Problemas e nenhuma solução
Eles contam como era o Gonzaga antigamente e trazem de volta velhas histórias
Enumerar
problemas do Gonzaga parece até ironia se for comparada a situação desse bairro com a de outros da Zona Noroeste, que concentram favelas, não têm
redes de esgoto ou vias pavimentadas. Mas, guardadas as devidas proporções, ninguém agüenta mais enfrentar certas situações incompatíveis com uma
zona turística.
As enchentes não são daquelas de obrigar morador a sair correndo de casa, como no Bom Retiro ou Jardim Castelo,
mas conseguem deixar intransitáveis vias como Galeão Carvalhal, Carlos Afonseca, Timbiras, Jorge Tibiriçá, Djalma Dutra, Othon Feliciano, Floriano
Peixoto, Marechal Deodoro e Avenida Ana Costa.
Os comerciantes da Rua Othon Feliciano já fizeram até um abaixo-assinado pedindo providências, em administrações
anteriores. Desde então, ouvem promessas de recuperação das galerias pluviais e os poucos serviços de desobstrução que foram realizados deram em
nada. As inundações continuam.
E mais: não é difícil andar pelo Gonzaga e conseguir uma torção do pé, porque na maior parte das ruas as
calçadas estão esburacadas ou tomadas por material de construção. A Prefeitura não exerce fiscalização severa, os abusos dos construtores são
muitos e os pedestres obrigados a disputar as ruas com os carros.
Isso sem contar que alguns bares acumulam cadeiras e mesas nas calçadas, sem se preocuparem com os transtornos
que ocasionam. E os ambulantes, vendedores de doces e bijuterias? Esses nem se conta, parecem plenamente integrados à paisagem do bairro.
Com chuva ou sem ela, vias como Floriano Peixoto, Marcílio Dias, Goitacazes, Fernão Dias, Mário Carpenter e
Bahia ostentam água e lama fétida junto aos passeios. E que ninguém fique surpreendido se estiver observando uma vitrine e de repente um jato de
água malcheirosa sujar toda a sua roupa!
Eles contam como era o Gonzaga antigamente e trazem
de volta velhas histórias
E o que dizer das praças? Basta observar que a mais tradicional de todas, a da Independência, bem no centro de
toda a movimentação, guarda uma história de muito abandono. Quem consegue enfrentar os carros sempre velozes e chegar até ela se decepciona: até
mato cresce entre uma lajota e outra. O piso irregular e encardido fica cheio de poças de água quando chove, os jardins permanecem sem manutenção
e as floreiras quebradas. As figuras que compõem o monumento estão esverdeadas de tão sujas, e as faixas afixadas entre os postes de iluminação
representam mais do que um aspecto de desleixo: são um desrespeito.
A antiga Fonte Luminosa da Praça das Bandeiras vive cheia de limo e papel. E a Praça Fernandes Pacheco, de praça
mesmo só tem o nome: é cercada por muros e abriga uma escola municipal.
Muitos prédios nesse bairro que se consolida como centro comercial e de serviços
(Foto cedida por Alfredo Vasques)
Quase 30 mil habitantes
Domingo, 20 de junho, se comemora o Dia do Gonzaga, bairro
que é delimitado por quatro das principais avenidas de Santos. Francisco Glicério, Washington Luís, Presidente Wilson e Bernardino de
Campos.
Ocupa uma área de 130 hectares e sua população, que era de 21.852 pessoas em 1970, passou para 27.972 em 1980,
segundo estimativas da Prodesan.
O Censo de 1970 (estatística mais recente de que se dispõe) revelou a existência de 1.665 lotes ocupados e 65
vagos. Havia na época 9.996 unidades residenciais; 617 de serviço; 462 comerciais; e 72 industriais. |