Cristo Redentor tem 2,75 metros de altura e foi
inaugurado em 8/12/1980
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Entrada da Cidade já tem o Cristo Redentor
Uma estátua totalmente santista: assim foi definido o Cristo
Redentor inaugurado ontem na confluência da Av. Visconde de São Leopoldo com a Rua Visconde do Embaré, junto à Praça Lions Clube. De fato, a
estátua tem como base um bloco de granito retirado dos morros santistas pela Secretaria de Obras e Serviços Públicos, com 2,45 metros de altura; a
estátua, de 2,75 metros de altura, e 900 quilos de peso, foi feita em areia retirada das praias santistas, e com um processo ainda secreto de
vitrificação, também desenvolvido em Santos.
A inauguração ocorreu às 10h30, sob um sol fortíssimo, que inclusive provocou o desmaio de
uma componente do Coral Municipal e mal-estar em outra, sendo ambas levadas ao Pronto Socorro por ordem do titular da Secretaria de Higiene e Saúde,
José Pereira Sartori, que assistia à cerimônia.
Estavam presentes o prefeito Paulo Gomes Barbosa, vários secretários municipais e diretores
da Prodesan, representantes do Exército, da Aeronáutica e do Comando de Policiamento de Área/6, além de alunos dos colégios Mário de Alcântara e
Martins Fontes; foi feita a bênção da imagem pelo monsenhor João Vicente Leite, representando o bispo diocesano.
Lembrou o poeta Horácio Gonçalves: "Por coincidência, após vários adiamentos, o Cristo
Redentor foi inaugurado justamente no dia da Imaculada Conceição, o dia de sua mãe". Depois, o prefeito e dois colegiais depuseram flores no
monumento, enquanto o Coral Municipal de Santos entoou "Unidos Estamos Aqui" e "Aleluia", sob a regência de Aliete Vieira Cruz Gomes.
Procedida a entrega oficial do monumento à Cidade, pelo prefeito, o coral cantou "Eu Estarei a Cantar" e "A Montanha".
Explicando em discurso a razão da encomenda do monumento, que custou Cr$ 350 mil ao
Município, Paulo Barbosa disse ter plena convicção de que este Cristo deverá proteger seu governo, para que possa fazer uma boa administração, e o
que puder em benefício das populações mais carentes.
Secreta - Ainda por uns sete a dez anos, a técnica empregada no monumento, da areia
vitrificada, deverá permanecer em sigilo com seu criador, o escultor Pedro Germi. O motivo, segundo ele, é que há necessidade de aperfeiçoar o
processo, não quanto à durabilidade da obra (que é a mesma de uma estátua feita pelo sistema tradicional), mas quanto à forma de trabalho, hoje
ainda muito complicada e demorada. Após a simplificação, como pretende o escultor, qualquer criança poderá executar trabalhos utilizando sua
técnica.
Para fazer o Cristo Redentor, Pedro Germi trabalhou durante 66 dias, 16 horas por dia,
contando com um ajudante na fase inicial, e uma equipe de seis na fase de montagem das partes. Ele observa que as emendas entre as partes, agora bem
visíveis, desaparecerão dentro de três a quatro meses porque vão escurecendo naturalmente, enquanto o corpo da estátua vai clareando, até que ambos
se igualem.
Até meados de janeiro, Pedro Germi terminará outra estátua em homenagem a um vulto da
história brasileira, que morreu no início do século, mas cujo nome o escultor não quer por enquanto divulgar. Aliás, o acúmulo de encomendas de
troféus, bustos e outros serviços é tão grande que, como conta, "se pudesse trabalhar 24 horas por dia, assim o faria".
Tataraneto de italianos, Pedro Germi nasceu em Lins em 1930. Dedica-se à escultura há 41
anos, sendo que há 17 anos se dedica basicamente aos trabalhos com areia. A primeira tentativa, todavia, ocorreu numa visita à Cidade, em 1947, e o
processo começou a se firmar em 1958. As esculturas em areia ganharam fama internacional, mas por enquanto os cursos estão suspensos, talvez até
1982, justamente devido à falta de tempo disponível do escultor.
O prefeito descerra a placa da estátua
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