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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - AMARGO AÇÚCAR
As fortalezas e os engenhos brasileiros (2)

Publicado na Revista USP nº 41 (de março a maio de 1999), editada pela Coordenadoria de Comunicação Social da Universidade de São Paulo, na capital paulista - acervo do historiador Waldir Rueda -, páginas 74 a 97: 
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Monumentos quinhentistas da Baixada Santista

Júlio Roberto Katinsky (*)


Mapa-múndi do desenvolvimento econômico-social da nossa civilização ocidental
Imagem: publicada com a matéria

Pode-se dizer que a vida econômica, política e intelectual desenvolveu-se, na Antigüidade e na Idade Média européia, em torno de um eixo horizontal sobre o Mar Mediterrâneo, passando pelo Estreito de Gibraltar.

Mesmo a fabulosa viagem de Marco Pólo, atingindo as regiões asiáticas da China e Japão, não deixou de bordejar esse eixo. Tanto Huisininga (O Declínio da Idade Média) quanto Pirenne (História da Idade Média) não deixaram de implicitamente reconhecer essa visão global européia.

A partir de 1530, entretanto, lentamente estruturou-se um novo eixo, vertical, passando pelo Oceano Atlântico. Esse eixo, aproximadamente a partir de 1730, impunha-se como realidade hegemônica, em torno do qual começou a girar a vida econômica, política e intelectual ocidental. Pouco depois dessa data, iniciaram-se os movimentos vitoriosos de autonomia dos povos americanos.



Fonte: reprodução fac-similar do Livro das Fortalezas de Duarte das Armas (1516)
Imagens: publicadas com a matéria

As fortalezas (cerca de 57), reproduzidas no livro mencionado, mostram uma constante aderência (aproveitamento defensivo) dos acidentes do terreno. Duarte das Armas reproduziu todas as fortalezas na fronteira com a Espanha, não dedicando quase nenhuma atenção às fortalezas voltadas para o mar. Observe-se que, na Fortaleza de Moura, a primeira linha de defesa está em patamar mais baixo que a Praça das Armas. Observe-se também a bonita convenção para indicar portas ou aberturas, e o uso dos algarismos arábicos.


O Forte da Barra Grande e o Fortim na praia para cruzar o fogo foram construídos depois de 1591. O Fortim da Praia do Góis foi construído para defender desembarques e ataques do Forte da Barra, pela retaguarda. Os fortes de São Thiago e São Felipe com fogos cruzados foram construídos antes de 1570. Fonte: Katinsky, baseado em mapas do século XVI
Imagem: publicada com a matéria


 Fotografia aérea do Forte da Barra Grande. Observar as cortinas das muralhas de defesa acompanhando os acidentes do terreno. Fonte: Arquivo IPHAN (1/3/98)
Foto: Carlos Marques, publicada com a matéria


 Plantas das cortinas do Forte da Barra Grande - Santos. Observar o contraste entre as muralhas de defesa, nas quais descansam os canhões, e o alojamento, seguramente do século XVIII. Fonte: Arquivo IPHAN
Imagem: publicada com a matéria


 Forte da Barra Grande - situação em 1990
Desenho referente aos alojamentos e capela do forte, por Vitor Hugo Mori.
Fonte: Arquivo IPHAN
Imagem: publicada com a matéria


 Forte da Barra Grande - Restauração
Desenho referente aos alojamentos e capela do forte, por Vitor Hugo Mori.
Fonte: Arquivo IPHAN
Imagem: publicada com a matéria

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