Situado na Zona Noroeste de Santos, é
conhecido desde o século XVI, embora tenha sofrido alterações em seu curso. Ele passava junto ao Morro da Água Branca ou de São Jorge, onde recebia
a cachoeira do mesmo nome. Com regular volume e largura, entrava profundamente no território da Ilha de São Vicente, formava a "Ilha das Palmeiras"
(depois sítio "das Palmeiras") passando junto ao Engenho de São Jorge dos Erasmos. Canalizado,
deságua no Rio Casqueiro. Um dos braços desse rio, formado na área do Chico de Paula, passa
a correr em sentido contrário ao do outro, atravessando a Vila Alemoa (favela) e a Via Anchieta,
a área da ferrovia e a Avenida Engenheiro Augusto Barata, para se juntar ao Rio Saboó.
Esta planta de 1895 mostra o Rio São Jorge iniciando nos limites da então Vila de São Vicente e
acompanhando os morros até passar pelo Engenho dos Erasmos e pelo Matadouro, recebendo a contribuição de pequenos afluentes até desaguar no
Rio Casqueiro, em dois pontos distintos:
Imagem: detalhe de planta incluída no Atlas Saneamento 1895
Por sua configuração, este rio protagonizou notável erro histórico/geográfico:
a suposta divisão da Ilha de São Vicente em duas ilhas.
O braço de rio, depois de acompanhar
trecho da Av. Nossa Senhora de Fátima (indicada pelos trilhos de bonde) contorna o Matadouro em direção à Via Anchieta, em foto de cerca de 1915
Foto: acervo de
Lauro Antoninho Gotardi, diretor local do Sesi/Santos, publicada em 19/3/2004 no jornal santista A Tribuna, e em 18/8/2005 no Diário
Oficial de Santos
As fotos abaixo foram feitas em 2008 no bairro Chico de Paula, próximo ao antigo
Matadouro Municipal, por onde corre um dos braços do Rio São Jorge, margeando a
Avenida Nossa Senhora de Fátima e passando sob a ponte que liga esta via com a Rua Júlia Ferreira
de Carvalho. A primeira imagem está orientada na direção de São Vicente, e após a passagem da ponte a foto seguinte é no sentido inverso, mostrando
o destino das águas, em direção a Vila Alemoa e ao Estuário.
Antiga atividade econômica na margem desse rio era a extração de areia, usada em construções
imobiliárias. Embora essa extração já não ocorra ali, uma tradicional empresa permaneceu no local comercializando o produto, a Areias Vieira:
Fotos: Carlos Pimentel Mendes, em 4 de maio
de 2008 |