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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS
Semafórico funcionava no Monte Serrat (4)

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Ainda existem, embora desguarnecidas, as últimas instalações do Serviço Semafórico de Santos, no alto do Monte Serrat (no último andar do prédio do ex-cassino). O serviço semafórico, entretanto, não se extinguiu. Apenas se modernizou, mudando para a Ponta da Praia. Na antiga revista santista A Fita, em sua edição número 6, de 1º de setembro de 1911 (exemplar conservado no acervo da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos - SHEC), há uma reportagem fotográfica sobre a inauguração da estação radiotelegráfica no alto do monte, ocorrida em 14 de julho de 1911, incluindo comentários da revista (na coluna Cinematógrafo) sobre o equipamento instalado (ortografia atualizada nesta transcrição):
 

Inauguração no dia 14 de julho próximo passado
Imagem: reprodução de página de A Fita número 6, de 1/9/1911

Cinematógrafo

Com a inauguração da nossa estação radiotelegráfica, no cume do Monte Serrat, estamos finalmente aptos a classificar este porto como o mais poderosamente aparelhado para satisfazer a todas as exigências de um verdadeiro porto de mar à moderna.

É da época exigir-se para o íntegro acabamento de uma obra qualquer todos os requisitos, todos os meios para uma ação eficaz, ou quando não venha a tanto para a minoração de um mal subtâneo como não raro acontece em portos de tão alta importância como na atualidade é o nosso. O telefunken, pois, vem de molde, a integrar-nos à excelência da situação.

É de lamentar, porém, que justamente para Santos, que é a nossa Liverpool, o nosso maior empório comercial procu[ra]sse a nossa administração dos telégrafos o menos poderoso de quantos aparelhos havia em disponibilidade em toda urbe.

Lamentável, sim, pois enquanto a Amaralina (Bahia) se comunica com as cidades do Prata, que nesse ponto de vista estão muito bem servidas, nós aqui, a perto de novecentas milhas daquela estação baiana, não conseguimos enviar um despacho às latitudes montevideanas e buenairenses.

Imagem: reprodução parcial de página de A Fita número 6, de 1/9/1911