Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0102z17.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 12/14/04 08:05:27
Clique na imagem para voltar à página principal
HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - ESTRADAS
Ferrovias brigam pelos trilhos (1)

Com o crescimento na movimentação de cargas pelo porto santista, após a privatização do sistema ferroviário começou uma disputa pelo uso das linhas férreas que conduzem ao porto. A MRS Logística, vencedora da concorrência pelo direito de uso dos trilhos da antiga Estrada de Ferro de Santos a Jundiaí (trecho local da Rede Ferroviária Federal S.A. - RFFSA ou Refesa), abandonou completamente uma segunda linha férrea, paralela à principal, existente no trecho de Santos a Cubatão.

Ao mesmo tempo, passou a cobrar o direito de passagem por seus trilhos (o chamado Tráfego Mútuo), com a exigência de tracionamento dos vagões por locomotivas próprias, implicando numa operação extra de desengate dos mesmos para troca de equipamento tracionador, além da cobrança pelo uso de suas locomotivas - o que dificultou a viabilização econômica das operações das empresas concorrentes.

Esses problemas foram tratados nesta matéria, publicada na edição de 12 de dezembro de 2004 do jornal santista A Tribuna:


A malha ferroviária da Baixada Santista
Ilustração publicada com a matéria

FERROVIAS
ANTT prevê solução para acesso ao porto em 2005

Da Reportagem

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pretende achar uma solução definitiva, no próximo ano (N.E.: 2005), para resolver o impasse entre as concessionárias ferroviárias MRS Logística e Brasil Ferrovias, sobre a utilização do terceiro trilho de acesso ao Porto de Santos. Entretanto, o órgão regulador não trabalha com a hipótese de tirar este ramal, que a MRS mantém desativado entre Cubatão e Santos, e passá-lo para a concorrente, medida que vem sendo aventada nas últimas semanas.

Segundo o superintendente de Serviços de Transporte de Cargas da ANTT, Hilário Leonardo Pereira Filho, tal hipótese não está descartada, mas só será estudada "em último caso", por se tratar de uma opção "muito complexa" e que envolveria até a realização de uma licitação para uma nova concessão.

"Se resolvermos alterar o patrimônio das empresas, aquilo que foi concedido, teríamos de ter uma permissão do Tribunal de Contas da União. E depois, o ramal retirado de uma concessionária não poderia ser passado diretamente para outra. Provavelmente, teríamos de fazer uma nova licitação pública", explicou Pereira Filho.

Por enquanto, a intenção é conseguir melhorias pontuais, como por exemplo estender o período que a Brasil Ferrovias pode utilizar o outro trilho da MRS entre Perequê (Cubatão) e Valongo (Santos), com 16 quilômetros de extensão e paralelo à linha disputada. A MRS tem três ramais que acessam o porto santista - dois deles estão na margem direita (Santos) e outro na esquerda (Guarujá).

  

Agência negocia acordo entre empresas

  

Área urbana - A Brasil Ferrovias tem somente uma linha de acesso ao porto, em Santos. Ela "corta" a Cidade, seguindo ao lado das avenidas Francisco Glicério e Afonso Pena. Por estar em área urbana, a passagem dos trens só pode acontecer em determinados horários, aumentando o tempo de viagem e os custos envolvidos no transporte.

Usualmente, parte do fluxo das locomotivas da empresa destinado ao cais tem de usar o ramal da MRS, pagando um preço pelo serviço considerado alto pela Brasil Ferrovias. Denominado Tráfego Mútuo, esse tipo de operação consiste nos vagões do trem "visitante" serem transferidos para as máquinas da MRS, tornando a chegada das cargas ao porto demorada. Tal serviço está previsto no contrato de concessão do ramal, mas a Brasil Ferrovias busca uma alternativa. A transferência do terceiro trilho da MRS seria uma delas.

Outra possibilidade é a priorização do chamado Direito de Passagem. Pelo sistema, a companhia ferroviária detentora da concessão libera, a um custo menor que o requerido no Tráfego Mútuo (pois a empresa visitante usa a própria locomotora), a passagem do trem da concorrente pela sua malha.

Conforme o superintendente da agência fiscalizadora, as medidas que estão sendo tomadas para melhorar o acesso de cargas ao porto estão baseadas mais no fundamento do Direito de Passagem do que no do Tráfego Mútuo. Mas ele não entrou no mérito das ações empreendidas. Segundo ele, desde que tais medidas vêm sendo aplicadas, não houve mais reclamações à ANTT por parte da Brasil Ferrovias.

A ANTT, a Brasil Ferrovias e a MRS Logística discutem uma solução para a questão do terceiro trilho há mais de um ano. Desde então, tanto a MRS quanto a Brasil têm evitado fazer quaisquer comentários quanto ao andamento das negociações.

Leva para a página seguinte da série