Niterói: 1, 2 e 5) Aspectos das ruas; 3) A Estação das Barcas; 4) O Palácio da Presidência
Montagem fotográfica publicada na pág. 926
da obra Impressões do Brazil no Seculo Vinte, de 1913
Um volume precioso para se avaliar as
condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte,
editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no
Arquivo Histórico de Cubatão/SP.
A obra é ricamente ilustrada (embora não identificando os autores das imagens), incluindo a foto
acima.
Bonde prefixo 21 Fähranleger, fotografado
em 25/4/1963
Foto cedida pelo pesquisador norte-americano
Allen Morrison, de New York/EUA
Conta
o pesquisador Allen Morrison, de New York/EUA, que a presença dos bondes em Niterói começou quando a Ferro Carril Nictherohyense inaugurou em
9/10/1871 uma linha de veículos com tração animal, da Estação das Barcas até São Domingos, e começou a operar a rota para Icaraí em 1/11/1871. Antes
da construção da Ponte Rio-Niterói, a ligação com o Rio de Janeiro era feita essencialmente pelas barcas que cruzam a Baía da Guanabara.
Os bondes atingiram a estação Santana da ferrovia Leopoldina em 1875 e uma nova
companhia, Carris Urbanos de Nictheroy, foi formada em 1/7/1883. A expansão do sistema continuou e uma linha foi estendida até a estação ferroviária
Maricá em Neves, distante 9 km do terminal ferry, em 11/10/1885. Em 21/10/1892 surgiu a Companhia Cantareira e Viação Fluminense (CCVF), que
deveria operar todos os bondes em Niterói e ferry-boats na Baía e Guanabara pelos 70 anos seguintes.
Em 1906, a empresa começou a construir uma linha de bondes elétricos com a
Siemens-Schuckertwerke de Berlim (Alemanha), a mesma que instalou o sistema em Vila Isabel. A primeira linha eletrificada foi inaugurada em
31/10/1906, ligando a estação das Barcas a Icaraí (mesma rota cumprida 35 anos pelo primeiro bonde tracionado por cavalos), com a presença do
presidente da República, Rodrigues Alves, e do governador do Rio de Janeiro, Nilo Peçanha. Em 15/8/1908 trafegou o último veículo com tração animal,
sendo tais bondes vendidos para uso nos sistemas urbanos de Vitória/ES e Aparecida do Norte/SP.
Dois anos depois, em 25/8/1910, a CCVF abriu uma linha elétrica para
São Gonçalo via Avenida Dr. March. Bondes a vapor, do final da linha elétrica em Neves, e bondes elétricos, trafegando
nessa avenida, se encontravam em São Gonçalo, e os veículos a vapor prosseguiam mais sete quilômetros até Alcântara.
A CCVF adquiriu a Tramway Rural Fluminense em 25/4/1921 e completou a eletrificação
dessa linha em 5/7/1924. A eletrificação da parte restante da linha, de Neves a São Gonçalo, foi terminada em 25/7/1925 e assim os bondes podiam
ligar a estação das Barcas em Niterói até Alcântara, numa distância de 21 km - foi uma das mais longas rotas urbanas de bondes no Brasil.
Em
1944, os veículos abertos começaram a ser transformados em bondes fechados. O bonde 521 foi o último a servir Niterói, na linha São Gonçalo via
Porto Velho, em 31/6/1964.
Niterói tinha também um sistema funicular, que operou de 1904 a 1916, com tração
hidráulica: o Plano Inclinado Santa Rosa, na intersecção entre as ruas Santa Rosa e Sete de Setembro, no lado Leste da cidade.
A viagem pelos trilhos do Brasil continua... |