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HISTÓRIAS E LENDAS DE S. VICENTE - JÓQUEI CLUB
Pista Prateada volta a brilhar (1)

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Sua existência deu nome ao bairro: Vila Jóquei. Sua história foi contada no dia 1º de julho de 1967, na primeira edição do já extinto jornal Cidade de Santos (grupo Folha de São Paulo - exemplar no acervo do historiador Waldir Rueda):
 


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Pista de praia deu obras, prêmios e fama a Zenabre

A fundação do Jóquei Clube São Vicente aconteceu no dia 2 de abril de 1949. Seu primeiro presidente: Dante Malforti. Do dia em que surgiu até 1954, atravessou séria crise financeira, chegando quase a fechar suas portas. Nesse ano, porém, com a criação de vários grandes prêmios, o movimento diário cresceu, dando oportunidade à construção de dependências de concreto em lugar das de madeira e possibilitando a iluminação da Pista Prateada, hoje já com um segundo pseudônimo, a "Milagrosa".

Benemérito - Armando Vitório Bei, segundo presidente da entidade, é o grande benemérito do clube. Por tudo que fez, seu busto foi erigido à entrada do hipódromo, com um agradecimento dos vicentinos.

No dia 11 de março de 1950, gestão de Armando Vitório Bei, houve a primeira reunião do Jóquei Clube de São Vicente. O cavalo nº 1, Sunlight, venceu o primeiro páreo, dirigido por Valdemar Ozimo da Silva e tratado por José Ozimo da Silva, entrando para a história da entidade. Alguns jóqueis que montaram nessa primeira reunião, de 7 páreos, foram: Valdemar Ozimo da Silva, Antonio Tucillo, Joanin Taborda, Osmani Coutinho e Aderbal de Castro.

Os grandes prêmios - Um ano depois, Fábio Bei assumiu a presidência. Nessa época, a crise financeira ameaçava fechar as portas do prado. Contudo, vários grandes prêmios foram instituídos, fato que reergueu as hostes turfísticas. Os maiores prêmios corridos em São Vicente até hoje foram: Jóquei Clube Brasileiro, em 19/12/56; Jóquei Clube São Paulo, em 1953; Jóquei Clube de Campinas, em 5/1/56; Jóquei Clube de Pernambuco, em 1956; Jóquei Clube Pontagrossense, em 11/1/56; Presidente da República, em 19/11/56; Governador do Estado, em 23/6/56; Ministério da Agricultura, em 18/7/56; Ministério do Trabalho, em 1955; Almirante Barroso, em 12/12/56; Santos Dumont, em 24/10/56; Duque de Caxias, em 22/8/56; Associação dos Proprietários de Cavalos de Corridas do Rio de Janeiro, em 16/6/56; Stud Book Brasileiro, em 1954, CCCCN, em 1956; Imprensa, em 1954 e o mais importante de todos, o Grande Prêmio São Vicente, disputado pela primeira vez em 1957, dia 15 de agosto.

Vencedores do GP - Os vencedores do GP São Vicente, até hoje, são: 1957 - Hércules - D. Garcia - trat. W. Pinto - 3.000 metros, com tempo de 212" (recorde até hoje); 1958 - Buen Mozo - D. Garcia - trat. A. Torres; 1959 - Gramofono - D. Garcia - trat. W. Pinto; 1960 - Sisamo - P. Vaz - trat. M. Cavalcanti; 1961 - não houve; 1962 - Heros - D. Garcia - trat. S.S. Correia; 1963 - Golf - L. Rigoni - trat. E. Campozani; 1964 - Golf - L. Rigoni - trat. E. Campozani; 1965 - El Asteróide - A. Barroso - trat. P.P. Silva; e 1968 - Daomé - A. Barroso - trat. E. Campozani.

Gente famosa - Dendico Garcia é o jóquei mais famoso em São Vicente. Luís Rigoni é outro conhecido montador, que todos os anos compete no GP São Vicente. Entre os que começaram na Prateada, destacam-se J. Machado, A. Machado, R. Machado, A. Cavalcanti, J.B. Paulielo e outros que ainda estão em atividade.

Os favoritos - Zenabre é, indiscutivelmente, o cavalo mais famoso que correu em São Vicente. O bicampeão do GP Brasil, montado por D. Garcia, no dia 4/5/67, fez terceiro lugar no GP Governador do Estado. Ortile, Novo Mundo, Hércules, Major's, Dilema, Caporal, John Araby, Canaleto e Golf, são outros cavalos de renome que passaram pela "Milagrosa".

Os mais antigos - J. Ferro é o montador mais antigo de São Vicente, ainda na ativa. W. Pinto e B. Garrido são os mais velhos tratadores. O veterinário Artidoro Nieri é o mais antigo funcionário da entidade.

Recordes vicentinos - Os recordes vicentinos até hoje são:

   800 metros -  52" 8/10 - Interessa? - 53 kg - 13/6/56;
1.000 metros -  62" 6/10 - Montalban - 61 kg - 24/5/62;
1.100 metros -  70" 2/10 - Astor - 55 kg - 9/5/61;
1.200 metros -  75" - Protesta - 57 kg - 19/7/64;
1.300 metros -  83" 8/10 - Karatê - 60 kg - 15/3/67;
1.500 metros -  98" - Astuciosa - 56 kg - 18/10/50;
1.500 metros -  98" - Camafeu - 57 kg - 8/4/51;
1.500 metros -  98" - Gostosão - 57 kg - 28/11/51;
1.600 metros - 103" 6/10 - Fuerza Bruta - 59 kg - 23/3/51;
1.800 metros - 116" - Dago - 56 kg - 9/7/52;
2.200 metros - 148" 8/10 - Fontainebleau - 58 kg - 18/12/57;
2.400 metros - 157" 4/10 - Golf - 61 kg - 19/7/57;
3.000 metros - 212" - Hércules - 59 kg -15/8/57.

Presidentes - Os presidentes do Jóquei Clube São Vicente, até hoje, foram: Dante Malforti, Armando Vitório Bei, Fábio Bei, Rubens Martins Futuro e o atual, Rafael Faro Politi.

Comissão de corridas - A atual Comissão de Corridas vicentina é composta pelo sr. Nelmo Lisboa Lima, com os seguintes comissários: Dino Zanetti, Luís Jorge Elbel e Antonio Augusto Pinto (setor técnico).

Os mais conhecidos - Dois veteranos jóqueis de São Vicente, hoje, são funcionários da entidade: Ademar Cunha (conhecido por Chumigo) e Quido Rosa. Ambos são populares e desde a fundação do hipódromo militam ali. Em 1951 disputaram renhidamente a estatística, saindo vencedor Quido Rosa.

Eles contam - Quido conta: "Vim em 1950 para São Vicente. Os melhores cavalos que montei foram Atleta e Astrólogo. O maior prêmio que consegui como jóquei foi 15 mil cruzeiros. Em 1951 venci estatística e ganhei em páreo com Gonguê, que pagou 253 cruzeiros, o maior rateio que consegui. Com Gostosão, em 51, bati o recorde dos 1.500 metros, marcando 98"; em 7 páreos que corri, numa reunião desse ano, venci 5. Fui depois tratador; dessa época lembro-me do nome Ever-Wimard, cavalo que tratei e que em um ano ganhou 40 corridas".

Chumigo: "Vim do Ri Grande do Sul para São Vicente em 1950. Trouxe 18 cavalos do Stud Cruz de Lorena e aqui encontrei Luís Rigoni, Luís Gonzalez, Quido Rosa, J. Nascimento, A. Nappo e outros jóqueis. Ombu foi o cavalo que escolhi para correr grandes prêmios. Venci um páreo em 24/12/54 - noite da iluminação do hipódromo - e ganhei um medalhão que guardo até hoje. Porém, o mais famoso que montei foi Parma, que após vencer várias vezes aqui em São Vicente, no Rio ganhou três vezes seguidas".

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