toledo Pizza e dr. Sylvio Fortunato.
A Comissão de Sindicância é formada por Antônio Alberto Aulicino, Benedito Paulo Bandeira, Roberto Capp, Octavio Cavalheiro Alves e José Schneider. No Conselho Fiscal, os membros efetivos são:
Nelson Oly Varella, Roberto Diniz e Cyro Gonçalves Dias; e os suplentes, Ernesto Freitas Netto, Nívio Alessandro Evaristo e Luiz Alberto Camargo Ballio.
A Mesa Deliberativa é presidida por Carlos Alberto Hernandes, tendo como vice-presidente Dâmaso Montero Esteves; 1º secretário, Orlando Saraiva Novaes; e 2º tesoureiro, Germano Melchert.
Esta diretoria está cuidando dos últimos preparativos da nova sede. Apenas uma parte será inaugurada e os acabamentos ainda estão sendo realizados. Assim é que os vidros e o assoalho estão
sendo colocados na véspera da inauguração, obrigando os operários da construção a um trabalho diuturno.
A entidade foi fundada no dia 12 e nesse dia em 1969, hoje, quando se comemora o 100º aniversário, será celebrada, às 8,15 horas, na Igreja de Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos, missa solene
em memória dos fundadores e de todos os sócios falecidos.
Amanhã, às 22 horas, será a inauguração solene da nova sede com baile de gala. Sábado haverá futebol, domingo gincana infantil, e inauguração da boateca (N.E.:
misto de boate e discoteca).
Dia 16 é a vez de teatro, com "Chico Anísio Só", e dia 17 competições esportivas. No dia 18, às 21 horas, o dr. Derosse José de Oliveira estará falando sobre Música Popular
Brasileira. Dia 19 será a Noite Nossa, show com a equipe de jograis do clube e no dia 20, A Noite do XV, com show de variedades.
A grande semana de solenidades pela passagem do 100º aniversário do Clube XV será encerrada com uma atração internacional, apresentando Johnny Mathis. Será no dia 29 de junho.
O belo palacete que acaba de fechar suas portas,
e que acolheu o Clube, de 1934 até o dia de hoje
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