CAP de Salvador leva queixa à
Antaq
Começam
a ser questionados em Salvador a legalidade da cobrança da taxa
de movimentação de contêineres (THC) e o aumento da
Taxa de Transferência, que pulou de R$ 98,00 para R$ 200,00, nos
dois terminais de contêineres da capital baiana: o Tecon (administrado
pelo Grupo Wilson Sons) e a Intermarítima.
A polêmica foi iniciada em
1/2002, quando os usuários passaram a reclamar da antecipação
em três meses do aumento da taxa de transferência, aplicada
aos contêineres com destino às estações aduaneiras
e depósitos interiores (EADIs), cujo aumento estava previsto para
3/2002, com base no IGPM.
Com o apoio de entidades empresariais
baianas, como Federação das Indústrias e Associação
Comercial, o assunto foi levado ao CAP local, que somente agora pode encaminhar
oficialmente a reclamação, devido ao funcionamento da Agência
Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Usuários e o CAP de Salvador
consideram o aumento da THC ilegal, e exagerada a taxa de transferência,
cujos reflexos oneram as operações do comércio exterior.
O CAP de Salvador – conselho responsável pela aprovação
das tarifas portuárias – encaminhou à Antaq a denúncia
contra os aumentos. Os terminais justificam a necessidade de remunerar
os investimentos realizados nos terminais, que à época da
privatização não dispunham de pátio e sistema
de armazenagem.
O coordenador do Comitê dos
Portos da Federação das Indústrias do Estado da Bahia
e diretor da Associação Comercial do Estado, Paulo Villa,
disse que foi emitida a Deliberação nº 1 do CAP, fixando
em R$ 95,00 a tarifa referente ao manuseio de contêiner, e em R$
98,00 a de transferência para outros terminais.
Os representantes dos dois terminais
soteropolitanos justificam os aumentos como remuneração dos
investimentos realizados na área. Desde o arrendamento, que se processou
mediante concorrência, ocorreram obras de pavimentação
e aquisição de equipamentos.
E - tal como ocorreu com as concessionárias
rodoviárias, que aumentaram os pedágios e as ferroviárias
- as operadoras de terminais de contêineres também tiveram
de rever suas tarifas, conforme destacou Cláudio Marote, presidente
da Ocean, holding do Grupo Wilson Sons. Além disso, existem
despesas com emissão documental, conferência de lacres e a
disposição de pilhas de contêineres, organizadas de
acordo com a EADI de destino. |