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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - RADIOFONIA
A música, no rádio santista (1)

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Texto publicado na antiga revista mensal santista Flama, edição de dezembro de 1943:
 

"URIEL CAMPOS - UM CANTOR QUE PROMETE - Entre os cantores que formam o cast da PRB-4 - e nele estão valores como Ida Ribeiro, Lúcia Marcos, Nívio Pereira, Olga Isodra, Lete Antunes, José Padron e outros, não podemos esquecer Uriel Campos, um cantor que pela sua modéstia ainda não obteve a popularidade que seria de esperar entre nós.
Uriel Campos canta com expressão as músicas sentimentais de nossa terra. Tem personalidade. E, no dia em que perder uma invencível timidez e receio pelo microfone, poderá ombrear-se sem susto aos maiorais do rádio santista. 
Para isso ele tem jeito e capacidade."

"JOSÉ PADRON - O NOVO CANTOR DE TANGOS - A rádio local possui um novo e apreciado intérprete da música portenha. Trata-se de José Padron, jovem cantor que se vem fazendo ouvir com geral agrado nas programações do Rádio Club de Santos, interpretando com muito colorido e muita personalidade os dolentes tangos e as lindas valsas da terra argentina. José Padron, que se inicia agora na carreira radiofônica, começou por onde muitos acabam, por isso é de esperar que timbre sempre em melhorar e apresentar bons programas. José é irmão de Berta Padron, a inconfundível e nunca esquecida rádio-atriz da PRG-5, hoje afastada do rádio e dedicada ao seu lar, como sra. Boris Kauffman."

Foto-legendas: revista santista Flama, em dezembro de 1943 (ano XXII, nº 12)

A revista Flama publicava regularmente a coluna "Acabaram de ouvir", com notas diversas sobre as atividades radiofônicas santistas. Este é parte do material publicado na edição de janeiro de 1944:


Imagem: revista santista Flama, em janeiro de 1944 (ano XXIII, nº 1)

Uma dupla que é um cartaz

Há muitos anos atrás, lembramo-nos perfeitamente, o Carnaval era uma sucessão de sambas, marchas etc., enviados do Rio, através das emissoras, gravações etc., etc. E assim era o Carnaval em Santos. Tudo feito no Rio, isto bem entendido, no setor musical. Mas tudo sofre mutação. O Carnaval continua a ser uma "loucura", onde predomina a música cem por cento alegre. E o Rio continua a colaborar eficientemente para maior brilhantismo do nosso Carnaval.

De há alguns anos para cá, porém, o santista vem fazendo já um Carnaval quase que exclusivamente seu, pois surgiu no nosso rádio uma dupla que é francamente da folia! Falamos de Gentil Castro e Valtenir Pinto, esses dois jovens que, a exemplo do que têm feito nos "tríduos" passados, lançaram já para o Carnaval de 44 Cirandinha, o maior sucesso do ano, a marcha que Rubens Peniche gravou com o conjunto Canta Brasil - o que vem batendo todos os recordes nas irradiações diárias. Barrigudos, outra marcha que o público já consagrou, Malmequer, marcha também vitoriosa, além da linda valsa Mais uma valsa.

Todas essas composições são interpretadas com felicidade por Rubens Peniche, o cantor que encanta os ouvintes paulistas, pela onda da Record, e que se faz ouvir também ao microfone da G-5, todos os sábados.

E, ainda para o próximo Carnaval, Gentil Castro e Valtenir Pinto lançaram Querida Mulher, considerado o "samba definitivo" do Carnaval de 1944, e que já está sendo cantado por Rubens Peniche, com acompanhamento do Conjunto Canta Brasil, sob a direção de Edmundo Peruzzi, Carlos Armando e Jesus Azevedo Marques.


Gentil Castro e Valtenir Pinto (N.E.: Valtenir Pinto é pseudônimo do artista Rubens Peniche)
Foto publicada com a matéria


O malabarista do violão tenor

Nelson Batista Campos, o popular Nelsinho do conjunto regional da Rádio Atlântica de Santos, o "malabarista do violão tenor".

Nelsinho revelou-se um grande solista, apresentando ao microfone da G-5 solos magistrais, que o recomendam como um elemento de grande projeção, pois cada programa em que se faz ouvir é mais uma vitória alcançada na sua carreira.

Nelsinho é mais uma das grandes descobertas do maestro Zico Marzagão, o diretor artístico da "Dinâmica", que não hesitou em oferecer-lhe esta oportunidade de se revelar.

Entre os solos apresentados por Nelsinho, ultimamente, destacamos May Angeline, É teu o meu amor, Glória, além de muitos outros, destacando-se Quando dói a saudade, de autoria do consagrado elemento carioca Garoto. Nelsinho é ainda um compositor de grandes recursos, pelo que afirmamos virá, muito em breve, desfrutar o merecido prestígio na radiofonia brasileira.

Publicando o seu clichê, Flama apresenta aos seus leitores o "malabarista do violão tenor".


Nelson Batista Campos
Foto publicada com a matéria

"A SOPRANO LETE ANTUNES - Modestamente, sem alarde, a soprano Lete Antunes prossegue suas apresentações de música escolhida ao microfone da Rádio Clube de Santos. 
Dona de bonita voz, segura nas suas interpretações, Lete Antunes granjeou vasto círculo de admiradores, que lhe reconhecem e louvam as qualidades magníficas que possui."

Foto-legenda: revista santista Flama, em janeiro de 1944 (ano XXIII, nº 1)

A mesma coluna, na revista Flama de março de 1944:

"Da direita para a esquerda: Carlos Armando, José Rodrigues (Pépe), Oswaldo Gonçalves"

"Da direita para a esquerda: Ruth Peruzzi (Sandra), Norma Carvalho, Maria Peruzzi (Iracema)"

Foto-legendas publicadas com a matéria

Trios vocalistas do conjunto Canta Brasil

O Conjunto Canta Brasil é, sem dúvida, um dos melhores do gênero nascidos em Santos, e que dentro de um ano já marcava magnífica vitória no caminho daqueles que, com boa vontade, divisam o cume do triunfo. Bem dirigido por Edmundo Peruzzi, o irrequieto da flauta, chefe do regional da Rádio Atlântica, e por Carlos Armando, também um elemento que se tem destacado nos meios radiofônicos da cidade, o Canta Brasil, que tem uma finalidade toda original em músicas, sob a cadência de novos ritmos, apresenta dois trios vocalistas, que são, a bem dizer, os primeiros que surgiram em toda a América do Sul, atuando também em conjunto, em seis vozes, em diversas músicas, cujos autores já as compõem de acordo.

Entre os que têm apresentado composições para o conjunto, destaca-se a dupla Gentil Castro-Waltenir Pinto - Azevedo Marques-Ojuara Serpi - Carlos Armando-Edmundo Peruzzi e outros, santistas, inclusive arranjos de compositores cariocas, que são apresentados amiúde, pelo conjunto.

Canta Brasil está destinado aos maiores sucessos porque apresenta nova modalidade, realçando fatos, produções e belezas pátrias, em novo ritmo de sua criação, denominado Tupi-guarani. Edmundo Peruzzi, que é profundo conhecedor de harmonia, e Carlos Armando, não medem e não medirão sacrifícios, em prol desse programa que em Santos é bastante conhecido e já bem difundido em São Paulo, estando também popularizado em diversas partes de nosso país.

Canta Brasil acaba de terminar sua temporada no Casino de São Vicente, depois de atuações na capital paulista, Cassino Guarujá, Gril Room, Umuarama, e está em vésperas de nova temporada numa emissora paulista. É exclusivo da Rádio Atlântica, quando está em Santos, atuando duas vezes por semana em programas noturnos.

Assim, Flama deseja ao Conjunto Canta Brasil franco sucesso, que elevará sempre o nome de nossa querida cidade, onde nasceu e está progredindo, com merecida simpatia.

Na edição de abril de 1944, ainda na revista Flama:

"LÚCIA MARCOS, graciosa cantora de valsas e canções nacionais e mexicanas. Canta também boleros, os quais ganham na sua voz persuasiva um colorido encantador. Surgiu no broadcasting local com As Três Pequenas do Barulho, e desse trio só ela vingou. É uma descoberta do maestro Vetró, que não tem poupado esforços a fim de conduzi-la ao estrelato. O seu repertório é dos mais belos, fruto do seu gosto variante na escolha das músicas."

"BLANQUITA LEIVA - O mês de abril foi repleto de surpresas para os ouvintes do rádio santista. Blanquita Leiva - intérprete da música portenha - figurou entre os cartazes desse mês, apresentados ao microfone da PRG-5, com inteiro agrado."

Foto-legendas: revista santista Flama, em abril de 1944 (ano XXIII, nº 4)

Canta Brasil


Foto publicada com a matéria

Convidado especialmente para tomar parte no show do Vasco da Gama, no próximo dia 21 de maio, o Conjunto Canta Brasil deverá apresentar-se nas festividades do valoroso clube de regatas da Ponta da Praia.

Para tal fim, Carlos Armando e Edmundo Peruzi estão preparando números de grande atração, que, por certo, irão receber aplausos dos sócios do Vasco.

"RUBENS PENICHE - Depois de uma longa temporada ao microfone da Rádio Record, Rubens Peniche foi contratado pela emissora dos Diários Associados, Tupi-Difusora. Rubens, que iniciou sua carreira artística na Rádio Atlântica de Santos, é um cantor que tem sabido se colocar entre os de maior futuro no rádio. Sua ascensão ao estrelato de maior grandeza é lenta e premeditada. Julga o jovem Peniche que assim ele estará mais seguro da sua carreira e tem dado provas da zua firmeza. Passando para a Tupi-Difusora, ainda continuará descendo todos os sábados para se fazer ouvir em Santos, no Edifício do Rádio. Peniche, que fez anos no dia 19 de abril, recebeu muitos cumprimentos, aos quais juntamos os da Flama."

"JORGE DEL PRADO, o consagrado cantor mexicano, que acaba de obter êxito consagratório, ao microfone da Atlântica. Jorge del Prado, que empresta às canções que interpreta um colorido especial, todo próprio, atuou no Cassino de São Vicente e, atualmente, faz-se ouvir, além da PRG-5, na Rádio Cultura de São Paulo, onde conta com simpatias gerais. Possuidor de belo timbre de voz, além de ser profundo conhecedor de música, Jorge del Prado é um artista perfeito, nada ficando a dever aos mais renomados intérpretes da canção mexicana, da qual é um dos maiorais."

Foto-legendas: revista santista Flama, em abril de 1944 (ano XXIII, nº 4)

Naquela época, era comum os artistas se apresentarem nos cassinos da região e também nas emissoras de rádio. Estes artistas foram destacados pela revista Flama nas edições de janeiro e março de 1944:


Foto: capa da revista santista Flama, em janeiro de 1944 (ano XXIII, nº 1)

Publicamos na capa desta edição a fotografia mais recente de Olinda Alves, crooner do Cassino do Guarujá.

Vida saltitante, jovem e estimada de todos, Olinda Alves é também cantora de mérito. É a animação das reuniões fidalgas do Cassino do Guarujá, onde todos a aclamam e querem ouvir, a anunciar ou a cantar, irradiando sempre a simpatia natural da sua figura insinuante, distinta.

Olinda Alves aclimatou-se ao Guarujá. Adora aquelas paisagens maravilhosas. E os freqüentadores da "pérola do oceano" também se acostumaram com ela, reclamam-na e não passam sem ouvi-la a dizer coisas engraçadas, a espalhar melodias pelos salões engalanados e festivos do Cassino.


Fotos publicadas com a matéria, em Flama de abril de 1944 (ano XXIII, nº 4)

Olinda Alves e Ascendino Lisboa - O público santista conhece e admira Olinda Alves e Ascendino Lisboa, os crooners admiráveis do Cassino do Guarujá, que gozam de tão justo prestígio entre os freqüentadores daquela casa de diversões.

Conhece-os, também, através do rádio, onde Olinda Alves e Ascendino Lisboa se têm feito ouvir, pondo à prova as suas qualidades de excelentes cantores. E, por conhecê-los bem, aplaude-os sempre, com entusiasmo.

Olinda Alves encanta pela graça, pela voz melodiosa, pela simplicidade e pela atração natural que a todos desperta. Ascendino Lisboa é um artista de grande sobriedade, culto e de irradiante simpatia.

Acedendo, gentilmente a participar da festa que o Clube de Regatas Vasco da Gama realizou, no dia 19, nos salões da Humanitária, os dois consagrados artistas ali tiveram as maiores demonstrações de quanto são apreciados.

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