Marcinho, do Santos, ex-atleta do São Manoel
O tricolor que há 20 anos só dá alegrias
Quer ver o pessoal animado? Basta dizer que o Esporte Clube
São Manoel vai jogar no fim de semana. Melhor ainda se a partida for lá mesmo no bairro, pois as mulheres, crianças e idosos também podem
assistir.
Mas, seja onde for o jogo, nunca falta torcida. Os moradores têm prazer em incentivar o time, pois os jogadores
são daqueles que tentam de tudo para chegar à vitória. Armam lances bonitos, suam muito a camisa e demonstram muita garra, como em todo
futebol varzeano que se preze.
O Esporte Clube São Manoel surgiu há uns 20 anos. Certo dia, num bar, alguém deu a idéia de se criar um time de
futebol. E gente como o seu Afonso, Cachimbinho, Nelson e o falecido seu Waldemar trataram de levar a iniciativa adiante.
Afinal, não seria preciso nenhum grande investimento e o clube não só se tornaria uma alternativa de lazer como serviria para integrar os
moradores.
Hoje, uma média de 50 atletas treinam no São Manoel, que há dois meses está sob a presidência do Oscar da
Farmácia. Times de toda a Baixada jogam lá, e nessas ocasiões o ponta-direita Alemãozinho e o ponta-esquerda Ivo, dois dos melhores da
equipe infanto-juvenil, sempre dão show de bola. E quando o Nelson e o Mineiro entram em campo, provam que os veteranos podem
conquistar vitórias enfrentando qualquer time da categoria.
Em 1978, o clube verde, branco e vermelho sagrou-se vice-campeão varzeano. Este ano, disputou 152 partidas e
venceu 80 por cento delas. Sem contar que do São Manoel saíram dois jogadores para equipes profissionais: o Adail Rangel Pontes, Alemão,
que foi para o Paraná, e o Márcio Fernandes, Marcinho, atual reserva do João Paulo, no Santos FC.
Barco a remo, o transporte mais eficiente
Moradores querem uma igreja e lutam por ela
O Jardim São Manoel vai ter uma igreja católica. Não se sabe
quando ficará pronta, mas é para conseguir isso que o pessoal luta há muito tempo. Agora, tudo parece mais concreto: está quase certa a compra de
um terreno para abrigar o templo.
Segundo os moradores, o contrato que assinaram com a família Varella, quando da aquisição dos lotes, previa a
implantação de várias melhorias no núcleo, inclusive a instalação de uma igreja. Entrou e saiu ano, e nada. Cansado de esperar, o pessoal decidiu
agir por conta própria: passou a reivindicar da Prefeitura a doação de uma área para construção do templo. Por fim, as famílias resolveram não
esperar por mais ninguém e lançar um movimento para a arrecadação de fundos. Teriam o terreno sem depender do Poder Público.
Quermesses e listas de contribuição foram algumas das formas de se angariar verbas. Sem contar as andanças que a
dona Irene e frei Heitor Cella, da Igreja do Valongo, já fizeram. Por isso, eles não escondem a satisfação quando afirmam que só faltam alguns
acertos finais para terem o tão sonhado terreno à disposição. E, logicamente, a luta não termina aí: resta agora a não menos difícil tarefa de se
edificar a igreja. Tudo será muito simples, sem nenhuma sofisticação. Apenas para os moradores disporem de um local para realizar suas cerimônias
religiosas.
Atualmente, frei Heitor celebra as missas na sede da sociedade de melhoramentos. E ninguém esquece que durante
muito tempo frei Cosme prestou esse tipo de assistência. Seu Vavá ia buscá-lo de carro, ele rezava as missas na escola e quase sempre ia
tomar um café com a turma. Ficou amigo de todos. |