CABEÇA A CABEÇA - Os cavalos - e as emoções - voltaram ao Jockey Club de São Vicente,
que reabriu ontem (N.E. 22/8/2003)
para as disputas na famosa Pista Prateada.
Foto: João Vieira, publicada com a matéria
SUCESSO
Reabertura do Jockey supera expectativas
Pedro Cunha
Da Sucursal
Cavalos de porte atlético disputando cabeça a cabeça o
primeiro lugar na famosa Pista Prateada. Pelo saudosismo dos antigos freqüentadores ou pela curiosidade de quem nunca assistiu a uma disputa
do tipo, a reabertura do hipódromo do Jockey Club de São Vicente superou ontem as expectativas da diretoria, que já anuncia a data da próxima
corrida: 19 de setembro.
Ao contrário do que se pensava, o dia e a hora do evento - sexta-feira, das 14 às 17h30 -
não foram empecilhos para a vinda de empresários e representantes de peso do turfe brasileiro.
Corrida permitiu o reencontro de velhos amigos
|
A arquibancada social serviu de ponto de encontro para velhos amigos de aposta, que
aproveitaram a oportunidade para reviver os anos dourados do Grande Prêmio de São Vicente, realizado sempre no mês de agosto. Além das boas
lembranças, o clima esquentou com as apostas em sistema de arremate e tritotal.
"O ideal seria uma banca de apostas por computador. Temos o programa, mas precisamos
reativá-lo", disse o presidente do Conselho de Administração, João Kaplar Filho. A expectativa é que até a próxima corrida o sistema já esteja
pronto.
O sucesso da programação de ontem (N.E. 22/8/2003)
poderá se repetir no dia 19 de setembro, data escolhida pela diretoria para a realização de uma nova corrida
Foto: João Vieira, publicada com a matéria
Aprovação - Para realizar a corrida, a atual diretoria do clube precisou superar dois
grandes desafios. O primeiro, saldar as dívidas mais urgentes, o que foi feito em 2002. Este ano, o trabalho foi dirigido à recuperação da estrutura
do hipódromo, surpreendendo quem foi ao Jockey ontem, depois de ver a decadência da instituição.
Sócio-fundador do Jockey Club, portando o título de nº 7, Rafael Faro Politi reconheceu
ontem que o hipódromo vicentino pode voltar a ser grande. Ex-presidente do clube, ele revela que a situação financeira da instituição pode ser
considerada privilegiada, perto de outros clubes cujas dívidas são impagáveis. "O Jockey é parte da minha vida e torço pela sua recuperação".
O clube também conta com o apoio da Administração Municipal, conforme assegurou ontem o
vice-prefeito Paulo de Souza. "Nas décadas de 60 e 70, o turfe era um importante atrativo da Cidade, movimentando turistas e empresários para a
região. Esperamos que esta tradição se renove, ajudando no desenvolvimento da Cidade".
Quem veio de São Paulo ontem para assistir aos páreos em São Vicente não poupou elogios. Um
deles, Eduardo Rodrigues, jóquei durante mais de dez anos e hoje treinador de cavalos, acompanhou as corridas na Pista Prateada com um brilho
nos olhos. "Liderei as estatísticas da prova vicentina durante determinado período", recordou, com emoção.
Com a experiência de quem participou de disputas no local, ele garante: "A Pista Prateada
é diferente". Segundo o ex-jóquei, a areia natural torna a corrida mais macia, alterando o desempenho dos animais. "Isso fez com que muita gente
viesse de São Paulo hoje (ontem), pois lá a pista já está bem conhecida, assim como os páreos".
Representantes de peso do turfe acompanharam o páreo
Foto: João Vieira, publicada com a matéria
Evento foi uma atração para a comunidade
Enquanto proprietários, treinadores e apostadores se concentravam ao lado do salão social, a
comunidade do bairro e curiosos da região espalhavam-se pelo Jockey Club, em busca de uma melhor visão da corrida de cavalos.
Cada um dos seis páreos agitou a criançada presente, que fazia apostas sem pretensão de
ganho, mas com a mesma expectativa daqueles que jogavam por dinheiro na área reservada. Até mesmo a foto oficial do cavalo campeão foi motivo de
festa para a comunidade local.
Para quem nunca havia assistido a uma corrida, cada detalhe foi emocionante. Desde o
posicionamento dos jóqueis nas raias, escolhendo a melhor posição das patas dos cavalos para fazer uma boa largada, até o momento da chegada e a
comemoração sobre a sela.
O primeiro páreo ficou com o cavalo Laís de Lorena e a segunda disputa, com Up'n
Away. Cosset venceu a terceira corrida e Top Boy, a quarta. As duas últimas provas foram ganhas por Espora de Ouro e Ilhéus,
respectivamente. João Kaplar Filho, presidente do Conselho Administrativo, ressaltou que a promessa foi cumprida, com os campeões recebendo prêmios
entre R$ 600,00 e R$ 850,00, além de troféus, logo após a disputa do páreo.
A comunidade terá outra atração no final do mês. Para o dia 31 já está programada a primeira
prova de hipismo na área central da pista de corrida. A 7ª Etapa do Campeonato Regional ABC de Equitação servirá como seletiva para o Mundialito e
deverá reunir mais de 200 atletas de todo o Estado. A competição, que terá a supervisão da Federação Paulista de Hipismo, vai inaugurar o Manège
Renascença, nome dado à hípica instalada no local.
As crianças mostraram-se interessadas, observando cavalos e jóqueis
nos intervalos de cada páreo
Foto: João Vieira, publicada com a matéria
|