A sede dos Correios em São Vicente, após a realização de trabalhos de restauração
Foto: jornal santista A Tribuna, em 26/11/2004
Correios & Telégrafos em São Vicente
O serviço postal em São Vicente teve início por volta de
1905, sendo a primeira postalista vicentina Dona Isabelinha Teixeira, muito conhecida como D. Isabelinha do Correio, que manteve a agência
postal junto à sua própria residência, na Rua Padre Manuel, de onde foi transferida, anos depois, paa a Rua XV de Novembro. Mais tarde, D. Antônia
de Oliveira substituiu D. Isabelinha, e a agência postal passou a funcionar na Rua Padre Anchieta. Posteriormente a agência postal vicentina foi
entregue a D. Joaquininha Richetti.
Em 1918, a Câmara Municipal de São Vicente recebeu um prédio, em doação, para nele
instalar uma escola, a agência postal e a primeira agência telegráfica de São Vicente, prédio esse situado à Rua Capitão-mor Aguiar nº 15.
A Agência Postal Telegráfica vicentina ainda funcionou em outros locais, sendo o
último à Rua XV de Novembro, quase na esquina da Rua Ana Pimentel, onde funcionava em precárias condições, com risco até de ser extinta, se a
municipalidade não proporcionasse um terreno para a construção de um prédio pelo Departamento de Correio e Telégrafos.
Essa batalha administrativa abalou os meios políticos da cidade, em 1950, até que,
como derradeira solução, a Câmara Municipal de São Vicente aprovou a doação da Praça das Bandeiras, para a construção do novo prédio, cujo local,
por alta recreação do Prefeito José Monteiro, foi alterado para a Praça Cel. Lopes, sem possibilidade da edilidade discutir a proposta - por
absoluta exigüidade de tempo - não lhe restando outra alternativa senão aprová-la, ou ficar sem agência postal-telegráfica em S. Vicente, pois a
verba já aprovada para a construção do novo prédio seria transferida imediatamente para outro município.
E assim foi cometido um crime de lesa-patrimônio público, pois S. Vicente deixou de
ter a sua segunda mais bela praça (depois da Praça 22 de Janeiro), para assistir impassível o Governo Federal construir um monstrengo em plena Praça
Cel. Lopes, onde diziam os engenheiros e órgãos federais, seria erigido um prédio que ornamentaria aquele logradouro público.
E aí está, até hoje, há 30 anos, o "novo" prédio da agência postal-telegráfica, agora
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, como a afirmação através dos tempos, de como se mutilar uma bela praça pública. Restará para os
pósteros a esperança de que uma nova agência postal-telegráfica venha a ser construída noutro local e que esse prédio seja demolido, para que a
Praça Cel. Lopes volte aos velhos tempos do "Jardim da City" - quando era um oásis de plantas, flores, árvores, com canto das cigarras, dos grilos,
dos sapos e dos passarinhos...
Construção do Jardim da City, na década de 40, destacando-se o então novo coreto
ampliado
e à esquerda a sede do Santos Atlético Clube, depois sede do E.C.Beira-Mar
Foto: Poliantéia Vicentina, Ed. Caudex Ltda., São Vicente/SP, 1982
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