INCENTIVO: A USP espera obter parcerias da iniciativa
privada para construir sua Base Avançada de Cultura e Extensão junto ao Engenho dos Erasmos.
Projeto foi lançado em solenidade na manhã de ontem
Foto: Carlos Nogueira, publicada com a matéria. Legenda original
ENGENHO
USP aguarda parcerias para base avançada
Previsão é de que a unidade comece a funcionar até o final do ano que vem
Da Reportagem
A Universidade de São Paulo (USP) aguarda parcerias com
a iniciativa privada para construir sua Base Avançada de Cultura e Extensão junto às ruínas históricas do Engenho São Jorge dos Erasmos. O projeto
de arquitetura da unidade foi lançado durante solenidade realizada no local, na manhã de ontem. A previsão é de que a base comece a funcionar até o
final do ano que vem.
Segundo o arquiteto autor do projeto, Júlio Roberto Kantinski, professor da Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da USP, a estrutura de 600 metros quadrados contará com auditório, laboratório, espaço para exposições e museu.
A base será construída em um local fora da área de pesquisa arqueológica, conforme
determinação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico,
Artístico e Turístico do Estado (Condephaat), órgãos responsáveis pelo tombamento do sítio histórico.
Paredes de vidro permitirão que os freqüentadores admirem as ruínas enquanto estiverem
dentro do centro de estudos. O custo da obra está estimado em R$ 900 mil. "É um projeto simples e modesto", diz o arquiteto.
Turismo e estudos - A base avançada servirá de apoio para as pesquisas
arqueológicas lá realizadas desde 1955, quando a USP recebeu a área como doação. Além da função científica, o local será utilizado para visitação de
estudantes, que poderão conhecer o trabalho das equipes de arqueologia. E ainda se transformará em ponto turístico e de atividades culturais.
Segundo o reitor da USP, Adolpho José Melfi, a base será uma espécie de campus
da USP, onde também serão realizados cursos de extensão. Ele garantiu que já há conversações com empresas que poderão patrocinar a construção da
unidade.
O reitor destacou que a expectativa da USP é incluir a inauguração do complexo na
programação do aniversário de 70 anos da universidade e dos 450 anos de São Paulo. Melfi ainda anunciou que estão sendo contratados dois professores
para trabalharem permanentemente na nova base.
Para o vice-prefeito João Paulo Tavares Papa, que representou o prefeito Beto Mansur
na solenidade, a instalação da base avançada vem se juntar a outros projetos de revitalização em andamento na Cidade, como a do Centro Histórico e
do porto. "É um sonho que há muito tempo acalentamos".
Papa informou que a Prefeitura "está disposta a alocar os recursos necessários para
este e outros projetos que possam contribuir para a instalação da USP em Santos".
O diretor-executivo de A Tribuna, Roberto Clemente Santini, além de diversas
autoridades da Cidade e da USP, participaram da solenidade, que foi encerrada com a apresentação do Coral da USP.
Conforme a professora responsável pelas pesquisas no local, Margarida Davina
Andreatta, a prioridade agora é descobrir o traçado original das instalações do engenho, que se encontram encobertas. Ela acredita que as escavações
devem estar concluídas em aproximadamente um ano.
Margarida lembrou que, no sítio, já foram encontrados diversos objetos da época da
colonização do Brasil, como cerâmicas e louças, e até um cemitério.
Reitor da USP, Adolfo Melfi, disse que serão
realizados cursos de extensão na base
Foto: Carlos Nogueira, publicada com a matéria. Legenda original
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