HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS -
PIONEIROS DO AR
No tempo das primeiras companhias aéreas
Após a fase dos
pioneiros, começou efetivamente a exploração comercial das rotas aéreas por diversas empresas, que posteriormente fecharam ou se fundiram. Ao mesmo
tempo, em função das necessidades da defesa aérea, foram ampliadas as funções da aviação militar:
Real e Cia. Santista - A empresa Redes Estaduais Aéreas Limitada (Real) nasceu da inspiração do
piloto-aviador Vicente Mammana Netto, filho de um industrial paulista. Já em 1943, Mammana tentara fundar a Companhia Santista de Aviação, empregando os
aviões Stinson Reliant que pertenceram ao Aerolloyd Iguassú (uma empresa paranaense absorvida pela VASP em 1939).
Em 11/1945, associado ao co-piloto Linneu Gomes, comprou por apenas 400 mil cruzeiros um DC-3 e no último dia
desse mês a Real obteve autorização para operar na linha São Paulo/Rio de Janeiro, sendo formalmente constituída em São Paulo em 12/1945, já com frota
de três DC-3 e a participação de um terceiro piloto e sócio, o aviador paulista Armando de Aguiar Campos. Embora crescendo bastante nos anos seguintes,
foi absorvida pela Varig em 1961, em meio a graves problemas financeiros.
Linhas Aéreas Wright - Em 1/4/1947, empregando dois bimotores Lockheed Hudson L-18 Lodestar excedentes de
guerra, a Linhas Aéreas Wright iniciou suas atividades ligando o Rio de Janeiro à cidade de Santos. Em 3/1948, a empresa foi absorvida pela Real. O nome
da Wright não tinha relação alguma com os irmãos Wright estadunidenses: Francisco Ribeiro Wright e seu irmão e sócio eram brasileiros. Chico Wright foi
muito conhecido no Rio de Janeiro como cavalheiro, cozinheiro e gourmet, qualidades que não lhe serviram para administrar a empresa de transporte
aéreo.
Top Táxi Aéreo/Rio-Sul - Mais recente, a empresa de aviação regional Top Táxi Aéreo inaugurou, em 22 de
abril de 1975, uma linha regular Rio-Santos-São Paulo, quatro vezes por semana, com duas freqüências diárias, usando o bimotor Piper Navajo Chieftain.
Em 24/8/1976, num consórcio entre a Top e a Varig, surgia a Rio-Sul serviços Aéreos Regionais, tendo como participantes do capital acionário a
Atlântica-Boa Vista e a Sul América de Seguros. No dia 6/11/1984, a Rio-Sul começou a operar a ponte aérea Santos-São Paulo-Santos-Rio de Janeiro, com
avião Bandeirante de 16 lugares. As duas empresas usaram a pista da Base Aérea de Santos, no Guarujá.
Correio Aéreo Militar - Depois do raide pioneiro entre Rio de Janeiro e Ilha Grande, inaugurando o
chamado Correio da Esquadra (em 15/8/1919, no hidroavião HS-2 número 11, pelos tenentes Mário Godinho e Raymundo de Vasconcellos Aboim, mais o
capitão-de-corveta Carlos Pereira Guimarães, subcomandante da Escola de Aviação Naval), foi realizado um segundo raide, em 18/10/1919, para ampliar a
rota.
O fato foi registrado pelo jornal A Noite dessa data: "Com destino a Santos, partiu hoje às 6 horas da
manhã o hidroplano HS-2 número 13, da nossa Marinha de Guerra, pilotado pelo capitão-tenente Delamare. Como ajudante, levou o HS-2 número 13 o
primeiro-tenente Fileto, sendo passageiro o Sr. Deputado Cezar Vergueiro". Não há mais registros disponíveis sobre essas experiências: a história do CAM
é retomada em 12/6/1931, com o vôo desbravador da linha Rio de Janeiro/São Paulo já usando aviões de pouso em terra. Essa linha daria origem, nos anos
seguintes, a extensa malha que cobriu aos poucos todo o território nacional.
Correio Aéreo Naval - Criado em 1934, o Correio Aéreo Naval prestou grandes serviços ao Brasil. Seu
primeiro vôo foi do Rio de Janeiro para Florianópolis, com escalas em Santos e Paranaguá.
Em 1936, suas linhas foram estendidas até o extremo Sul do País, com escalas em São Francisco, Itajaí, Laguna,
Jaguarão, Pelotas e Santa Vitória do Palmar. Suas operações foram iniciadas com hidroaviões, mas logo a seguir foram usados aviões com pouso terrestre.
A base do Correio Aéreo Naval era na área onde depois foi construído o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, na Ponta do Galeão.
Em Santos, Florianópolis e Rio Grande estavam sediadas pequenas bases da Aviação Naval. Partia do Rio de Janeiro
a linha principal e das bases partiam linhas secundárias. De Santos, partia uma para o litoral Norte paulista, escalando em São Sebastião e Ubatuba, e
outra para o litoral Sul, servindo Iguape e Cananéia.
Em 20/1/1941 (mesma data da criação do Ministério da Aeronáutica), o Correio Aéreo Naval fundiu-se com o CAM,
formando o Correio Aéreo Nacional, função absorvida pela Força Aérea Brasileira (FAB). |