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Preparado originalmente pelo editor de Novo Milênio para publicação no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, de 23/2/1999.
Não publicado no jornal por razões de espaço.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/05/00 19:44:12

TELEGRAFIA
Curiosidades da telegrafia

Além do telégrafo elétrico, o mundo já conheceu outras modalidades de telegrafia: as linhas de telegrafo acústico existiam já no 4o século antes de Cristo; o telégrafo ótico com fogueiras noturnas  ou os celebres sinais de fumaça dos índios durante o dia, ou o semáforo usado pelos marinheiros com lanternas à noite e bandeiras durante o dia; e até um telégrafo hidráulico, usando garrafas de vidro cheias de água e uma vareta flutuante, estrategicamente colocadas no alto de colinas (a mensagem era formada aumentando ou reduzindo o volume de água e assim mudando a altura da vareta sinalizadora).

O explorador e jornalista Stanley (famoso por ter encontrado o Dr. Livingstone na África, quando viajava ao longo do rio Congo) tinha sua chegada previamente anunciada nas vilas pelo chamado telégrafo das selvas, usando tambores feitos com troncos de árvores.

O primeiro uso na Inglaterra da palavra telegram - formada com as palavras gregas tele (à distância) e gramma (escrita) -  foi descrito no Albany Evening Journal de 6 de abril de 1852: os professores do idioma grego entendiam que a palavra mais correta deveria ser telegrapheme. Já a palavra telégrafo é mais antiga, foi criada em 1792, usando os vocábulos gregos tele (à distância) e graphos (escritor). A razão é que, antes de surgir o telégrafo elétrico, o francês Claude Chappe tinha criado um sistema de torres com placas de madeira que podia transmitir mecanicamente 63 sinais diferentes, sendo usado por Napoleão em sua invasão da Itália. Sistema semelhante ligou Londres aos estaleiros navais de Portsmouth. Tais sistemas semafóricos foram os primeiros a serem descritos como telégrafos.

Antes do surgimento do telefone, o telégrafo era o meio mais rápido de comunicação escrita usado popularmente. Dentro da Grã-Bretanha foram despachados 745.880 telegramas no ano de 1855. Em 1889, já usando o código Morse, o total anual pulou para 60 milhões. Em 1913, atingiu o pico de 82 milhões de telegramas, mas 21 anos depois já havia caído para 35 milhões de telegramas/ano.

O primeiro serviço de mensagens telegráficas ornamentadas (formulários telegráficos decorados) surgiu em 1907 na Dinamarca, popularizando-se como forma de envio de congratulações por casamentos, nascimentos etc.

"The Telegraph", antiga canção infantil inglesa:

"With a Tap, Tap, Tap and a Click Click Click,
All day long they sing and laugh
With a Click, Click Click and a Tap, Tap, Tap,
As they work at the Telegraph."

O aparelho de telex surgiu em 1932, permitindo gravar a mensagem codificada numa fita perfurada em cinco trilhas, que poderia ser preparada previamente e transmitida várias vezes. O código, oficialmente regulamentado como CCITT Code Set ITA#2, já havia sido criado por Emile Baudot em 1874, permitindo operar a 50 bauds ou 66 palavras por minuto na Rede Telex Internacional.

Muitos códigos foram criados pelos telegrafistas para agilizar o envio de mensagens em Morse. Por exemplo, bastam duas letras para indicar horas e minutos numa transmissão: seguindo os ponteiros do relógio, as letras A (1) até M (12/meio dia) indicam as horas da manhã (ou os minutos, de cinco em cinco), e as letras N (13) até Z (24/meia noite) as da tarde. Não são usadas as letras J e U. Assim, WH significa 21h40 e ND equivale a 13h20, por exemplo.

Uma frase ficou famosa nos testes de circuitos, já que usa todas as letras do alfabeto: "The quick brown fox jumps over the lazy dogs back". No telex, as letras R (trilhas 2 e 4) e Y (trilhas 1, 3 e 5) ficaram populares como teste de transmissão (RYRYRYRY) por usarem todas as cinco trilhas da fita tape (não contada a trilha-guia contínua, ao centro da fita).

Instado a descrever o rádio e o telégrafo, o físico Albert Einstein respondeu: "Você sabe, o telégrafo é como um gato comprido, muito comprido. Você puxa seu rabo em Nova Iorque e sua cabeça mia em Los Angeles. Entende isso? E o rádio opera exatamente da mesma forma: você envia os sinais aqui, eles os recebem lá. A única diferença é que não existe o gato".

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