Transportador de Correia de Longa Distância

A NECESSIDADE
Um projeto para o desenvolvimento sustentável

Com o crescimento da atividade industrial e o aumento das exportações brasileiras pelo Porto de Santos, o fluxo de cargas entre o Planalto Paulistano e a Baixada Santista - vital para nossa economia - passou a apresentar um nó logístico e ambiental. É urgente desatá-lo.

No transporte de minério de ferro, por exemplo, das 6,5 milhões de toneladas/ano que abastecem a Cosipa, em Cubatão, 5 milhões de toneladas (77%) são escoadas por ferrovia pela MRS e o restante, pela Via Anchieta. Essas 5 milhões de toneladas de minério, que hoje descem por ferrovia, vencem o desnível da Serra do Mar por um sistema de cremalheira, onde as locomotivas engatam uma roda dentada num trilho central, para garantir uma descida segura.

O minério ocupa 70% da utilização da cremalheira, que é morosa e tem capacidade de transporte insuficiente para atender as demandas de cargas destinadas à Baixada e ao Porto de Santos. Uma limitação que traz reflexos negativos para as exportações e para o desenvolvimento nacional.

A história centenária da busca de alternativas ferroviárias para vencer a descida da Serra do Mar passa pelo sistema funicular, que, depois de ser substituído pela cremalheira, foi abandonado e encontra-se em processo de degradação. É um importante patrimônio histórico e arquitetônico que se deteriora.

Além disso, a ferrovia desce a serra passando pelo interior de um importante trecho da Mata Atlântica que está reduzida a menos de 8% da sua cobertura original no País, sendo que grande parte desta área preservada encontra-se no Estado de São Paulo, especificamente na Serra do Mar. Neste contexto, o meio-ambiente é uma questão relevante para a região.

A MRS está preocupada tanto com o desenvolvimento da economia quanto com a preservação ambiental e do patrimônio histórico. Por isto, quer melhorar e aumentar o fluxo de cargas na região, mas com responsabilidade, que é uma de suas marcas. Conheça, neste documento, um pouco mais do nosso plano para a região.

O DESAFIO
Melhorar o transporte e proteger o patrimônio

Para entender o desafio enfrentado, basta conhecer os ingredientes do cenário:

O sistema cremalheira [*] atualmente em funcionamento na transposição da Serra do Mar, entre Paranapiacaba e Cubatão, só pode transportar 4 vagões ou 500 toneladas por viagem, o que é pouco para uma ferrovia e insuficiente para as necessidades da Baixada Santista.

A procura pelo transporte ferroviário como alternativa para a descida da Serra do Mar é crescente, mas as limitações de capacidade da cremalheira impedem o crescimento da ferrovia e, na ausência de outra alternativa de transporte, as rodovias são sobrecarregadas.

Em termos ambientais, a área (Parque Estadual da Serra do Mar) é um importante patrimônio ambiental do país, que deve ser protegido.

O sistema funicular, estrutura ferroviária onde os trens eram puxados por cabos de aço, inaugurado em 1901, foi desativado em 1985, por falta de segurança na operação e pela impossibilidade de modernização de seu sistema de funcionamento. O funicular, com 16 viadutos, 13 túneis (a maioria na combinação tipicamente britância de alvenaria e estrutura de ferro), cinco patamares e um importante conjunto de edificações a maquinários a vapor, já é parcialmente tombado ou está em processo de tombamento como Patrimônio Histórico e encontra-se bastante deteriorado, requerendo urgentes medidas de recuperação.

O desenvolvimento brasileiro exige a melhoria da qualidade e da capacidade de transporte na Serra do Mar, as alternativas para solucionar o problema são bastante limitadas, o meio-ambiente deve ser protegido e o patrimônio histórico preservado. Este é o desafio.

A SOLUÇÃO
18 km de correia

Confrontada com este cenário, precisando crescer e alavancar o crescimento da região, a MRS buscou uma solução que, ao mesmo tempo, preservasse a Serra do Mar e a Mata Atlântica e permitisse o uso sustentável do patrimônio histórico. Concebeu o projeto do Transportador de Correia de Longa Distância - TCLD - que é uma correia transportadora[*] para minério de ferro, com cerca de 18 quilômetros de extensão.

A correia será construída entre o Pátio Ferroviário de Campo Grande, próximo a Paranapiacaba, e o pátio de estocagem da Cosipa, em Cubatão.

Ao chegar a Paranapiacaba, para não alterar a paisagem e o patrimônio histórico da vila, a correia passará por um túnel exclusivo, de 600 metros de comprimento.

Findo o túnel, a correia continua a descer a Serra do Mar por um percurso de 10 quilômetros, em rampa de inclinação suave.

A correia ocupará exatamente o mesmo traçado do funicular desativado, por um percurso aberto desde o Século 19. Assim, não haverá desmatamentos ou interferência no Parque Estadual da Serra do Mar.

Serra abaixo e serra acima, a correia vai fluir suspensa numa estrutura metálica, com uma altura que permitirá o livre deslocamento de pequenos animais.

A correia tem estrutura leve, que previne deslizamentos e deterioração da área, além de permitir a preservação do patrimônio representado por túneis e viadutos e de proporcionar a sua visitação monitorada.

O TCLD poderá transportar até 1.650 toneladas/hora de minério (contra as 960 hoje transportadas pela cremalheira), eliminando o transporte de minério de ferro por caminhão nas vias Anchieta e Piaçagüera-Guarujá.

A TECNOLOGIA
Porque a correia é a melhor alternativa

Tecnologia conhecida: o sistema a ser adotado pela MRS Logística, o Transportador de Correia de Longa Distância (TCLD), é uma alternativa de transporte largamente utilizada no Brasil e no mundo, com excelentes resultados em termos de sua eficiência e efeitos positivos, como a eliminação de transporte por veículos pesados e a conseqüente redução de acidentes. É uma tecnologia utilizada há mais de 20 anos para o transporte de minério de ferro, carvão, calcário bruto, bauxita e outros granéis, em países como o Brasil (notadamente no Quadrilátero Ferrífero, MG), EUA, Inglaterra, Canadá, África do Sul, Austrália, entre outros.

Segurança: O TCLD é a tecnologia que apresenta o menor risco de derramamento de conteúdo. Ao longo do percurso, sensores a cada 100 metros acusarão o mínimo desvio da esteira e darão o alerta via fibra ótica.

Menor impacto: A emissão de poeiras será controlada por eficientes sistemas projetados para o transbordo do material. O sistema possui baixos níveis de ruído [*], sem provocar interferências com a população de Paranapiacaba e Cubatão e com a fauna da Serra do Mar.

Adaptabilidade: O sistema executa facilmente curvas horizontais ou verticais, adaptando-se ao terreno e ao traçado já existentes, sendo o mais adequado à região da Serra do Mar.