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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CINEMA
O cinema em Santos (5)

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Santos já foi cenário para diversos filmes e novelas de televisão, em locais como o Gonzaga, o porto, a Vila Belmiro e até o Monte Santa Terezinha, onde teve lugar certa vez a filmagem da queda de um carro morro abaixo.

E, por falar em quedas, o desabamento dos morros em 1928 foi registrado em filme, que recebeu o nome A Hecatombe do Monte Serrat e foi apresentado menos de um mês depois no Cine Selecto, conforme anúncio publicado na edição de 4/4/1928 na página 11 do jornal santista A Tribuna. Não há informações sobre o paradeiro do filme, sequer se ele ainda se encontra conservado em algum lugar.

Na época áurea do cinema brasileiro, antes da decadência dos estúdios e das salas exibidoras verificada nos anos 1970/80, Santos foi escolhida como cenário de filmes como Sai da Frente (de 1952), do popular Mazzaropi, onde ele representava um motorista de caminhão de mudanças que fazia um carreto São Paulo/Santos.

Personagens - A cidade e a região também foram berço de astros e estrelas do cinema nacional, que geralmente também se apresentaram no rádio e/ou protagonizaram séries na televisão brasileira. A respeito de uma das primeiras estrelas cinematográficas santistas, registrou o Almanaque de Santos 1972, de Olao Rodrigues (edição do autor, 1972, gráfica Impres, São Paulo/SP):


Zezé Lara recebe instruções do cineasta Wallace Downey
Foto publicada com o texto

Precursora de star cinematográfica

A ex-cantora santista Zezé Lara (hoje Sra. Maria José de Lara Infante Vieira) participou do filme-musical Coisas Nossas - uma das primeiras tentativas de cinema falado no Brasil.

Baseado num samba de Noel Rosa, Coisas Nossas foi produzido em 1931 pela Byington & Co., de São Paulo, e dirigido pelo americano Wallace Downey (que se notabilizaria depois em filmes carnavalescos). Além de nossa conterrânea, a primeira produção paulista - que conseguiu grande público espectador - contava com as participações de Jayme Redondo, Procópio Ferreira, Stefânia de Macedo, Paraguaçu e outros cartazes de teatro, de circo, do disco e da incipiente radiotelefonia paulistana.

Prospecto da gravadora Colúmbia, dessa época, informava que nossa artista-amadora "graciosíssima, bonita e de esmerada educação", possuía "voz limpa, cristalina e possante, responsável pela popularidade que Zezé Lara desfruta em todo o País. Sempre disposta a fazer o bem, não há festa de caridade que dispense seu valioso concurso, e Zezé, sorrindo, organiza, ensaia, canta, enfim leva lenitivo e alegria à pobreza".

Dona Zezé Lara é bem um feliz e gracioso espécime desta "Terra da Liberdade e da Caridade".

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