Registro de multimodal fica com
a ANTT
Aloísio Sobreira assumiu
a vice-presidência de Transporte Multimodal da CBC
O
diretor geral da Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT),
José Alexandre Nogueira, convocou Silvio Campos, presidente da Câmara
Brasileira de Contêineres e Transporte Multimodal (CBC),
para reunião destinada a solucionar o impasse do registro das empresas
operadoras de transporte multimodal. O procedimento para credenciar as
operadoras foi paralisado face à inexequibilidade de se estabelecer
parâmetros para apólice de seguro exigido por lei para conceder
o registro de operações.
Para reforçar
a equipe de trabalho, o engenheiro Aluísio Sobreira assumiu a vice-presidência
de Transporte Multimodal da CBC. A entidade reformulou sua estrutura e
mudou sua razão social, adicionando o multimodalismo à sigla
CBC, pois a entidade há 25 anos luta por esta atividade e pela conteinerização
no País.
Mercado perde por falta de seguro
O
transporte multimodal brasileiro ainda está distante de se tornar
realidade. A Lei do Operador de Transporte Multimodal (OTM), nº 9.611,
foi promulgada em 12/2/1998 e sua regulamentação, definida
pelo decreto nº 3.411, dois anos após, em 4/2000. Passados
outros dois anos, a lei ainda não pode ser implementada, devido
ao impasse gerado pela obrigatoriedade do seguro multimodal para as empresas
obterem seus respectivos registros, devido à falta de experiência
do mercado segurador, que por isso não consegue reunir parâmetros
para estabelecer cláusulas e taxas.
O Ministério dos Transportes,
que respondia pelo sistema de registro dos OTMs, repassou essa função
à ANTT. O diretor geral da agência, José Alexandre
de Nogueira Resende, afirmou estar buscando meios para resolver a celeuma.
Para buscar alternativas a esta exigência legal que vincula o registro
a um seguro operacional, o diretor tem mantido reuniões com representantes
empresariais. Os principais subsídios ele tem colhido junto ao presidente
da CBC, Sílvio Campos. A entidade elabora um documento contendo
sugestões para derrubar o impasse.
Sílvio Campos informou que
a Superintendência de Seguros Privados (Susep) - órgão
do governo responsável pela regulamentação do setor
securitário - admitiu não dispor de meios para instituir
os termos contratuais de apólice para essa finalidade, pois que
as cláusulas terão que antever quais as cargas que cada operador
poderá levar, o que impede a elaboração de parâmetros
para a apólice e cálculos das taxas. Nesse quadro involutivo,
perdem tanto operadores – que continuam a operar sem registro e sem mecanismo
que viabilizem redução de custos inerentes ao transporte
multimodal – e seguradoras, que deixam de aumentar suas carteiras de apólices,
segundo afirmou Aluísio Sobreira, vice-presidente da CBC.
O transporte multimodal está
intrinsecamente ligado ao contêiner, principal instrumento de viabilização
de transferência (transbordo) da carga de um modal para outro, imprimindo
agilidade e reduzindo custos, esclarece Sílvio Campos, que prevê
para 2002 um movimento de 3,5 milhões de TEUs (unidades eqüivalentes
a contêineres de 20 pés).
Alertou também que, com a
queda das importações brasileiras e o aumento das exportações,
o mercado irá se ressentir da falta de unidades para acondicionar
mercadorias vendidas ao exterior. O mercado lá fora registra expansão
de outros mercados, para onde estão sendo levados os contêineres
dos principais eixos do comércio internacional (EUA e União
Européia). “A disputa por unidades vazias começa a se acirrar
cada vez mais”, afirmou Sílvio Campos, destacando que o cenário
dos primeiros meses de 2002 foi mais incrementado, diferente do cenário
recessivo de 2001. |