Com inúmeras portas nas quatro faces, por se destinar a uma
série de lojas independentes no andar térreo, e sem uma entrada principal, este prédio no Largo Marquês de Monte Alegre,
defronte à estação ferroviária da São Paulo Railway (E.F. Santos a Jundiaí) abrigou assim mesmo
a Prefeitura Municipal e a Câmara, no início do século XX.
Esta foto foi publicada em 26 de janeiro de 1981 no extinto diário Cidade de Santos:
Imagem: acervo do historiador santista Waldir Rueda
Em 1985, já em rápida degradação, quase foi destruído por um incêndio.
Esse fato, e o abandono posterior, fizeram com que, no início do Terceiro Milênio, apenas restassem algumas paredes de
pé.
Foto: boletim Agência Facos, dos alunos da Faculdade de Comunicação de Santos, da
Universidade Católica de Santos
O que restou dos casarões, em 1992:
Foto: José Dias Herrera, in jornal Espaço Aberto 153, Santos/SP, 24/1 a
6/2/1992
Em 1998, a jornalista Madô Martins relatava, em texto publicado nas páginas Web da
Prefeitura:
O passado em risco
As ruínas do Casarão do Valongo são relíquias do século passado que a Prefeitura está
empenhada em preservar. A edificação, formada por dois prédios gêmeos, foi construída com base em rumores de que a sede do Governo da Província de
São Paulo seria transferida para Santos. A mudança nunca aconteceu, mas os prédios foram construídos no Largo Marquês de Monte Alegre, então, Largo
Monte Alegre.
O primeiro bloco ficou pronto em 1867. Cinco anos depois, o conjunto estava concluído,
com o segundo. A construção seguiu o estilo neoclássico, em moda na época, e nela foram utilizados materiais importados, à semelhança dos edifícios
oficiais da corte imperial.
Sem a finalidade original, até 1895 o conjunto foi utilizado como residência e, a
seguir, abrigou a Intendência de Santos (Prefeitura) e a Câmara, até a inauguração do atual Paço Municipal,
em 1939.
De 1940 a 76, os dois blocos, que eram interligados pelo pavimento térreo, foram
ocupados por escritórios, bares e hotéis. A partir dos anos 70, a construção entrou em decadência, perdendo, inclusive, os azulejos que decoravam as
paredes externas. Dois incêndios, ocorridos em 1985, dois anos após o tombamento pelo Condephaat, e em 92, dois anos após o tombamento pelo
Condepasa, reduziram o conjunto às ruínas que conhecemos.
Madô Martins
jornalista
Ruínas dos edifícios gêmeos do Valongo (ao fundo,
a estação ferroviária), cerca do ano 2000
Fotos: Prefeitura Municipal de Santos
Vista aérea do bairro do Valongo, com os armazéns do porto no primeiro plano, a
estação ferroviária à direita e o que restou dos casarões após o incêndio de 1992
Foto: acervo do historiador Waldir Rueda. Data estimada: 1992/93. Autor não identificado
Interior das ruínas da antiga Prefeitura e Câmara em 2010, visto desde a Rua Comendador Neto,
esquina com Rua Antonio Prado, durante as obras de recuperação do imóvel. A torre da igreja do Valongo é vista
Foto:
Street View/Google Maps.
Acesso em 16/10/2011
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