Eventos marcam aniversário do Vasco da Gama

Em comemoração do seu 95º aniversário, o Clube de Regatas Vasco da Gama programou uma série de eventos. A festa do clube, que se confunde com o carnaval, vai contar com a volta do bloco carnavalesco Cruz de Malta, homenageado pelo Carnabonde, no sábado, dia 18. Na ocasião serão distribuídas cinco mil camisas para as pessoas que doarem um quilo de achocolatado ao Fundo Social de Solidariedade de Santos.

No mesmo dia, a partir das 21h00, o clube recebe no ginásio de esportes um dos conjuntos de axé mais badalados do momento, a Banda Mel. Abrindo a noite, a Banda Querô, o grupo de percussão Arte no Dique. "Vai ser o primeiro de uma série de shows que estamos programando para a retomada das atividades do Vasco da Gama em 2006", revela o presidente do clube, Cláudio de Matheus Junior.

Sob o tema A Bahia é aqui, o clube também prepara a volta do tradicional carnaval com cinco bailes para os adultos e 4 bailes para as crianças, que acontecem entre os dias 24 e 28, e vai ser animado por uma banda convocada especialmente para a ocasião.

De acordo com Cláudio, todos os eventos fazem parte de uma estratégia preparada pela diretoria para trazer de volta o prestígio, não só do Vasco da Gama, mas também de todas as outras agremiações da Ponta da Praia.

"Queremos mudar o jeito com que as pessoas encaram o clube, preparando o Vasco da Gama para receber freqüentadores com uma série de eventos em diversas modalidades, tanto que a nossa chapa foi eleita com a seguinte proposta: Cultura, Entretenimento, Lazer e Competição. O antigo formato do clube, que contava com sócios que pagavam mensalidade, perdeu força com os anos, e do nosso ponto de vista não é mais viável", disse o presidente.

O nome era para ser CR Pedro Álvares Cabral. Grande demais. Então, homenagearam - naquele ato inaugural, 12 de fevereiro de 1911, salão de honra do Real Centro Português - um outro almirante lusitano, Vasco da Gama, o herói das Índias. Em pouco, o CR Vasco da Gama, graças à cooperação da colônia portuguesa, se tornava em uma das agremiações náuticas de maior prestígio em S. Paulo e no Brasil.

Provando que o seu renome era justificado, eis o Vasco da Gama a se tornar campeão brasileiro, graças ao seu remador José Ferreira, que, na enseada de Botafogo, transferia para S. Paulo um título que os cariocas guardavam em seu poder desde o início (1902) do campeonato. Falaram que havia sido por acaso, vento a favor etc. Mas tudo isso se desfez com o novo e desta vez mais sensacional triunfo do Vasco da Gama, no campeonato brasileiro de 1922 - Campeão do centenário - impondo-se - José Ferreira - aos guanabarinos em seu próprio reduto, e conquistando, assim, o bicampeonato.

Depois, o Vasco da Gama mudou-se da Bocaina, onde tivera a sua 1ª garage, para a Ponta da Praia (1926). E foi um nunca acabar de sucessos, não só no remo, mas já na prática de outros esportes, eclético que ele se tornou, a bem de Santos e de S. Paulo.

O histórico do CR Vasco da Gama parece obra de ficção, tanto ele se aproxima do gênero romanceado. Mas os episódios heróicos existiram mesmo, brotados do sacrifício de muitos, da abnegação de grupos de idealistas e do espírito de luta que é sinônimo de vascaíno. Grandes e imortais ações untadas de glórias as teve o Vasco da Gama, e há de tê-las sempre, porque quem brilhou, como ele o fez, nesses 59 anos de lidas, há de continuar a refulgir pelos tempos afora.

Brasão do clube, conforme publicado no jornal diário Commercio de Santos, em 27/6/1930, pág. 4