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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - PROCISSÕES - 25
São Camilo de Lellis

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Além das procissões principais, diversas paróquias promovem homenagens aos seus oragos nas datas correspondentes do calendário religioso. Este registro foi feito e enviado a Novo Milênio pelo professor e pesquisador de História Francisco Carballa, em 2 de julho de 2013:


Em 16 de julho de 1995, a paróquia de São Camilo, na Vila Mathias, homenageou São Camilo de Lellis com uma procissão, que saiu às 16 horas da igreja de Santa Cruz, na Avenida Senador Feijó
Foto: acervo de Francisco Carballa

 

Festa de São Camilo de Lellis

14 de julho

 

A igreja de Santa Cruz já foi sede da Igreja Coração de Maria, sendo mantida pela Irmandade de São Benedito até que chegaram os padres camilianos em 1922.

 

São Camilo de Lellis [01] foi o fundador de uma ordem de sacerdotes que tem por carisma atender enfermos em hospitais, atendendo eles a Santa Casa de Santos e o Hospital Santo António da Beneficência Portuguesa.

Tão logo chegaram, os camilianos trataram de adquirir a figura do deu protetor: encomendaram numa fábrica paulistana uma imagem do Santo que demorou cerca de um ano a dois para chegar e que foi recebida com festa
[02]. Também colocaram uma pequena imagem na capela da Santa Casa de Santos [03].

A procissão de São Camilo de Lellis foi interrompida
[04] por muitos anos, até que no início dos anos 1990 voltou a ser realizada, no dia exato do orago. Entretanto, sendo dia de semana, os devotos não podiam participar; assim, por volta de 1995 passaram a realizar a festa no domingo mais próximo desse dia.

 

Em 1995, pediram ao provedor da Irmandade do Santíssimo Sacramento, senhor Pedro, as lanternas e a cruz para a procissão, por não as terem, e o ato foi realizado com a imagem antiga que se encontra na igreja. Devido ao tamanho da imagem, os religiosos passaram a usar uma menor, mais leve para se carregar.

Era comum a distribuição de santinhos com uma cruz de feltro vermelho, que eram abençoados para se tornar um sacramental
[05]; atualmente, à moda italiana, vem ocorrendo a distribuição de pães bentos após a missa, que geralmente ocorre em seguida à procissão.

 

Realizada às 18h30, a procissão tem por percurso as vias vizinhas: Avenida Senador Feijó, ruas Joaquim Nabuco, Comendador Martins e Júlio de Mesquita, retornando pela Avenida Senador Feijó à igreja. O cortejo é formado, em ordem, pela cruz processional, os integrantes da Pastoral da Saúde, o clero, o andor e os devotos.
 

Hino de São Camilo de Lellis

 

Salve, apóstolo zeloso, salve, serafim de amor.

1
Lá no céu a ti se entoa, oh Camilo, hino imortal.
E brilhante uma coroa, orna a fronte patriarcal.
Regozija-te glorioso, grande herói no teu Senhor.

Salve, apóstolo zeloso, salve, serafim de amor.

2
Quantos filhos destemidos, pelejando ao teu pendão.
Em teu nome sempre unidos, alcançaram galardão.
Bando forte e numeroso, imolou-se pela dor.

Salve, apóstolo zeloso, salve, serafim de amor.

3
Cá na terra outra fileira, eco faz de bons irmãos.
Desfraldando uma bandeira, gloria eterna dos cristãos.
Traz no peito caridoso, cruz vermelha e santo ardor.

Salve, apóstolo zeloso, salve, serafim de amor.

4
Dos doentes, dos que morrem, ouve o grito de aflição.
Nos perigos que eles correm, de ti esperam salvação.
Anjo doce carinhoso, deles sê consolador.

Salve, apóstolo zeloso, salve, serafim de amor.


Notas:

[01] São Camilo de Lellis nasceu no ano 1550 e faleceu em 1614, data que para um cristão na verdade se entende como seu verdadeiro nascimento para a vida eterna.

[02] A imagem para o católico tem a função de representar o personagem, inspirando-o a seguir seu exemplo de fé e obediência ao Salvador do mundo, além de enfeitar a igreja. Neste caso, sendo uma imagem difícil de encontrar, muitas vezes as fábricas encomendavam as peças de forma bruta da Itália, da Espanha e de Portugal.

[03] Ainda hoje podemos ver essa imagem de pequeno porte na capela que teria vindo da demolição da Igreja de São Francisco de Paulo.

[04] Ocorrendo a desavença entre camilianos e a Irmandade de São Benedito, o povo se mantinha um pouco azedo com os padres da época, sendo que depois que estes foram embora às coisas ocorreram de forma normal até os aos 1970.

[05] Esses sacramentais eram confeccionados em Santos pelos seminaristas e padres da ordem, depois por beatas, mas pararam de ser feitos. Tinham o santinho dobrado ao meio com a efígie na frente e a oração no verso da primeira folha seguido da segunda com a cruz de feltro vermelho colada e protegida pela dobra, como um livrete.

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