Projeto liga o Valongo à Estação da Luz, em São Paulo,
e depende de verbas do Governo Federal
Foto: Carlos Nogueira, publicada com a matéria
TREM HISTÓRICO
Roteiro depende de documentação
Da Reportagem
A Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF)
vai ter que reapresentar todos os documentos e refazer os trâmites burocráticos junto ao Ministério do Turismo para dar seqüência ao estudo de
viabilização do projeto histórico e turístico ferroviário entre o Memorial dos Imigrantes, em São Paulo, e a Estação do Valongo, em Santos. A
informação é do diretor de Patrimônio Nacional da APPF, Elias Alves de Araújo.
Segundo ele, no final do ano passado ocorreram alguns contratempos no cronograma e não
houve como enviar os documentos necessários ao ministério, visando a liberação de verba para a primeira e segunda etapas do projeto. "Naquele
período, a associação também passou por uma mudança conceitual, passando a ser uma organização social sem fins lucrativos, e isso atrasou os
procedimentos, que tinham prazos de validade".
Araújo explica ainda que agora todo o projeto será reapresentado e novamente haverá a
solicitação das verbas. "A primeira é de R$ 400 mil, para a fase que objetiva a recuperação de três vagões e de um carro-restaurante que deverão ser
utilizados na empreitada".
Restauração - Já para a segunda fase, a solicitação de verba é de R$ 700 mil.
Segundo a secretária municipal de Turismo, Wânia Seixas, o dinheiro deverá ser usado para a restauração de um galpão externo da estação, no Valongo,
que recepcionará os turistas (onde funciona hoje a sede da Guarda Municipal), além da reforma de cerca de um quilômetro de trilhos, entre o Saboó e
a chegada na estação.
"Para nós foi dito que essa verba de R$ 700 mil seria passada pelo Ministério do
Turismo assim que houvesse a liberação de uma certidão da ABPF", garante a secretária.
Araújo explica que, na realidade, existem várias certidões a serem expedidas e que
compõem esse corpo de documentos. O diretor da ABPF acredita ainda que até setembro as verbas estarão disponibilizadas pelo ministério, via Caixa
Econômica Federal.
Empecilho - Outro empecilho que está transformando esse projeto em uma
verdadeira novela é a disponibilização da linha ferroviária para garantir a etapa do passeio entre Paranapiacaba e Santos.
"A MRS Logística - que é a empresa concessionária da linha que interliga a região - há
havia acordado conosco que a mesma linha usada para transporte de cargas poderia ser utilizada, inicialmente de 15 em 15 dias e depois até aos
finais de semana, para o projeto turístico", completa Araújo.
Ou seja, os turistas fariam um passeio de um dia completo, por exemplo, saindo de São
Paulo. "O pessoal seguiria até a Vila de Paranapiacaba, talvez descendo no local que também é histórico e atraente, e depois seguiria para o Valongo",
comenta a secretária.
Locomotiva - Wânia também está pleiteando junto à associação a aquisição - via
parceria - de outra pequena locomotiva de época para ficar no Valongo durante a semana.
"Como o projeto inicial visa atender a uma demanda de turistas de fora da Cidade,
seria interessante ter aqui essa outra locomotiva, para os santistas curtirem o trem, fazendo até um pequeno passeio até o pé da Serra, por
exemplo".
O diretor da ABPF disse que já está estudando essa hipótese de parceria para garantir
uma locomotiva a vapor e carro de passageiros extras. "Tudo vai depender da seqüência dos trâmites", resume.
A Tribuna tentou contato com representantes da MRS Logística para comentar o
assunto, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
Wânia quer trem em Santos
Foto: Carlos Nogueira, publicada com a matéria
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