HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS -
PIONEIROS DO AR
Uma homenagem a Augusto Severo
Pioneiro da aviação mundial teve seu nome em rua santista, em 1902
Nascido
em Macaíba (interior do Rio Grande do Norte) em 11 de janeiro de 1864, Augusto Severo de Albuquerque Maranhão é considerado o "Mártir da Tecnologia
Aeronáutica", por ser um dos pioneiros nessa atividade e ter falecido em um acidente aéreo em Paris, em 12 de maio de 1902.
Era filho de Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão e Feliciana Maria da Silva de
Albuquerque Maranhão, tendo 12 irmãos, destacando-se Pedro Velho (que proclamou a república no Rio Grande do Norte, estado de que foi o primeiro
governador) e Alberto Maranhão (presidente desse estado de 1900 a 1904 e deputado federal de 1927 a 1929). O próprio Augusto também foi deputado
federal, e conseguiu no Congresso que o governo concedesse uma verba de cem contos de réis para apoiar as experiências de
Alberto Santos Dumont.
No Campo de Tiro do Realengo, no Rio de
Janeiro, era em 1894 testado o Bartholomeu de Gusmão
Foto: Musée de L'Air Le Bourget
Embora aos 25 anos de idade tivesse projetado o aeróstato Potyguarania,
seu primeiro dirigível foi de fato o Bartholomeu de Gusmão (nome em homenagem ao pioneiro santista), construído em 1893
em Paris pela casa Lachambre & Machuron, a mesma que produziu vários balões para Santos Dumont. Tinha estrutura
de bambu (por falta de recursos para fazê-la em alumínio), e estrutura rígida, antecedendo de 14 anos a experiência do conde Zepellin no lago Constança
(na Suíça). Em 14 de fevereiro de 1894, foram feitos os primeiros testes de ascensão, mas a barca se partiu,
danificando a estrutura. O insucesso e o fim da Revolta da Armada, no qual o governo brasileiro pretendia empregar o aparelho,
levaram ao abandono do mesmo.
Augusto Severo voltou a Paris em 1902 para acompanhar a construção de um novo
dirigível, o Pax, que se elevou no ar pela primeira vez em 12 de maio daquele ano, em testes com o aparelho preso ao solo, no parque aerostático
parisiense de Vaugirard. Após dez minutos de evoluções, a 400 m de altura, uma explosão rapidamente destruiu o aparelho, causando a morte imediata do
aeronauta e do mecânico Sachê. No local da queda, na Avenue du Maine, existe uma placa de mármore em memória de ambos.
Investigações posteriores indicaram que a falta de recursos financeiros para o
projeto levara a algumas substituições que o próprio Augusto Severo considerava perigosas. A barca, projetada originalmente em alumínio, foi feita em
bambu, mais pesado, o que tornou necessário aumentar a quantidade de hidrogênio no balão. Uma das válvulas de segurança para compensar o aquecimento do
hidrogênio estava sobre o motor, que por sua vez era movido a petróleo, em lugar do motor elétrico previsto no projeto. O hidrogênio comprimido, saindo
em jato sobre o motor aquecido, teria causado a explosão fatal.
Na proa, Augusto Severo comanda o balão
Pax, tendo na popa o mecânico Sachet
Foto: Musée de L'Air Le Bourget
Matéria publicada no Almanaque de Santos - 1971 (editado pela Ariel
Editora e Publicidade, de Santos/SP, em fins de 1970) pelo então jornalista responsável, Olao Rodrigues, registra a homenagem santista a esse pioneiro:
Augusto Severo
Foto publicada nos sites
Inventa Brasil (desativado) e
Pioneiros do Ar
Augusto Severo, como se sabe, morreu tragicamente
no dia 12 de maio de 1902, quando realizava experiência com o seu balão Pax, em Paris. Subindo do Parque Vaugirand
(N.E.: o nome, embora também seja encontrado em outras publicações, é corretamente grafado Vaugirard),
o aeróstato incendiou-se a uma altura de 400 metros, precipitando no espaço o arrojado aeronauta e seu companheiro Sachet, mecânico francês, que
dirigia as manobras.
Em sua primeira sessão ordinária, após a deplorável
tragédia que roubou à Pátria e à humanidade ilustre brasileiro mártir da ciência, a Câmara Municipal de Santos aprovou, por unanimidade, no dia 22
daquele mês e ano, indicação do dr. Francisco Malta Cardoso, então intendente municipal.
Segundo a propositura, a Edilidade contribuía com a
quantia de um conto de réis "na subscrição que for iniciada para aliviar a pobreza da desolada família desse nosso ilustre patrício; que a uma das
ruas da Cidade, a primeira que se abrir, seja dado o nome de Augusto Severo". E assim nasceu a Rua Augusto Severo, em pleno centro urbano, que vai
da Rua General Câmara à confluência da Rua 15 de Novembro e Praça Barão
do Rio Branco.
Cartão postal francês, com a partida do
Pax e as fotos de Severo e Sachet
Foto publicada nos sites Inventa Brasil
(desativado) e Pioneiros do Ar
Augusto Severo em Paris, tendo à sua
direita Álvaro Reis (filho do engenheiro Manuel Pereira Reis, que devia também subir no Pax). À sua esquerda, o mecânico Sachet
Foto
publicada no site
O Pioneiro Esquecido, que reproduz livro de Augusto
Fernandes com a biografia daquele pioneiro potiguar |
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