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Edição 2 - 27/6/2002 

MULTIMODAL
Falta investimento no setor hidroviário

Balanço realizado pela Confederação Nacional do Transporte revela um cenário nada alentador para o sistema hidroviário nacional. Foram anunciados investimentos totais de R$ 307,4 milhões no setor, mas apenas R$ 69,2 milhões foram aplicados. A hidrovia Araguaia-Tocantins foi apontada como o maior contra-senso, cujas obras não ultrapassaram os estudos ambientais, embora houvesse a previsão de ser concluída em 1999, com investimentos de R$ 222,4 milhões. 

Dirigentes e usuários da hidrovia culpam a inexperiência da empresa que elaborou o projeto e o Instituto Brasileiro de Meio-ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) pelo atraso na implantação. Acusam também as pressões das organizações não governamentais (ONGs), que desejam que a região seja destinada só para o lazer conservativo - atividade que, sozinha, não propicia condições para se promover crescimento e melhorias na vida da população.

O Ibama e as ONGs são citadas, de modo geral, como responsáveis pelo não desenvolvimento hidroviário nacional. O Instituto se defende, alegando que os projetos das hidrovias precisam ser adequados à legislação vigente. Segundo a Diretoria de Licenciamento e Qualidade Ambiental do Ibama, as hidrovias passam por um novo processo, que é demorado, mas não as inviabiliza, posição que se contrapõe à realidade e que gera inúmeras ações judiciais.

Igual situação se verifica na Hidrovia do São Francisco, região cujos agricultores vivem na incerteza. Sem condições de navegabilidade, a hidrovia não tem equipamentos nem dotações suficientes. Estima-se a necessidade de R$ 30 milhões em investimentos na construção de um porto graneleiro. 

Para o consultor da Agência Nacional de Águas (ANA), José Di Bella, há necessidade de se investir em barcaças, e ele lastima a falta de perspectivas de o governo alocar verba para aprofundamento do calado.

Na Hidrovia do Madeira, Tapajós Teles-Pires, a situação também não difere muito, o que leva o potencial usuário do transporte por hidrovias a preferir modais paralelos, com ênfase ao rodoviário. 

Obras de rodovias estão atrasadas

As rodovias nacionais também estão com seus cronogramas atrasados. Esse, pelo menos, é o caso das obras de duplicação da BR-101 – considerada a de mais alto índice de acidentes no País – e que deveriam estar concluídas, mas ainda não chegaram a Florianópolis.

Dados recentes apurados pelo Governo indicam que o custo da rodovia já subiu para US$ 2,5 milhões por quilômetro, quando as estimativas iniciais eram de US$ 200 mil por quilômetro asfaltado. Situação idêntica é a da construção do RodoAnel paulista, cujo projeto já recebeu verbas da União. E, agora, o assunto volta a ter importância no Planalto Central.