As fotos, de 6 x 12 polegadas, em preto-e-branco e razoavelmente bem conservadas, foram montadas em um álbum de 9 1/4" x 11 1/2", e não têm autor claramente identificado. Atribui-se a autoria a um conhecido fotógrafo australiano de paisagens, ferrovias e edifícios, Edward Haigh, que na época tinha uma loja em Londres, embora se acredite que esta série não pertença a um álbum comercial. Os pesquisadores notaram nestas imagens semelhanças de estilo com outras fotos daquele profissional. Consta no álbum a anotação:

Photographs S.P. R'way 
Moira & Haigh 
1 Lower Seymour St. Portman Square 
negatives belonging to D.M.F.

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Conforme alertou o colaborador Gerry Nichols, da Inglaterra, em mensagem a Novo Milênio em 4 de junho de 2009, a linha final desse texto indica que os negativos pertencem a D.M.F. (a letra F, lembrando um L, era assim escrita na época pelos ingleses, como explicou), o que significa que as fotos pertenceram ao engenheiro residente Daniel Makinson Fox, um dos construtores da ferrovia.

Gerry conta que Daniel Makinson Fox nasceu em Hull, Yorkshire, na Inglaterra, em 1830, filho de um pastor protestante que construiu diversas capelas no Norte da Inglaterra. Aluno de Sir James Brunless, foi encarregado de fazer os preparativos para a construção da ferrovia na Serra do Mar, pelo traçado do Rio Mogi. Depois, retornou ao Brasil para construir a ferrovia, e seus filhos nasceram todos em São Paulo, entre 1861 e 1873. Gerry destaca ainda ter sido publicado na Cornualha, no Reino Unido, um livro sobre essa obra, A Very British Railway, por Paul Catchpole.

A apresentação desse livro (da editora Locomotives International, com 84 páginas e 125 fotos preto-e-branco, além de 37 diagramas e 2 mapas), cita: "Os engenheiros eram escoceses, as antigas locomotivas a vapor foram feitas na Inglaterra e Escócia, a bitola era 5'3" como na Irlanda, e as estações e infra-estrutura pareceriam perfeitamente normais em qualquer ferrovia do período pré-agrupamento na Grã-Bretanha (...) Era uma verdadeira ferrovia inglesa... mas construída na América do Sul".

Novo Milênio também recebeu, em mensagem eletrônica datada de 13/6/2009, informações complementares de Fábio Nogueira Tranquelin:

Meu nome é Fábio , sou morador de Guarulhos e gostaria de acrescentar maiores informações sobre as fotos inéditas sobre a São Paulo Railway. Bem, vou enumerar na ordem decrescente:

13) Túnel de Bojuturu , vista de quem está saindo de Jundiaí para São Paulo de trem, comparando com o traçado atual da ferrovia, operada pela CPTM;

12) Versão antiga do viaduto , localizado onde atualmente a um outro viaduto de concreto, a esquerda deste, conhecido como o viaduto da grota funda;

11) Composição sobre o Rio Tietê, sendo que o vagão intermediário é um carro de passageiros e há um parecido com este (pode ser o mesmo) no Museu Tecnológico Ferroviário de Paranapiacaba. O carro deste museu é o carro imperial de D. Pedro II.

4) A última foto é uma das saídas dos patamares no sentido Santos. Me baseio devido às roldanas e os rolos responsáveis pela condução do cabo no sistema em plano inclinado (Serra Velha).

Bem, espero ter contribuído com algo , já que trabalhei como voluntário para a ABPF de São Paulo, promovendo monitorias no Museu do Funicular em Paranapiacaba (Museu Tecnológico Ferroviário).

Cordialmente

Fábio Nogueira.

Nas páginas seguintes, os detalhes do álbum de 1865 e as fotos. Clique nas setas para navegar entre as páginas.