José Meirelles nasceu em 9 de junho de 1881, em Ariró, município de Angra dos Reis, estado do Rio de Janeiro. Era filho de José Ribeiro Meirelles e Francisca América Meirelles. Foi casado com d.
Ophélia Chaves Meirelles, que participava, ativamente, de suas lides comunitárias, altruísticas e políticas. Em 1913, quando do surto da "gripe espanhola" em São Vicente, José Meirelles, como presidente da Câmara Municipal, e sua esposa,
enfrentaram o problema improvisando enfermaria de emergência na Casa Paroquial e daí passaram à iniciativa da fundação do Hospital São José, cuja instituição hospitalar mereceu toda sua dedicação, empenho e sacrifício, durante muitos anos,
transformando-se no grande artífice dessa instituição hospitalar vicentina, da qual participou por muito tempo como seu provedor, de cujo cargo afastou-se, por várias vezes, para dar oportunidade para que outros elementos de escol da sociedade
vicentina o administrassem, pois entendia necessária essa renovação administrativa, mas outras tantas vezes foi chamado a reassumir aquelas importantes funções, bem como a Mordomia Geral e a presidência do Conselho. José Meirelles destacou-se no comércio do café, em Santos, onde atuou alguns anos. Em 1928 foi eleito prefeito municipal de São Vicente, de cujo cargo foi afastado em 1930, pelo interventor do estado de São Paulo, João
Alberto, um dos elementos da vitoriosa Revolução da Aliança Liberal que colocou Getúlio Vargas na presidência da República. Os ânimos vicentinos eram muito acirrados, daí terem surgido diversas denúncias contra
o prefeito, as quais, examinadas por sindicância determinada pelo governador, nada apuraram contra a probidade e o zelo administrativo do então prefeito municipal de São Vicente.
José Meirelles, quando na chefia da Municipalidade vicentina, foi pioneiro na implantação do regime de oito horas de trabalho diário para os operários municipais. Ainda em sua administração municipal
foram melhorados dois serviços públicos essenciais, considerados precários: o abastecimento de carne e o serviço telefônico.
Exerceu a vereança municipal e a presidência da Câmara. Fez parte do Partido Republicano. Pelos relevantes serviços prestados, foi nomeado capitão da Guarda Nacional, fundando, com outros oficiais, o
Clube da Guarda Nacional, que passou a reunir a maioria dos elementos que em Santos e São Vicente integravam essa tradicional corporação. Seu espírito de filantropia o levou a participar de numerosas instituições, entre elas o
Asilo dos Inválidos de Santos, a Sociedade União Operária, a Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos e o Clube Lira do Apolo -
corporação musical regida pelo maestro Henrique Trindade.
Quando da Revolução Constitucionalista de 1932, além da liderança política exercida na Cidade através do Partido Republicano Paulista, instalou uma oficina de
costura, para confeccionar roupas para os combatentes vicentinos - oficina essa que funcionou no prédio anexo à antiga Estação de Bondes, na Praça Barão do Rio Branco.
O capitão José Meirelles, desde o início do movimento revolucionário paulista, adotou posição definida contra a ditadura e, quando da organização do movimento, assumiu a presidência do M. M. D. C. em
São Vicente, cuja presidência exerceu durante todo o período revolucionário.
Foi um cidadão devotado a São Vicente, que adotara como sua terra. Foi diretor de numerosas instituições vicentinas, entre as quais o Centro Artístico Martim Afonso, o Esporte
Clube Beira-Mar, o Atlântico Clube Vicentino e o S. Vicente-Jornal. O capitão José Meirelles faleceu, em São Vicente, a 13 de maio de 1959. |